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Internacional

Lula e Milei trocam cumprimento frio, sem abraços nem sorrisos no G20; VÍDEO

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Presidente do Brasil recepcionou chefes de Estado nesta segunda-feira (18) no Rio. Javier Milei chega à Cúpula do G20
O presidente Lula e Javier Milei, presidente da Argentina, trocaram cumprimentos frios, sem abraços nem sorrisos, na chegada ao G20 nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro.
A frieza protocolar de ambos —eles são adversários políticos— contrasta com os abraços calorosos que Lula trocou com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, Emmanuel Macron (França) e Georgia Meloni (Itália). Meloni também é adversária política de Lula, mas ambos mantêm relação amistosa.
Diplomatas brasileiros temem que Milei aja como enviado do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e dificulte o fechamento do texto final da cúpula.
Aperto de mão de Lula e Milei antes da cúpula do G20
g1
Lula abriu às 11h05 desta segunda-feira (18) o 1º dia da Cúpula de Líderes do G20, o grupo das 19 principais economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. Ele criticou o investimento em guerras em detrimento ao combate à fome, um dos temas centrais propostos pelo governo brasileiro.
“É muito importante o que vamos decidir aqui, e eu tenho certeza de que se assumirmos a responsabilidade no combate à pobreza, podemos ter sucesso em pouco tempo”, declarou.
‘O mundo está pior’, diz Lula durante abertura da Cúpula do G20
“Constato com tristeza que o mundo está pior: Temos o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada.”
“Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta. As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas”, elencou.
A íntegra do discurso
Lula abre Cúpula do G20: ‘mundo está pior’
Caros chefes de Estado e de Governo, dirigentes de Organizações Internacionais, demais chefes de Delegação, minhas amigas e meus amigos: sejam bem-vindos ao G20. Sejam bem-vindos ao Rio de Janeiro.
Esta cidade é a síntese dos contrastes que caracterizam o Brasil, a América Latina e o mundo. De um lado, a beleza exuberante da natureza sob os braços abertos do Cristo Redentor. Um povo diverso, vibrante, criativo e acolhedor. De outro, injustiças sociais profundas. O retrato vivo de desigualdades históricas persistentes.
Estive na 1ª reunião de líderes do G20, convocada em Washington no contexto da crise financeira de 2008. Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior. Temos o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada.
Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta. As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas.
O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza. Segundo a FAO, em 2024, convivemos com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas. É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome. São mulheres, homens e crianças, cujo direito à vida e à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados.
Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível. Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 trilhões de dólares, isso é inaceitável.
A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, “a fome é a expressão biológica dos males sociais”. É produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade.
O G20 representa 85% dos 110 trilhões de dólares do PIB mundial. Também responde por 75% dos 32 trilhões de dólares do comércio de bens e serviços e 2/3 dos 8 bilhões de habitantes do planeta.
Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este será o nosso maior legado.
Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz. Não por acaso, esses são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2 da Agenda 2030. Com a Aliança, vamos articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e fontes de financiamento.
O Brasil sabe que é possível. Com a participação ativa da sociedade civil, concebemos e implementamos programas de inclusão social, de fomento da agricultura familiar e da segurança alimentar e nutricional, como o nosso Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual voltamos em 2022, em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social. Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas.
Em um ano e onze meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24, 5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome.
E com a Aliança, faremos muito mais. Aqueles que sempre foram invisíveis estarão ao centro da agenda internacional. Já contamos com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não-governamentais.
Meus agradecimentos a todos os envolvidos na concepção e no funcionamento desta iniciativa, que já anunciaram contribuições financeiras. Foi um ano de trabalho intenso, mas este é apenas o começo. A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global.
Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir.
Por isso quero declarar oficialmente lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Muito obrigado.
O G20 no Brasil
Sob comando do Brasil pela primeira vez, o encontro terá foco no combate à fome, na mudança climática e na reforma das instituições de governança global, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
O G20 não aprova leis nem impõe obrigações aos países, mas firma compromissos de políticas econômicas, sociais e de governança a serem adotadas. Saiba mais sobre o bloco.
A presidência do bloco muda a cada ano: foi da Índia em 2023, está com o Brasil agora e será da África do Sul em 2025.
Devem participar da cúpula no Rio de Janeiro, entre outros líderes internacionais: Joe Biden (EUA), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Giorgia Meloni (Itália) e Javier Milei (Argentina). Veja a lista completa. O único presidente que não veio é Vladimir Putin, da Rússia.
Nos bastidores do G20: os detalhes e os encontros que colocam o Brasil no centro das decisões globais
Aliança contra a fome
Uma das principais apostas da presidência brasileira do G20 é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma cooperação entre países para a adoção de políticas públicas de transferência de renda e de incentivo à agricultura familiar.
Até sexta-feira (15), ao menos 37 países já haviam aderido à iniciativa, entre eles a Alemanha, maior economia da Europa. Os objetivos principais da aliança são:
alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferências de renda;
expandir as merendas escolares para mais 150 milhões de crianças;
levar serviços de saúde a 200 milhões de mulheres e crianças.
Saiba mais sobre a iniciativa.
Governança global
A diplomacia brasileira defende mudanças em fóruns e organizações internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, para que mais nações tenham voz e influência.
No domingo (17), o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu a modernização das estruturas de governança global e disse que a composição atual do Conselho de Segurança, em que somente 5 países têm poder de veto, reflete um mundo antigo.
“As ameaças que enfrentamos hoje são interconectadas e internacionais. Mas as instituições globais de resolução de problemas precisam desesperadamente de uma atualização, não menos importante o Conselho de Segurança, que reflete o mundo de 80 anos atrás”, disse.
Ele falou também sobre a necessidade de ajudar nações mais pobres a enfrentar os efeitos da crise do clima.
“Países vulneráveis enfrentam enormes desafios e obstáculos que não são de sua responsabilidade. Eles não estão recebendo o nível de apoio que precisam de uma arquitetura financeira internacional que está desatualizada, ineficaz e injusta.”
Agenda brasileira
O comando brasileiro do grupo começou em 1º de dezembro do ano passado. Ao iniciar a presidência rotativa, o governo do presidente Lula estabeleceu três eixos centrais de discussão para o G20:
– inclusão social e combate à fome e à pobreza;
– transição energética e desenvolvimento sustentável;
– reforma da governança global.
Paralelamente às discussões sobre esses temas, o Brasil também lançou algumas iniciativas, entre as quais:
– G20 Social (com representantes da sociedade civil);
– Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Lula no G20 destaca papel das cidades no clima
Programa de atividades
A agenda do G20 programada para os próximos dois dias prevê uma série de compromissos para os líderes do bloco.
Entre esses compromissos previstos para segunda e terça-feira, estão:
– cerimônia de abertura da cúpula de líderes do G20;
– painel sobre aliança global contra a fome e a pobreza;
– sessão sobre reforma da governança global;
– sessão sobre desenvolvimento sustentável;
– encerramento da cúpula de líderes do G20.
Há uma expectativa de que, entre esses compromissos, o presidente Lula se reúna com alguns líderes internacionais, entre os quais o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que deixará o mandato em janeiro de 2025, quando passará o comando da Casa Branca para o presidente eleito Donald Trump.
Além disso, é possível que Lula conceda na terça-feira (19) uma entrevista coletiva, praxe em eventos internacionais desse porte dos quais o presidente participa.
Na quarta (20), já em Brasília, Lula receberá o presidente da China, Xi Jinping , em uma visita de estado. A China é o principal parceiro comercial do Brasil.
Encontro do U20
No domingo (17), também no Rio de Janeiro, o presidente Lula discursou no encontro do Urban 20 (U20), fórum que reúne prefeitos de cidades dos países que integram o G20.
Em seu pronunciamento, o presidente disse que as cidades têm papel a cumprir contra os extremos climáticos e cobrou financiamento dos países mais ricos para ações ligadas ao meio ambiente e de planejamento urbano em nações menos desenvolvidas.
O presidente disse também que o “planejamento urbano terá papel crucial na transição ecológica e no enfrentamento às mudanças climáticas”. Ele destacou que as cidades são responsáveis por 70% das emissões de gases de efeito estufa e 75% do consumo de energia.
“Esses mesmos centros urbanos estão desproporcionalmente expostos às consequências das mudanças climáticas, à subida do nível dos oceanos, às ondas de calor, à insegurança hídrica, às enchentes avassaladoras como as que vimos recentemente no sul do Brasil, na Colômbia e na Espanha”, disse.
“As cidades não podem custear sozinhas a transformação urbana. Elas não podem ser negligenciadas nos novos mecanismos de financiamento da transição climática. Infelizmente, os governos esbarram em uma enorme lacuna de financiamento no Sul Global”, acrescentou.

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Postado em: 12:02

Internacional

Edmundo González e María Corina Machado falam em comissão da Câmara

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A líder da oposição na Venezuela e o candidato, que está exilado na Espanha, irão participar de sessão da Comissão de Política Exterior e Defesa a partir das 14h30 desta terça-feira (3). María Corina Machado e Edmundo González Urrutia.
Getty Images via BBC
Edmundo González e María Corina Machado irão participar de uma sessão da Comissão de Política Exterior e Defesa da Câmara dos Deputados, a partir das 14h30 desta terça-feira (3).
O anúncio foi feito pelo próprio Gonzaléz, que disputou as eleições presidenciais com Nicolás Maduro em julho e alega ser o legítimo presidente eleito da Venezuela.
Exilado na Espanha, ele disse que ele e a líder da oposição venezuelana irão falar de “temas de grande importância” e convidou a todos para acompanhar ao vivo.
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María Corina falou ao g1
Há uma semana, em entrevista ao g1, a líder da oposição venezuelana afirmou que Nicolás Maduro tentou enganar o presidente Lula e o povo brasileiro sobre o resultado das eleições presidenciais da Venezuela e cobrou pressão de líderes internacionais para que Maduro deixe o poder.
Líder da oposição da Venezuela diz que Maduro tentou enganar Lula
Milhões de venezuelanos foram às urnas no dia 28 de julho para eleger o presidente do país para o período entre 2025 e 2031. Edmundo González foi o candidato da oposição após outros políticos — incluindo María Corina Machado — terem sido barrados de disputar o pleito.
Sem apresentar provas, o Conselho Nacional Eleitoral, alinhado a Maduro, afirmou que o atual presidente da Venezuela venceu as eleições com pouco mais de 50% dos votos.
A oposição, por outro lado, garante que González derrotou o atual presidente com ampla vantagem com base nos documentos impressos pelas urnas de votação. O Centro Carter, ONG americana que atuou como observador das eleições, também aponta González como vencedor.
Um membro da oposição venezuelana viajou para Brasília nesta semana para mostrar os documentos das urnas a autoridades. Reuniões foram marcadas com membros da diplomacia brasileira e do Congresso Nacional.
Maria Corina Machado, 57 anos, afirmou ao g1 que Maduro acreditava que poderia enganar Lula, vendo no presidente brasileiro um aliado internacional. No entanto, segundo ela, o petista tem adotado uma postura firme para apontar que houve fraude nas eleições venezuelanas.
“O Brasil é inquestionavelmente um líder na região. É um país que durante todos esses anos insistiu na validade das instituições democráticas. Maduro acreditou que poderia enganar Lula ou enganar o povo brasileiro, mas isso não aconteceu”, afirmou.
“É um momento em que, com muita clareza e nitidez, todos os chefes de Estado, os governos, os líderes da América Latina de todas as posições ideológicas devem assumir uma posição única e unida.”
Ainda durante a entrevista, a líder da oposição venezuelana afirmou que:
acredita que Edmundo González assumirá o governo em janeiro;
a oposição ofereceu uma transição negociada ao atual presidente;
há setores das Forças Armadas insatisfeitos com Maduro;
existem diferenças entre a situação atual e a de quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente.
Maria Corina Machado em discursos durante manifestação contra Maduro neste sábado (3)
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Acusada de uma série de crimes pelo Ministério Público da Venezuela, Maria Corina Machado disse que continua no país e sofre perseguições, assim como outros membros da oposição.
Por questões de segurança, ela preferiu não dizer se está asilada em uma embaixada. Em agosto, em um artigo no “The Wall Street Journal”, Corina Machado afirmou que estava escondida por temer pela própria vida.
Troca de governo
Nicolás Maduro e Edmundo González
Federico PARRA/AFP
No dia 10 de janeiro de 2025, a Venezuela terá uma cerimônia para anunciar quem ficará pelos próximos seis anos no poder. Maduro, que controla a Justiça e o Congresso, se prepara para assumir o terceiro mandato.
Na oposição, ainda há esperanças de que Edmundo González assuma o poder. Em entrevistas recentes, o oposicionista que está exilado na Espanha garante que vai voltar ao país para ser empossado.
Maria Corina Machado também acredita que há possibilidades de que o regime de Maduro termine em janeiro de 2025. Ela argumenta que tem provas de que González recebeu o maior número de votos. Sendo assim, pela Constituição, é ele quem deve governar o país.
“Evidentemente Maduro, até agora, resistiu e tentou aterrorizar um país e nos prender através da repressão, da intimidação. Mas a Constituição é a Constituição, e é isso que tem que acontecer”, disse.
A líder venezuelana disse que a chapa de Edmundo González já conseguiu derrubar outras barreiras que pareciam difíceis de superar. Entre elas, vencer as eleições e conseguir reunir provas disso.
“Eu estou focada em conseguir um mandato para fazer cumprir a Constituição. Quando Maduro vai reconhecer isso? Pode ser antes de 10 de janeiro. Pode ser no dia 10 de janeiro ou até depois do mês de janeiro. Mas Maduro terá de reconhecer a verdade porque nós, venezuelanos, não vamos desistir.”
Transição negociada
Maduro comparece à Suprema Corte venezuelana
Federico PARRA / AFP
Em agosto, a oposição da Venezuela anunciou que ofereceria “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que Nicolás Maduro faça uma transição de poder. A ideia seria uma negociação com o atual presidente, que inclusive já recebeu uma oferta de asilo político no exterior.
No mesmo mês, Maduro descartou negociar com a oposição e disse que Corina Machado tinha que se entregar à Justiça para responder “pelos crimes que cometeu”.
Agora, a líder da oposição venezuelana afirma que Maduro deveria aceitar os termos de uma transição negociada “para o seu próprio bem” e evitar um cenário devastador na Venezuela.
“Dissemos que estamos dispostos a dar garantias nesta transição, com base no reconhecimento da soberania popular expressada em 28 de julho. O que nós venezuelanos queremos é o que é bom para o nosso país, o que é bom para os países vizinhos, o que é bom para todas as nações democráticas e também o que é bom para aqueles que hoje apoiam Nicolás Maduro”, afirmou.
A líder da oposição destacou que o apoio internacional para a troca de poder na Venezuela é fundamental para pressionar o regime atual. Segundo ela, Maduro acredita que os crimes cometidos durante seu governo serão esquecidos, mas o mundo não virará a página tão facilmente.
Quando questionada sobre o que pode acontecer caso Maduro continue no poder, Corina Machado disse: “Acredite, será mais difícil para Maduro do que para nós”.
“Ele tornaria realidade o golpe de Estado mais cruel da história deste país e ficará absolutamente isolado e sozinho em condições cada vez mais difíceis ou impossíveis de sustentar. Ele não tem mais nada, ele não tem mais ninguém. Ninguém acredita nele”, afirmou.
Militares insatisfeitos
Maduro fala com seu comando militar em um evento em Caracas no dia 5 de julho.
Leonardo Fernández Viloria/ Reuters
A líder da oposição venezuelana afirmou que o regime de Nicolás Maduro só continua de pé por causa da atuação das Forças Armadas, que têm forte influência chavista.
“Vemos como em todos os cargos governamentais há algumas figuras das Forças Armadas porque Maduro sabe que isso é a única coisa que lhe resta.”
Por outro lado, Corina Machado disse que existe um descontentamento crescente nas bases militares. Nas eleições de 28 de julho, por exemplo, membros das Forças Armadas tiveram papeis decisivos para que a oposição conseguisse reunir as atas das urnas eleitorais, segundo ela.
“Essas pressões dentro das Forças Armadas crescem porque eles entendem que com Maduro não há futuro. Nós estamos oferecendo um governo democrático no qual todos os venezuelanos poderão se encontrar e fortalecer nossas instituições, começando por uma força armada profissional e bem treinada”, concluiu.
Guaidó no passado
O presidente autoproclamado da Venezuela Juan Guaidó fala a jornalistas durante entrevista coletiva em Caracas, na sexta-feira (15)
Federico Parra/AFP
Os Estados Unidos e outros países já reconheceram Edmundo González como presidente eleito. No entanto, essa não é a primeira vez que membros da comunidade internacional tentaram buscar uma alternativa diplomática a Maduro.
Em 2019, o oposicionista Juan Guaidó se autodeclarou presidente da Venezuela. O governo dele foi reconhecido por diversos países, inclusive o Brasil. Ainda assim, o mandato de Guaidó não teve efeito prático e acabou sendo dissolvido pela própria oposição em 2022.
Corina Machado acredita que há diferenças entre 2019 e o que acontece atualmente. A primeira delas é que Edmundo González concorreu nas eleições presidenciais, recebendo a maioria dos votos, conforme dados coletados pela oposição. Já Guaidó, segundo ela, se autoproclamou em meio a um vazio de poder.
Ela também elencou mudanças dentro da própria Venezuela nos últimos cinco anos, afirmando que o regime de Maduro está mais frágil hoje.
“Era um regime tinha recursos econômicos e que os usava para comprar, persuadir, manipular ou enganar. Isso já não é possível. O chavismo colapsou no dia 28 de julho, não tem mais capacidade de controle social para manipular a sociedade. Não tem dinheiro”, afirmou.
“Mas o mais importante é que nunca tivemos um país tão unido. Hoje podemos mobilizar cidadãos em 500 cidades de todo o mundo no mesmo dia. Temos uma liderança legitimada, primeiro através das primárias e depois através das eleições presidenciais. Nunca estivemos tão fortes como hoje.”
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Postado em: 12:04

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O que ofensiva rebelde na Síria significa para o Oriente Médio e por que é cedo para declarar derrota de Bashar al-Assad

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O presidente do país já mostrou que está disposto a tudo para salvar seu regime. Rebeldes, em veículos militares, lançaram uma ofensiva contra o governo da Síria
Reuters
A nova ofensiva da guerra na Síria é a mais recente repercussão da crise que assola o Oriente Médio desde os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado.
Os ataques do Hamas e a reação israelense desestabilizaram a região. E os eventos ocorridos na Síria nos últimos dias são mais uma demonstração de que a guerra que assola o Oriente Médio está se agravando, em vez de diminuir.
Ao longo de uma década de guerra que se iniciou em 2011, o regime do presidente sírio Bashar al-Assad sobreviveu porque ele se mostrou disposto a destruir a Síria para salvar o regime herdado do seu pai.
Para isso, ele confiava em aliados poderosos: a Rússia, o Irã e o Hezbollah, no Líbano. Eles intervieram ao lado de Assad para combater grupos rebeldes, desde os extremistas jihadistas do Estado Islâmico até as milícias apoiadas pelos Estados Unidos e pelas ricas monarquias do Golfo Pérsico.
Agora, o Irã cambaleia frente aos duros golpes impostos por Israel, com o apoio dos Estados Unidos, para garantir sua própria segurança no Oriente Médio. Seu aliado, o Hezbollah, costumava enviar seus melhores homens para lutar ao lado do regime de Assad na Síria, mas está paralisado, também devido aos ataques de Israel.
E a Rússia lançou ataques aéreos nos últimos dias contra a ofensiva dos rebeldes na Síria, mas seu poderio militar está quase totalmente voltado para os combates na Ucrânia.
A guerra na Síria não terminou. Ela deixou de ocupar espaço nas manchetes, devido, em parte, à atual turbulência em diversas partes do Oriente Médio e em outras regiões do planeta – e também porque entrar no país é quase impossível para os jornalistas.
Em alguns lugares, a guerra foi suspensa ou ficou paralisada, mas existem muitas questões não resolvidas na Síria.
O regime de Bashar al-Assad nunca recuperou o poder de controle da Síria que detinha antes de 2011 – o ano dos levantes árabes – embora tenha mantido inúmeros prisioneiros sírios nas prisões do país.
Ainda assim, até poucos dias atrás, o regime de Assad controlava as principais cidades, as regiões rurais próximas e suas principais conexões.
Agora, uma coalizão de grupos rebeldes liderada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) – que controla a província de Idlib, na fronteira com a Turquia – irrompeu em 27 de novembro. Eles varreram as tropas sírias em poucos dias, em uma série de eventos “surpreendentes”, segundo me disse um experiente diplomata internacional.
Dois dias após o início da ofensiva, o grupo postava fotos de combatentes que haviam tomado a antiga fortaleza de Aleppo. A cidade no norte da Síria era uma base inexpugnável das tropas governamentais entre 2012 e 2015, quando foi dividida entre os rebeldes e as forças do regime.
A atmosfera em Aleppo parece calma após a retirada das tropas do governo. Uma imagem nas redes sociais mostra combatentes rebeldes uniformizados e armados, dispostos em fila para comer frango frito em um restaurante fast food.
O HTS tem suas raízes na al-Qaeda. Mas ele rompeu com o grupo em 2016 e, às vezes, combate seus leais seguidores.
Mas o HTS ainda é considerado um grupo terrorista pelo Conselho de Segurança da ONU, pela União Europeia e por diversos países, como os Estados Unidos, a Turquia e o Reino Unido – além da Síria, que considera todos os seus oponentes como terroristas.
O líder do HTS, Abu Mohammad al-Jawlani, tem uma longa história como líder jihadista no Iraque e na Síria. Mas, nos últimos anos, ele se afastou da ideologia jihadista pura e tenta ampliar o apelo da sua organização.
O grupo também usa esta reformulação para atrair apoio para sua ofensiva, chamada pelo HTS de Operação para Repelir a Agressão. Este nome e seus anúncios oficiais evitam a linguagem jihadista e referências islâmicas.
A linguagem neutra é projetada para distanciar o que está acontecendo agora do passado jihadista do HTS, apresentando a ofensiva atual como um esforço rebelde conjunto contra o regime, segundo Mina al-Lami, especialista em mídia jihadista da BBC Monitoring.
Os sírios costumam ser repelidos pela sua retórica religiosa extremista.
Com a derrota dos grupos jihadistas que dominaram a rebelião após as demonstrações pró-democracia, depois de cerca de um ano de guerra em 2011, muitos sírios ficaram neutros ou se aliaram relutantemente ao regime. Eles temiam a sanguinária ideologia jihadista do Estado Islâmico.
A ofensiva liderada pelo HTS é uma consequência do cenário político dividido do norte da Síria.
Grande parte do nordeste do país é controlada pelas Forças Democráticas da Síria (FDS), um grupo liderado por curdos e apoiado pelos Estados Unidos, que mantêm cerca de 900 tropas na região.
A Turquia detém um papel importante. Ela controla terras na fronteira, onde se encontram suas próprias tropas regulares, ao lado das milícias apoiadas pelo país. E células inativas remanescentes do Estado Islâmico, às vezes, organizam emboscadas mortais nas estradas que atravessam o deserto da Síria.
Os relatos que chegam da Síria dão conta que as forças rebeldes capturaram quantidades significativas de equipamentos militares, incluindo helicópteros. Elas estão pressionando em direção a Hama, a próxima cidade importante no caminho para a capital síria, Damasco.
Sem dúvidas, o regime e seus aliados irão se esforçar para se defender e contra-atacar, especialmente com seu poderio aéreo.
Os rebeldes não detêm força aérea, mas – em outro sinal da revolução bélica gerada pelos veículos aéreos não tripulados – existem informações de que eles usaram um drone para matar um alto funcionário de inteligência do regime.
O recrudescimento dos combates na Síria já é motivo de alerta internacional.
O enviado das Nações Unidas para a Síria, o diplomata norueguês Geir Pedersen, publicou uma declaração afirmando que “os últimos desenvolvimentos representam graves riscos para os civis e trazem sérias consequências para a segurança regional e internacional… Nenhum partido ou grupo existente na Síria pode resolver o conflito sírio pela via militar.”
Pedersen destaca que houve “um fracasso coletivo na criação de um verdadeiro processo político” para implementar a resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 2015. A resolução estabeleceu um caminho para a paz, baseado no princípio de que “o povo sírio irá decidir o futuro da Síria”.
O objetivo era construir um futuro definido por eleições livres e uma nova constituição. Mas isso significaria que Assad e sua família iriam entregar o país que eles trataram por anos como seu feudo pessoal. E mais de meio milhão de mortos confirmam sua determinação para não deixar que isso aconteça.
É cedo demais para declarar o fim do regime de Assad. Ele conta com um real centro de apoio.
Alguns sírios consideram que ele é a opção menos ruim – melhor que os jihadistas que dominaram a rebelião.
Mas, se outros grupos anti-Assad, dentre os muitos existentes, se levantarem, o seu regime irá novamente correr um risco mortal.

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Postado em: 09:00

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Internacional

A morte de empresária em barco com destino a ilha francesa: ‘Corpo jogado no oceano’

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Contrabandistas de imigrantes foram contratados para levar a jovem, proprietária de um salão de beleza, para a ilha francesa de Mayotte. Fathi Hussein morreu tentando ir para ilha francesa
Família Hussein via BBC
A família da empresária Fathi Hussein, de 26 anos, está em luto na capital da Somália, Mogadíscio, após a jovem ter morrido no mar.
O caso ocorreu após contrabandistas de imigrantes terem sido contratados para levar a jovem, proprietária de um salão de beleza, para a ilha francesa de Mayotte.
“Os sobreviventes nos disseram que ela morreu de fome”, disse à BBC, por telefone, Samira, meia-irmã de Fathi Hussein.
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A família soube por eles que Fathi morreu em um de dois pequenos barcos, à deriva no Oceano Índico durante cerca de 14 dias, depois de ter sido abandonado pelos contrabandistas.
“As pessoas comiam peixe cru e bebiam água do mar, o que ela recusava. Eles [os sobreviventes] disseram que ela começou a ter alucinações antes de morrer. E depois disso jogaram o corpo dela ao oceano”, disse Samira à BBC.
A família de Fathi soube da morte dela através de colegas somalis que foram resgatados por pescadores na costa de Madagáscar há cerca de uma semana.
A Organização Internacional de Migração (IMO) disse que mais de 70 pessoas estavam nos dois barcos quando eles viraram. Foram contabilizadas 24 mortes, enquanto 48 sobreviveram.
Acredita-se que centenas de migrantes morrem todos os anos tentando chegar à pequena ilha francesa, localizada a cerca de 300 km a noroeste de Madagáscar.
No primeiro dia de novembro, Fathi voou de Mogadíscio para a cidade costeira queniana de Mombaça, e alguns dias depois partiu de barco para Maiote – uma viagem perigosa de mais de 1.100 km através do Oceano Índico.
Samira diz que a família está perplexa com a decisão de Fathi, pois ela tinha um negócio de sucesso em Mogadíscio e vivia no bairro de classe média de Yaqshid.
Fathi escondeu o seu plano da família, partilhando o seu segredo apenas com a irmã mais nova. Ela havia confidenciado que pagou aos contrabandistas o dinheiro que recebia com o seu salão de beleza, segundo Samira.
“Ela odiava o oceano. Não sei por que e como ela tomou essa decisão. Gostaria de poder dar um abraço nela.”
A Somália é frequentemente mencionada no topo da lista dos piores países do mundo para ser mulher.
Os sobreviventes contaram à família de Fathi que ela e todos os outros passageiros estavam num grande barco quando partiram de Mombaça.
Durante a viagem, no entanto, os contrabandistas disseram que o barco teve problemas mecânicos e teria de voltar.
Assim, antes de regressarem ao Quênia, os contrabandistas colocaram todos os migrantes em dois pequenos barcos, garantindo-lhes: “Chegarão a Mayotte em três horas”.
Mas, diz Samira, “transformou-se em 14 dias” e a situação levou à morte da irmã e de outras pessoas.
Alguns dos sobreviventes suspeitam que os contrabandistas os deixaram deliberadamente soltos no mar, uma vez que já tinham sido pagos e que, na realidade, não tinham intenção de levá-los para Maiote, diz Samira.
Funcionário regional da IMO, Frantz Celestin disse à BBC que é cada vez mais comum que os migrantes arrisquem as suas vidas tentando chegar à ilha francesa.
“Recentemente, 25 pessoas morreram durante a mesma viagem, geralmente em trânsito através das Comores e de Madagáscar. De modo geral, este ano foi o mais mortal para os migrantes”, diz ele.
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A BBC conversou com cinco migrantes somalis que tentaram chegar a Mayotte. Eles disseram que existem duas rotas principais da Somália para a ilha.
Alguns viajam de barco a partir de Mombaça através das ilhas Comores, que estão muito mais próximas de Mayotte, enquanto aqueles com mais dinheiro voam para a Etiópia e depois para Madagáscar, porque os titulares de passaportes somalis qualificam-se para um visto na chegada.
De lá, eles pegam um pequeno barco para Mayotte, na esperança de que isso abra a porta para a obtenção de um passaporte francês e o consequente acesso à Europa.
Um dos poucos que sobreviveram a esta rota perigosa é Khadar Mohamed.
Ele chegou a Mayotte há 11 meses, mas lembra-se claramente da terrível provação que passou para chegar à ilha vindo de Madagascar.
“Quando cheguei a Madagáscar, fui levado para a casa do proprietário do barco. Ficamos lá durante 14 dias”, diz ele.
O grupo de pessoas que esperavam cresceu para 70. Eles foram então colocados em um barco e levados por um rio até o mar aberto.
Khadar diz que deixou a Somália por causa da ameaça representada pela Al-Shabab, uma afiliada da Al-Qaeda que luta para derrubar o governo.
“Deixei meu país para minha segurança. Eu era proprietário de uma empresa e não podia fazer o meu trabalho por causa da Al-Shabab”, diz ele.
As famílias de algumas das vítimas dizem que os contrabandistas recebem cerca de US$ 6 mil (R$ 35 mil) para viajar de Mombaça para Mayotte, com metade do pagamento adiantado.
A BBC viu contas no TikTok anunciando viagens semelhantes para Mayotte e para outras partes da Europa.
Os anúncios afirmam que os operadores podem levar as pessoas para a ilha utilizando grandes barcos turísticos, mas as famílias das vítimas dizem que os contrabandistas utilizam barcos de pesca muito menores, chamados “kwassa”.
O governo francês não comentou a recente tragédia.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Somália, Ahmed Moalim Fiqi, afirma que o seu governo está concentrando esforços para contactar os sobreviventes e levá-los de volta para casa.
A família de Fathi afirma ter denunciado às autoridades um contrabandista com quem suspeita que a sua filha teve contato em Mogadíscio e ele foi preso, mas depois ele foi libertado sob fiança.
Samira diz que a dor de não saber como a irmã se sentiu nos momentos finais ficará com ela para sempre.
“Gostaria que ela pudesse falar comigo e me contar sobre sua decisão. Ela poderia ter se despedido de mim… agora, não sei como processar sua morte”, diz.
Reportagem adicional de Marina Daras.
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Postado em: 06:04

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