Aval americano visa a fortalecer a Ucrânia a dois meses antes de Trump assumir o governo americano. Os presidentes Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e Joe Biden, dos EUA, apertam as mãos durante reunião da Otan, em julho de 2024
REUTERS/Leah Millis
A dois meses de passar o bastão para Donald Trump, o presidente Joe Biden aproveita a reunião do G20, no Rio de Janeiro, para deixar saber a sua decisão de flexibilizar as restrições ao uso de mísseis americanos de longo alcance, para que a Ucrânia possa atingir alvos dentro da Rússia. A medida tem caráter simbólico, mas é significativa para a Ucrânia, que vem enfrentando dias difíceis para conter o avanço russo.
Os EUA resistiram muito a permitir que a Ucrânia lançasse os mísseis ATACMS, com alcance de 300 quilômetros, no território russo por medo de que isso representasse uma escalada no curso da guerra, que completa, nesta terça-feira, mil dias.
Em setembro, o presidente Vladimir Putin deixou claro que a Rússia encararia uma decisão desse tipo como o envolvimento direto da Otan no conflito militar, ou seja, uma agressão à Rússia. A afirmação foi reforçada nesta segunda-feira pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que disse acreditar que o presidente americano está colocando “lenha na fogueira” do conflito na Ucrânia.
Biden, em certa medida, está pagando para ver, ao reverter a proibição do lançamento de mísseis em território russo. O presidente americano tenta assegurar, num esforço de última hora, o apoio adicional a Volodymyr Zelensky antes da posse de Trump, em 20 de janeiro. Ele deverá ser seguido por seus aliados europeus, como o Reino Unido, por exemplo, que permitirá que a Ucrânia use os mísseis de longo alcance Storm Shadow na Rússia.
Sem dizer como, Trump enfatizou que terminará a guerra entre Rússia e Ucrânia em poucos dias após a posse e sinalizou, em diversas ocasiões, que suspenderia a ajuda militar ao país. “Acho que Zelensky é o maior vendedor da história. Toda vez que vem ao nosso país, ele vai embora com 60 bilhões de dólares”, repetiu, com exageros, durante a campanha eleitoral.
A autorização de Biden ao lançamento de mísseis de longo alcance tem como objetivo atingir tropas russas e norte-coreanas na região russa de Kursk, tomada em agosto pela Ucrânia. O ditador Kim Jong-un mandou 12 mil soldados para reforçar o Exército russo. “Estamos lutando agora contra dois países, Rússia e Coreia do Norte”, chiou Zelensky.
A questão é o quanto o uso desses mísseis impactará o rumo da guerra, mas analistas militares especulam que sua ação será restrita. Não está claro, por exemplo, quantos ATACMS a Ucrânia possui. Sabe-se que algumas dessas armas já foram utilizadas em alvos russos dentro do território ucraniano.
O Kremlin descreve a medida dos EUA como “uma nova reviravolta na escalada” no conflito e antecipou que o país reagirá “apropriadamente”. O atual governo americano se ampara na tese de que a permissão ao lançamento de mísseis americanos é uma reação a uma escalada russa, e visa a propiciar melhores condições a Zelensky.
O aval americano, contudo, chega tarde. Seu efeito deve ser limitado pela chegada de Trump ao poder.
REUTERS/Leah Millis
A dois meses de passar o bastão para Donald Trump, o presidente Joe Biden aproveita a reunião do G20, no Rio de Janeiro, para deixar saber a sua decisão de flexibilizar as restrições ao uso de mísseis americanos de longo alcance, para que a Ucrânia possa atingir alvos dentro da Rússia. A medida tem caráter simbólico, mas é significativa para a Ucrânia, que vem enfrentando dias difíceis para conter o avanço russo.
Os EUA resistiram muito a permitir que a Ucrânia lançasse os mísseis ATACMS, com alcance de 300 quilômetros, no território russo por medo de que isso representasse uma escalada no curso da guerra, que completa, nesta terça-feira, mil dias.
Em setembro, o presidente Vladimir Putin deixou claro que a Rússia encararia uma decisão desse tipo como o envolvimento direto da Otan no conflito militar, ou seja, uma agressão à Rússia. A afirmação foi reforçada nesta segunda-feira pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que disse acreditar que o presidente americano está colocando “lenha na fogueira” do conflito na Ucrânia.
Biden, em certa medida, está pagando para ver, ao reverter a proibição do lançamento de mísseis em território russo. O presidente americano tenta assegurar, num esforço de última hora, o apoio adicional a Volodymyr Zelensky antes da posse de Trump, em 20 de janeiro. Ele deverá ser seguido por seus aliados europeus, como o Reino Unido, por exemplo, que permitirá que a Ucrânia use os mísseis de longo alcance Storm Shadow na Rússia.
Sem dizer como, Trump enfatizou que terminará a guerra entre Rússia e Ucrânia em poucos dias após a posse e sinalizou, em diversas ocasiões, que suspenderia a ajuda militar ao país. “Acho que Zelensky é o maior vendedor da história. Toda vez que vem ao nosso país, ele vai embora com 60 bilhões de dólares”, repetiu, com exageros, durante a campanha eleitoral.
A autorização de Biden ao lançamento de mísseis de longo alcance tem como objetivo atingir tropas russas e norte-coreanas na região russa de Kursk, tomada em agosto pela Ucrânia. O ditador Kim Jong-un mandou 12 mil soldados para reforçar o Exército russo. “Estamos lutando agora contra dois países, Rússia e Coreia do Norte”, chiou Zelensky.
A questão é o quanto o uso desses mísseis impactará o rumo da guerra, mas analistas militares especulam que sua ação será restrita. Não está claro, por exemplo, quantos ATACMS a Ucrânia possui. Sabe-se que algumas dessas armas já foram utilizadas em alvos russos dentro do território ucraniano.
O Kremlin descreve a medida dos EUA como “uma nova reviravolta na escalada” no conflito e antecipou que o país reagirá “apropriadamente”. O atual governo americano se ampara na tese de que a permissão ao lançamento de mísseis americanos é uma reação a uma escalada russa, e visa a propiciar melhores condições a Zelensky.
O aval americano, contudo, chega tarde. Seu efeito deve ser limitado pela chegada de Trump ao poder.
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Postado em: 13:05