Religiosa e bispo emérito são reconhecidos internacionalmente pela luta contra o tráfico humano e a exploração sexual infantil no Marajó. Dom Azcona morreu após internação para tratamento de câncer no pâncreas. Irmã Henriqueta e Dom Azcona se tornaram símbolos da luta contra tráfico humano e abuso infantil no Marajó.
Reprodução / TV Liberal
“Um vazio imenso, ele vai deixar uma grande lacuna”, disse a irmã Marie Henriqueta Cavalcante, em Belém, durante o velório de Dom Azcona, amigo e companheiro de missões religiosas, que morreu nesta quarta-feira (20), aos 84 anos.
A irmã preside o Instituto que leva o nome do bispo emérito do Marajó. Ambos se tornaram símbolos da luta contra o tráfico humano e a exploração sexual infantil no arquipélago do Marajó.
A religiosa estava bastante emocionada e falou sobre a importância de Dom Azcona para a sociedade paraense. “É um momento muito difícil se despedir de uma pessoa significativa na minha vida, na vida do povo marajoara, do povo do Pará”, afirmou.
“Ele deixa um legado enorme não só para o povo, mas dentro da igreja. Foram vinte anos de vivência, de muita luta, muitas travessias nas baías, nos rios marajoaras, foi uma convivência muito sadia, de muito risco, perseverança, resistência e muita coragem. Fomos dois corajosos”.
Dom Azcona foi símbolo da luta pelos direitos humanos no arquipélago do Marajó.
CNBB/Divulgação
Henriqueta lembra que Dom Azcona era uma pessoa muito generosa e que sempre levantou a voz diante das denúncias que recebiam. “Eu dizia a ele que a vida pertence a quem se atreve, e ele sempre dizia que nunca iríamos nos calar”.
A irmã disse que deve continuar o legado de Dom Azcona: “continuar cumprindo a missão de lutar e estar ao lado daqueles que mais precisam. Mas ele deixa um apelo da continuidade, da entrega, da doação e do serviço, isso nós vamos continuar fazendo”.
Despedida
Corpo de Dom Azcona é velado em Belém.
Elielson Almeida / TV Liberal
Admiradores de Dom Azcona se reuniram na noite de quarta-feira (20) para prestar homenagens na Paróquia São José Queluz, no bairro de Canudos, em Belém.
Bispo emérito do Marajó que morreu pela manhã aos 84 anos, Dom Azcona é símbolo da luta contra tráfico humano e abuso infantil. O governo do Pará decretou luto oficial de três dias.
O corpo chegou ao local e o caixão estava sendo preparado no início da noite. Uma celebração iniciou por volta das 21h20, presidida pelo Freire Luiz Carlos Albim.
Uma missa está marcada para a manhã de quinta-feira (21), por volta das 7h, antes de o corpo do religioso ser levado para Soure, no arquipélago do Marajó, onde será sepultado.
Admiradores de Dom Azcona prestam homenagens em Belém.
Elielson Almeida / TV Liberal
Azcona estava internado em Belém desde o último dia 28 de outubro para tratamento de um câncer no pâncreas. O diagnostico ocorreu em junho.
Durante a última internação, os médicos informaram que a fragilidade do paciente impedia procedimentos cirúrgicos e que não havia mais opções de tratamento curativo.
Morre Dom Azcona, bispo emérito do Marajó
A morte dele foi confirmada nesta quarta-feira pela Prelazia do Marajó, região administrativa católica da qual fazia parte.
Dom Luís Azcona, bispo emérito do Marajó e símbolo da luta contra pedofilia, morre aos 84 anos
Bispo Dom José Luiz Azcona atua há mais de 30 anos na Ilha do Marajó
Reprodução/TV Globo
Diversas entidades, ligadas à cultura e atividades sociais, assim como organizações ligadas à igreja emitiram notas de pesar.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reconheceu e agradeceu por seu trabalho. “Dom Azcona deixa-nos um legado de amor, sabedoria e compaixão com os mais pequeninos, testemunho que continuará a inspirar a todos na Igreja no Brasil”, disse em um trecho – veja a íntegra aqui ao final da reportagem.
Reconhecimento internacional
Dom José Luís Azcona era liderança reconhecida internacionalmente pela luta contra o tráfico humano e o abuso sexual de crianças e adolescentes no Arquipélago do Marajó, no Pará.
Dom José Luis Azcona Hermoso nasceu em 1940 na Espanha. Ele chegou ao Brasil na metade da década de 80 como missionário na prelazia do Marajó e foi declarado bispo da região em 1987 pelo Papa João Paulo II.
O bispo emérito também foi fundamental para a instalação da CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará e no Congresso Nacional, nos anos de 2009 e 2010. O trabalho na defesa pelos direitos humanos no Marajó fez com que, em 2008, o nome dele estivesse entre as três lideranças católicas ameaçadas de morte no Pará.
Dom José Luís Azcona Hermoso
Tarso Sarraf
Em 2015, ele denunciou casos em que crianças foram exploradas por visitantes que chegavam à região, e eram abusadas com o consentimento da própria família. Os casos tiveram repercussão nacional. Por 30 anos atuou denunciando mazelas da região do Marajó e a exploração sexual de crianças no arquipélago.
Dom Azcona atuou como bispo titular da Prelazia do Marajó de 1987 a 2016.
Em 10 de setembro deste ano, já em ntratamento contra o câncer, ele recebeu a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado do Pará, no leito do hospital onde estava internado.
A homenagem foi feita pouco antes do Círio de Nazaré, maior procissão religiosa do Brasil, que ocorre há mais de 300 anos no Pará.
Dom Luís Azcona recebe visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré e abençoa os paraenses.
Reprodução/TV Liberal
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Reprodução / TV Liberal
“Um vazio imenso, ele vai deixar uma grande lacuna”, disse a irmã Marie Henriqueta Cavalcante, em Belém, durante o velório de Dom Azcona, amigo e companheiro de missões religiosas, que morreu nesta quarta-feira (20), aos 84 anos.
A irmã preside o Instituto que leva o nome do bispo emérito do Marajó. Ambos se tornaram símbolos da luta contra o tráfico humano e a exploração sexual infantil no arquipélago do Marajó.
A religiosa estava bastante emocionada e falou sobre a importância de Dom Azcona para a sociedade paraense. “É um momento muito difícil se despedir de uma pessoa significativa na minha vida, na vida do povo marajoara, do povo do Pará”, afirmou.
“Ele deixa um legado enorme não só para o povo, mas dentro da igreja. Foram vinte anos de vivência, de muita luta, muitas travessias nas baías, nos rios marajoaras, foi uma convivência muito sadia, de muito risco, perseverança, resistência e muita coragem. Fomos dois corajosos”.
Dom Azcona foi símbolo da luta pelos direitos humanos no arquipélago do Marajó.
CNBB/Divulgação
Henriqueta lembra que Dom Azcona era uma pessoa muito generosa e que sempre levantou a voz diante das denúncias que recebiam. “Eu dizia a ele que a vida pertence a quem se atreve, e ele sempre dizia que nunca iríamos nos calar”.
A irmã disse que deve continuar o legado de Dom Azcona: “continuar cumprindo a missão de lutar e estar ao lado daqueles que mais precisam. Mas ele deixa um apelo da continuidade, da entrega, da doação e do serviço, isso nós vamos continuar fazendo”.
Despedida
Corpo de Dom Azcona é velado em Belém.
Elielson Almeida / TV Liberal
Admiradores de Dom Azcona se reuniram na noite de quarta-feira (20) para prestar homenagens na Paróquia São José Queluz, no bairro de Canudos, em Belém.
Bispo emérito do Marajó que morreu pela manhã aos 84 anos, Dom Azcona é símbolo da luta contra tráfico humano e abuso infantil. O governo do Pará decretou luto oficial de três dias.
O corpo chegou ao local e o caixão estava sendo preparado no início da noite. Uma celebração iniciou por volta das 21h20, presidida pelo Freire Luiz Carlos Albim.
Uma missa está marcada para a manhã de quinta-feira (21), por volta das 7h, antes de o corpo do religioso ser levado para Soure, no arquipélago do Marajó, onde será sepultado.
Admiradores de Dom Azcona prestam homenagens em Belém.
Elielson Almeida / TV Liberal
Azcona estava internado em Belém desde o último dia 28 de outubro para tratamento de um câncer no pâncreas. O diagnostico ocorreu em junho.
Durante a última internação, os médicos informaram que a fragilidade do paciente impedia procedimentos cirúrgicos e que não havia mais opções de tratamento curativo.
Morre Dom Azcona, bispo emérito do Marajó
A morte dele foi confirmada nesta quarta-feira pela Prelazia do Marajó, região administrativa católica da qual fazia parte.
Dom Luís Azcona, bispo emérito do Marajó e símbolo da luta contra pedofilia, morre aos 84 anos
Bispo Dom José Luiz Azcona atua há mais de 30 anos na Ilha do Marajó
Reprodução/TV Globo
Diversas entidades, ligadas à cultura e atividades sociais, assim como organizações ligadas à igreja emitiram notas de pesar.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reconheceu e agradeceu por seu trabalho. “Dom Azcona deixa-nos um legado de amor, sabedoria e compaixão com os mais pequeninos, testemunho que continuará a inspirar a todos na Igreja no Brasil”, disse em um trecho – veja a íntegra aqui ao final da reportagem.
Reconhecimento internacional
Dom José Luís Azcona era liderança reconhecida internacionalmente pela luta contra o tráfico humano e o abuso sexual de crianças e adolescentes no Arquipélago do Marajó, no Pará.
Dom José Luis Azcona Hermoso nasceu em 1940 na Espanha. Ele chegou ao Brasil na metade da década de 80 como missionário na prelazia do Marajó e foi declarado bispo da região em 1987 pelo Papa João Paulo II.
O bispo emérito também foi fundamental para a instalação da CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará e no Congresso Nacional, nos anos de 2009 e 2010. O trabalho na defesa pelos direitos humanos no Marajó fez com que, em 2008, o nome dele estivesse entre as três lideranças católicas ameaçadas de morte no Pará.
Dom José Luís Azcona Hermoso
Tarso Sarraf
Em 2015, ele denunciou casos em que crianças foram exploradas por visitantes que chegavam à região, e eram abusadas com o consentimento da própria família. Os casos tiveram repercussão nacional. Por 30 anos atuou denunciando mazelas da região do Marajó e a exploração sexual de crianças no arquipélago.
Dom Azcona atuou como bispo titular da Prelazia do Marajó de 1987 a 2016.
Em 10 de setembro deste ano, já em ntratamento contra o câncer, ele recebeu a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado do Pará, no leito do hospital onde estava internado.
A homenagem foi feita pouco antes do Círio de Nazaré, maior procissão religiosa do Brasil, que ocorre há mais de 300 anos no Pará.
Dom Luís Azcona recebe visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré e abençoa os paraenses.
Reprodução/TV Liberal
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Postado em: 00:01