Perigos estão apontados em documento do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Estudantes dizem que o prédio Haroldo Lisboa da Cunha, conhecido como ‘Haroldinho’, não tem saída de emergência. Prédio da Uerj está com graves problemas estruturais, diz um relatório da universidade
Um dos principais prédios da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o Haroldo Lisboa da Cunha, conhecido como Haroldinho, passa por graves problemas estruturais.
Teto caindo, goteiras, falta de ventilação, iluminação precária e risco de incêndio são os perigos apontados no relatório do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da própria universidade. Estudantes dizem que não há saída de emergência.
O relatório, ao qual o RJ2 teve acesso, analisou as condições do subsolo. Os técnicos encontraram risco biológico em uma área desativada do prédio e alertaram que a ausência de ventilação e iluminação e o acúmulo de poeiras proporcionam a proliferação de fungos que podem causar danos à saúde.
O relatório também registrou que os quadros elétricos instalados no corredor e salas estão faltando portas e proteção internas, assim como vidros com produtos químicos, contendo ácidos e líquidos inflamáveis.
O documento conclui que “a atual condição do subsolo do pavilhão Haroldo Lisboa da cunha compromete a saúde ocupacional e representa risco grave de incêndio e explosão, podendo causar morte por asfixia e comprometer a edificação”.
Alunos dizem que a ‘cachoeira do Haroldinho’, uma grande goteira que se forma quando há chuva, faz com que suspendam as aulas. O perigo também está no chão, onde um buraco se formou após haver uma explosão no ar-condicionado.
“Estavam fazendo a manutenção do ar-condicionado e aconteceu uma explosão. Eu estava tendo até prova perto, na sala. Foi um caos e tudo mais. Isso afetou o chão do segundo andar. Como aquele lugar fica muito frágil, você não pode pisar ali, entendeu”, conta a estudante de biologia Sara Moura.
As salas do prédio alagam quando há chuva e formam uma cachoeira, suspendendo as aulas na universidade
Reprodução/TV Globo
Os alunos também contam que as quedas do teto são frequentes no prédio principal e que uma lâmpada chegou a cair em cima de uma trabalhadora.
“A gente tem relatos de alguns amigos nossos que contam que caiu do lado algum pedaço de tijolo. A gente já estava fazendo uma prova uma vez e estavam fazendo obra quando caiu um material deles lá de cima”, disse João Vitor Pinheiro.
“Uma trabalhadora estava fazendo a limpeza do prédio e a lâmpada, que tem uma extensão bem larga, caiu na cabeça dela, que teve que ir para o hospital correndo. E é uma lâmpada pesada”, disse Giovanna Hygino.
Os estudantes afirmam que têm que conviver com um cheiro forte de fungo e que uma professora teve problemas nos pulmões por causa do ar insalubre.
“Acabou que ela (professora), indo nos laboratórios todo dia e respirando esse ar, acabou tendo alguns problemas pulmonares por causa disso. No nosso centro acadêmico, o cheiro é insuportável de fungo muito forte. No último andar também, porque precisa fazer aquela pintura antifúngica, precisa fazer outros trabalhos que somente pintado lá de fora do prédio”, diz João Vitor.
Sara Moura fala que além dos problemas dos fungos, também há a sujeira do prédio que atrai insetos.
“Ainda é um cheiro forte, sabe? A gente já perdeu móveis por causa disso, já perdeu sofás que a gente teve que jogar fora, porque esse mofo infestou tudo. O que mais acontece também tem infestação de insetos. Às vezes pode aparecer rato, pode aparecer barata, por causa do esgoto. Já aconteceu de aparecer larva em bebedouro. Tiraram foto, mostraram, e precisaram limpar o bebedouro”.
O pavilhão, que foi o primeiro prédio da Uerj, parou no tempo quando o assunto é segurança. Alunos contam que o ‘Haroldinho’ não tem saídas de emergência nem brigada de incêndio. Um perigo iminente em um lugar onde há laboratórios de química e biologia que utilizam produtos inflamáveis.
“Só tem só uma escada e se você quiser sair ou você quiser acessar outros andares ou qualquer emergência que tiver ali, como já teve um princípio de incêndio, você não tem uma saída eficiente. Você só tem só esse tipo de saída”, disse Sara.
“Pode acontecer algum problema com incêndio e vocês não têm exatamente por onde sair. Teve até um relato que teve um princípio de incêndio no prédio e aí as pessoas não tiveram como sair por saída de incêndio, porque justamente não tem saída de incêndio. As pessoas tiveram que passar pelo princípio de incêndio, uma fumaça que a galera teve que passar. A gente continua passando por esses problemas e colocando nossa vida em risco nesse prédio”, afirma Giovanna.
O prédio passou por obras recentes, que segundo alunos, se concentraram na fachada e não resolveram os problemas principais. Eles pedem que uma reforma mais completa ganhe prioridade no orçamento da Uerj para 2025.
O que dizem os envolvidos
A Uerj se manifestou em nota que o Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, onde se localizam os Institutos de Química e de Biologia da Uerj, é um prédio antigo que possui demanda por reforma há muitos anos. A reitoria da Uerj, assim que assumiu, em janeiro deste ano, solicitou para a Prefeitura dos Campi um levantamento de todas as necessidades estruturais da Universidade.
“Diante da limitação de recursos que a Uerj vive, a gestão vem dialogando com o Governo do Estado sobre o orçamento e buscando formas alternativas, como as emendas parlamentares, para viabilizar as demandas prioritárias. A reforma no Pavilhão é uma delas”, diz a universidade.
Explosao do ar-condicionado abriu um buraco no chão do ‘Haroldinho’
Reprodução/TV Globo
Um dos principais prédios da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o Haroldo Lisboa da Cunha, conhecido como Haroldinho, passa por graves problemas estruturais.
Teto caindo, goteiras, falta de ventilação, iluminação precária e risco de incêndio são os perigos apontados no relatório do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da própria universidade. Estudantes dizem que não há saída de emergência.
O relatório, ao qual o RJ2 teve acesso, analisou as condições do subsolo. Os técnicos encontraram risco biológico em uma área desativada do prédio e alertaram que a ausência de ventilação e iluminação e o acúmulo de poeiras proporcionam a proliferação de fungos que podem causar danos à saúde.
O relatório também registrou que os quadros elétricos instalados no corredor e salas estão faltando portas e proteção internas, assim como vidros com produtos químicos, contendo ácidos e líquidos inflamáveis.
O documento conclui que “a atual condição do subsolo do pavilhão Haroldo Lisboa da cunha compromete a saúde ocupacional e representa risco grave de incêndio e explosão, podendo causar morte por asfixia e comprometer a edificação”.
Alunos dizem que a ‘cachoeira do Haroldinho’, uma grande goteira que se forma quando há chuva, faz com que suspendam as aulas. O perigo também está no chão, onde um buraco se formou após haver uma explosão no ar-condicionado.
“Estavam fazendo a manutenção do ar-condicionado e aconteceu uma explosão. Eu estava tendo até prova perto, na sala. Foi um caos e tudo mais. Isso afetou o chão do segundo andar. Como aquele lugar fica muito frágil, você não pode pisar ali, entendeu”, conta a estudante de biologia Sara Moura.
As salas do prédio alagam quando há chuva e formam uma cachoeira, suspendendo as aulas na universidade
Reprodução/TV Globo
Os alunos também contam que as quedas do teto são frequentes no prédio principal e que uma lâmpada chegou a cair em cima de uma trabalhadora.
“A gente tem relatos de alguns amigos nossos que contam que caiu do lado algum pedaço de tijolo. A gente já estava fazendo uma prova uma vez e estavam fazendo obra quando caiu um material deles lá de cima”, disse João Vitor Pinheiro.
“Uma trabalhadora estava fazendo a limpeza do prédio e a lâmpada, que tem uma extensão bem larga, caiu na cabeça dela, que teve que ir para o hospital correndo. E é uma lâmpada pesada”, disse Giovanna Hygino.
Os estudantes afirmam que têm que conviver com um cheiro forte de fungo e que uma professora teve problemas nos pulmões por causa do ar insalubre.
“Acabou que ela (professora), indo nos laboratórios todo dia e respirando esse ar, acabou tendo alguns problemas pulmonares por causa disso. No nosso centro acadêmico, o cheiro é insuportável de fungo muito forte. No último andar também, porque precisa fazer aquela pintura antifúngica, precisa fazer outros trabalhos que somente pintado lá de fora do prédio”, diz João Vitor.
Sara Moura fala que além dos problemas dos fungos, também há a sujeira do prédio que atrai insetos.
“Ainda é um cheiro forte, sabe? A gente já perdeu móveis por causa disso, já perdeu sofás que a gente teve que jogar fora, porque esse mofo infestou tudo. O que mais acontece também tem infestação de insetos. Às vezes pode aparecer rato, pode aparecer barata, por causa do esgoto. Já aconteceu de aparecer larva em bebedouro. Tiraram foto, mostraram, e precisaram limpar o bebedouro”.
O pavilhão, que foi o primeiro prédio da Uerj, parou no tempo quando o assunto é segurança. Alunos contam que o ‘Haroldinho’ não tem saídas de emergência nem brigada de incêndio. Um perigo iminente em um lugar onde há laboratórios de química e biologia que utilizam produtos inflamáveis.
“Só tem só uma escada e se você quiser sair ou você quiser acessar outros andares ou qualquer emergência que tiver ali, como já teve um princípio de incêndio, você não tem uma saída eficiente. Você só tem só esse tipo de saída”, disse Sara.
“Pode acontecer algum problema com incêndio e vocês não têm exatamente por onde sair. Teve até um relato que teve um princípio de incêndio no prédio e aí as pessoas não tiveram como sair por saída de incêndio, porque justamente não tem saída de incêndio. As pessoas tiveram que passar pelo princípio de incêndio, uma fumaça que a galera teve que passar. A gente continua passando por esses problemas e colocando nossa vida em risco nesse prédio”, afirma Giovanna.
O prédio passou por obras recentes, que segundo alunos, se concentraram na fachada e não resolveram os problemas principais. Eles pedem que uma reforma mais completa ganhe prioridade no orçamento da Uerj para 2025.
O que dizem os envolvidos
A Uerj se manifestou em nota que o Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, onde se localizam os Institutos de Química e de Biologia da Uerj, é um prédio antigo que possui demanda por reforma há muitos anos. A reitoria da Uerj, assim que assumiu, em janeiro deste ano, solicitou para a Prefeitura dos Campi um levantamento de todas as necessidades estruturais da Universidade.
“Diante da limitação de recursos que a Uerj vive, a gestão vem dialogando com o Governo do Estado sobre o orçamento e buscando formas alternativas, como as emendas parlamentares, para viabilizar as demandas prioritárias. A reforma no Pavilhão é uma delas”, diz a universidade.
Explosao do ar-condicionado abriu um buraco no chão do ‘Haroldinho’
Reprodução/TV Globo
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Postado em: 20:00