Elza Pereira de Lima, de 34 anos, quer pedalar por aproximadamente dois mil quilômetros para realizar o sonho de conhecer a Chapada Diamantina (BA). Elza embarcou na aventura rumo à Bahia no início de outubro
Arquivo pessoal
Uma moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, pediu demissão em dois empregos para viajar de bicicleta e realizar o sonho de conhecer a Chapada Diamantina, na Bahia. Ao g1, Elza Pereira de Lima, de 32 anos, contou que vai pedalar mais de dois mil quilômetros para chegar ao destino. “A minha mãe, se pudesse, teria me algemado para eu não sair de casa”, brincou ela.
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Elza mora com a mãe em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá (SP). Ela trabalhava como assistente administrativa em um escritório de engenharia civil e também na área comercial de uma empresa de engenharia elétrica.
A mulher saiu de casa para realizar o sonho no dia 1 de outubro. Desde então, passou por cidades como Bertioga, Mogi das Cruzes, Taubaté, Aparecida, Itanhandu, Santana do Capivari e São Lourenço. Ao g1, ela contou que estava em Cruzília (MG), na última quarta-feira (16).
“Não tenho previsão de quando vou chegar e [também] não faço a menor ideia de onde vou ficar. Mas, muito provavelmente, devo levar pelo menos uns três, quatro meses para chegar lá”, disse ela.
Elza afirmou que, em caso de não conseguir acolhimento em casas pelas cidades por onde passa, monta a barraca em um local que considera seguro. Para fazer a viagem, a mulher usa um par de botas confortáveis, antes utilizadas em trilhas, e pedala ao menos 30 km por dia.
Sonho
Elza no primeiro dia de viagem (à esq.) e perto de placa em entrada
Arquivo pessoal
Elza afirmou que o fato de não estar em um relacionamento ou ter filhos permitiu que seguisse os planos sem grandes obstáculos.
Apesar disso, ela contou que os amigos e a família acharam a medida “maluca”. Mesmo assim, não recebeu críticas das pessoas próximas.
“A minha mãe, se pudesse, teria me algemado para eu não sair de casa”, brincou Elza. “Na verdade, eles desejam profundamente que dê tudo certo. Só desejam proteção para mim com a preocupação inevitável”.
Galerias Relacionadas
A viajante contou que sempre nutriu o desejo de viajar de bicicleta. A decisão, porém, foi tomada há um ano. Questionada sobre as motivações de fazer o percurso desta forma, ela respondeu que o caso é “complexo”, uma vez que as razões vão além do fator econômico.
“Em resumo, [foi] a descoberta de que a gente não precisa de muito para realizar sonhos, para conhecer o outro lado do mundo que a gente não vê na TV”, disse Elza.
Dormindo na estrada
Elza usa barraca para dormir durante a viagem de bicicleta
Arquivo pessoal
A mulher levou itens que considera “básicos” para a viagem, como uma barraca, panelas, roupas, água e um fogareiro à base de etanol para cozinhar os alimentos. Um dos principais desafios, segundo ela, é saber onde vai pernoitar, já que evita fazer reservas em pousadas e hotéis pelo caminho.
Quando chegou em Minas Gerais, Elza seguiu o trajeto pela Estrada Real. Nos primeiros três dias, ela estranhou a dificuldade do caminho devido às diversas subidas. A mulher explicou que, normalmente, prefere fazer o percurso por estradas de terra, evitando pegar a pista.
“Não reservo nada, espero chegar no local onde preciso e vou verificando, ou pergunto para alguém se [me] deixa montar a barraca num espacinho, ou se a pessoa conhece algum local na região”, explicou.
Elza levou panelas e instrumentos básicos para cozinhar alimentos na viagem
Arquivo pessoal
Desde que começou o percurso, Elza já foi acolhida por famílias e até dormiu em um posto de gasolina, dentro da barraca que levou para a viagem. Outro local de descanso foi um jardim na frente de uma casa. Na ocasião, os donos da casa permitiram a estadia dela no espaço.
Apesar dos poucos itens que levou, Elza continua fazendo uso do celular para avisar a família sobre o andamento da viagem.
Medo
Parada para preparar um lache em São José dos Campos no dia 5 (à esq.) e Pouso Alto (MG), no dia 15 (à dir.)
Arquivo pessoal
Elza ressaltou que não pedala profissionalmente, mas sempre gostou da bicicleta. Por isso, ela considera apenas que uniu o “útil ao agradável” e ao “econômico”.
A mulher disse que tenta ser destemida na estrada, mas confessou que, em determinadas situações, sofre com o sentimento negativo.
“O medo, com certeza, existe. Não tem como, porque estou sozinha, exposta e em um local que nunca vim antes. Nunca passei por esses lugares, nunca passei por essas estradas”, disse ela. “[Existem] trechos em que você pedala bastante sem ver nada”.
Elza afirmou não ficar “paralisada” com o medo, nem com vontade de desistir da viagem usando a bicicleta. “É um medo mais de ‘alerta’, ficar alerta e continuar com os cuidados dentro do possível. E com o objetivo que eu tenho, que é de chegar na Chapada”.
Voluntariado
Elza passou pela cidade de Cruzeiro (SP) rumo ao estado da Bahia
Arquivo pessoal
Além de realizar o sonho de chegar ao destino final, Elza deseja praticar boas ações no meio do caminho por meio de voluntariado relacionado com a construção de casas de barro. Em troca, ela deseja receber hospedagem.
Quando finalmente chegar na Chapada Diamantina, a mulher planeja ficar no local por aproximadamente um mês e, depois, voltar para casa de ônibus. Isto é, caso os planos não mudarem até lá.
“Recomendaria para as pessoas tentarem fazer [a viagem de bicicleta], mas [aviso] que se preparem muito mais psicologicamente [do] que fisicamente”, finalizou.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Arquivo pessoal
Uma moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, pediu demissão em dois empregos para viajar de bicicleta e realizar o sonho de conhecer a Chapada Diamantina, na Bahia. Ao g1, Elza Pereira de Lima, de 32 anos, contou que vai pedalar mais de dois mil quilômetros para chegar ao destino. “A minha mãe, se pudesse, teria me algemado para eu não sair de casa”, brincou ela.
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Elza mora com a mãe em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá (SP). Ela trabalhava como assistente administrativa em um escritório de engenharia civil e também na área comercial de uma empresa de engenharia elétrica.
A mulher saiu de casa para realizar o sonho no dia 1 de outubro. Desde então, passou por cidades como Bertioga, Mogi das Cruzes, Taubaté, Aparecida, Itanhandu, Santana do Capivari e São Lourenço. Ao g1, ela contou que estava em Cruzília (MG), na última quarta-feira (16).
“Não tenho previsão de quando vou chegar e [também] não faço a menor ideia de onde vou ficar. Mas, muito provavelmente, devo levar pelo menos uns três, quatro meses para chegar lá”, disse ela.
Elza afirmou que, em caso de não conseguir acolhimento em casas pelas cidades por onde passa, monta a barraca em um local que considera seguro. Para fazer a viagem, a mulher usa um par de botas confortáveis, antes utilizadas em trilhas, e pedala ao menos 30 km por dia.
Sonho
Elza no primeiro dia de viagem (à esq.) e perto de placa em entrada
Arquivo pessoal
Elza afirmou que o fato de não estar em um relacionamento ou ter filhos permitiu que seguisse os planos sem grandes obstáculos.
Apesar disso, ela contou que os amigos e a família acharam a medida “maluca”. Mesmo assim, não recebeu críticas das pessoas próximas.
“A minha mãe, se pudesse, teria me algemado para eu não sair de casa”, brincou Elza. “Na verdade, eles desejam profundamente que dê tudo certo. Só desejam proteção para mim com a preocupação inevitável”.
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A viajante contou que sempre nutriu o desejo de viajar de bicicleta. A decisão, porém, foi tomada há um ano. Questionada sobre as motivações de fazer o percurso desta forma, ela respondeu que o caso é “complexo”, uma vez que as razões vão além do fator econômico.
“Em resumo, [foi] a descoberta de que a gente não precisa de muito para realizar sonhos, para conhecer o outro lado do mundo que a gente não vê na TV”, disse Elza.
Dormindo na estrada
Elza usa barraca para dormir durante a viagem de bicicleta
Arquivo pessoal
A mulher levou itens que considera “básicos” para a viagem, como uma barraca, panelas, roupas, água e um fogareiro à base de etanol para cozinhar os alimentos. Um dos principais desafios, segundo ela, é saber onde vai pernoitar, já que evita fazer reservas em pousadas e hotéis pelo caminho.
Quando chegou em Minas Gerais, Elza seguiu o trajeto pela Estrada Real. Nos primeiros três dias, ela estranhou a dificuldade do caminho devido às diversas subidas. A mulher explicou que, normalmente, prefere fazer o percurso por estradas de terra, evitando pegar a pista.
“Não reservo nada, espero chegar no local onde preciso e vou verificando, ou pergunto para alguém se [me] deixa montar a barraca num espacinho, ou se a pessoa conhece algum local na região”, explicou.
Elza levou panelas e instrumentos básicos para cozinhar alimentos na viagem
Arquivo pessoal
Desde que começou o percurso, Elza já foi acolhida por famílias e até dormiu em um posto de gasolina, dentro da barraca que levou para a viagem. Outro local de descanso foi um jardim na frente de uma casa. Na ocasião, os donos da casa permitiram a estadia dela no espaço.
Apesar dos poucos itens que levou, Elza continua fazendo uso do celular para avisar a família sobre o andamento da viagem.
Medo
Parada para preparar um lache em São José dos Campos no dia 5 (à esq.) e Pouso Alto (MG), no dia 15 (à dir.)
Arquivo pessoal
Elza ressaltou que não pedala profissionalmente, mas sempre gostou da bicicleta. Por isso, ela considera apenas que uniu o “útil ao agradável” e ao “econômico”.
A mulher disse que tenta ser destemida na estrada, mas confessou que, em determinadas situações, sofre com o sentimento negativo.
“O medo, com certeza, existe. Não tem como, porque estou sozinha, exposta e em um local que nunca vim antes. Nunca passei por esses lugares, nunca passei por essas estradas”, disse ela. “[Existem] trechos em que você pedala bastante sem ver nada”.
Elza afirmou não ficar “paralisada” com o medo, nem com vontade de desistir da viagem usando a bicicleta. “É um medo mais de ‘alerta’, ficar alerta e continuar com os cuidados dentro do possível. E com o objetivo que eu tenho, que é de chegar na Chapada”.
Voluntariado
Elza passou pela cidade de Cruzeiro (SP) rumo ao estado da Bahia
Arquivo pessoal
Além de realizar o sonho de chegar ao destino final, Elza deseja praticar boas ações no meio do caminho por meio de voluntariado relacionado com a construção de casas de barro. Em troca, ela deseja receber hospedagem.
Quando finalmente chegar na Chapada Diamantina, a mulher planeja ficar no local por aproximadamente um mês e, depois, voltar para casa de ônibus. Isto é, caso os planos não mudarem até lá.
“Recomendaria para as pessoas tentarem fazer [a viagem de bicicleta], mas [aviso] que se preparem muito mais psicologicamente [do] que fisicamente”, finalizou.
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Postado em: 06:04