Em 2024, a moeda americana encareceu R$ 1. No começo de janeiro, o dólar era cotado em R$ 4,85. Nesta sexta-feira (22), fechou valendo R$ 5,81. Dólar sobe quase 20% no acumulado do ano; veja impacto no preço dos produtos no mercado brasileiro
Reprodução/TV Globo
De janeiro até novembro de 2024, o dólar já subiu quase 20%. E quando a moeda americana sobe, puxa o preço de muitos outros produtos.
A conta vem em real, mas o preço que a gente paga por quase tudo tem a ver com o dólar. Em 2024, a moeda americana encareceu R$ 1. No começo de janeiro, o dólar era cotado a R$ 4,85. Nesta sexta-feira (22), fechou valendo R$ 5,81. No acumulado do ano, já subiu quase 20%.
O aumento de quase R$ 1 tem relação com muitos fatores internos e externos, explica o economista Roberto Padovani.
“O mundo ficou muito mais confuso, muito mais complicado porque é o medo de menor crescimento, juros elevados fora do país… E, no caso brasileiro, o que a gente tem é uma dívida em alta que assusta todo mundo. Uma alta de 20% do dólar não faz parte do padrão do mercado cambial. O que a gente tem visto ao longo de 2024 é uma alta expressiva”.
Isso significa que ficou bem mais caro produzir – da lavoura à indústria. A pecuária, por exemplo, precisa de insumos importados – e essa é uma das razões para alta de 6,28% da carne. As plantações de café sofreram com o clima.
Além disso, o preço da saca é definido no mercado internacional, em dólar. Isso explica parte da alta de mais de 8% no ano no cafezinho. O petróleo também tem o preço negociado globalmente. A gasolina subiu mais de 9% em 2024. O economista Rodolfo Margato explica que os fatores que pressionam a inflação mudaram ao longo do ano.
“A inflação estava relativamente bem comportada no início de 2024, com uma composição que chamava a atenção. A inflação de serviços permanecendo em níveis elevados porque ela é mais ligada a mercado de trabalho. Recentemente, aqueles grupos que estavam relativamente baixos começaram também a pressionar a inflação geral: alimentos e bens”, ressalta.
Variação do dólar em 2024
Reprodução/TV Globo
O problema, segundo os economistas, é que o dólar alto este ano não foi um ponto fora da curva. Aliás, a trajetória da moeda americana foi de alta constante de janeiro até agora. E isso fez com que a cotação alcançasse novos patamares.
“À medida que o dólar vai sustentando o novo patamar na casa de 5,80, 5,90 por muito tempo, as pessoas vão se convencendo de que a moeda mudou de patamar. Portanto, os custos são outros e, portanto, há mais incentivo para que esses custos sejam repassados”, afirma o economista-chefe do Banco BV.
“Dólar mais forte impacta o custo de vida das famílias, impacta os custos das empresas. Então temos observado esses sinais, esses impactos aí em vários segmentos, em praticamente todas as famílias”, conclui o economista da XP.
Veja impacto da subida do dólar no preço dos produtos no mercado brasileiro
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De janeiro até novembro de 2024, o dólar já subiu quase 20%. E quando a moeda americana sobe, puxa o preço de muitos outros produtos.
A conta vem em real, mas o preço que a gente paga por quase tudo tem a ver com o dólar. Em 2024, a moeda americana encareceu R$ 1. No começo de janeiro, o dólar era cotado a R$ 4,85. Nesta sexta-feira (22), fechou valendo R$ 5,81. No acumulado do ano, já subiu quase 20%.
O aumento de quase R$ 1 tem relação com muitos fatores internos e externos, explica o economista Roberto Padovani.
“O mundo ficou muito mais confuso, muito mais complicado porque é o medo de menor crescimento, juros elevados fora do país… E, no caso brasileiro, o que a gente tem é uma dívida em alta que assusta todo mundo. Uma alta de 20% do dólar não faz parte do padrão do mercado cambial. O que a gente tem visto ao longo de 2024 é uma alta expressiva”.
Isso significa que ficou bem mais caro produzir – da lavoura à indústria. A pecuária, por exemplo, precisa de insumos importados – e essa é uma das razões para alta de 6,28% da carne. As plantações de café sofreram com o clima.
Além disso, o preço da saca é definido no mercado internacional, em dólar. Isso explica parte da alta de mais de 8% no ano no cafezinho. O petróleo também tem o preço negociado globalmente. A gasolina subiu mais de 9% em 2024. O economista Rodolfo Margato explica que os fatores que pressionam a inflação mudaram ao longo do ano.
“A inflação estava relativamente bem comportada no início de 2024, com uma composição que chamava a atenção. A inflação de serviços permanecendo em níveis elevados porque ela é mais ligada a mercado de trabalho. Recentemente, aqueles grupos que estavam relativamente baixos começaram também a pressionar a inflação geral: alimentos e bens”, ressalta.
Variação do dólar em 2024
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O problema, segundo os economistas, é que o dólar alto este ano não foi um ponto fora da curva. Aliás, a trajetória da moeda americana foi de alta constante de janeiro até agora. E isso fez com que a cotação alcançasse novos patamares.
“À medida que o dólar vai sustentando o novo patamar na casa de 5,80, 5,90 por muito tempo, as pessoas vão se convencendo de que a moeda mudou de patamar. Portanto, os custos são outros e, portanto, há mais incentivo para que esses custos sejam repassados”, afirma o economista-chefe do Banco BV.
“Dólar mais forte impacta o custo de vida das famílias, impacta os custos das empresas. Então temos observado esses sinais, esses impactos aí em vários segmentos, em praticamente todas as famílias”, conclui o economista da XP.
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Postado em: 21:06