Técnica desenvolvida no Hospital das Clínicas de São Paulo foi colocada em prática na Santa Casa de Juiz de Fora. Doação pareada: entenda procedimento inédito que permitiu famílias diferentes realizarem ‘troca de doações’ de rins
No Brasil, a maior parte das pessoas na fila de espera do transplante necessita de um rim. São mais de 40 mil pacientes aguardando pelo órgão, segundo o Ministério da Saúde.
O Profissão Repórter desta terça-feira (8) destacou uma técnica desenvolvida no Hospital das Clínicas de São Paulo e colocada em prática na Santa Casa de Juiz de Fora que pode diminuir esse tempo de espera: o transplante pareado. Veja no vídeo acima.
Na reportagem, três pares de familiares ilustraram como essa técnica funciona. Rosa, Janaína e Vantuil estavam todos em uma situação semelhante: queriam doar rins para seus parentes, mas não eram doares compatíveis.
O transplante pareado trouxe a solução. Os familiares descobriram ser compatíveis com os outros pacientes e a combinação entre as famílias gerou uma “troca de doações”. Veja:
Rosa doou para Sérgio, pai de Janaína
Janaína doou para Maria Aparecida, esposa de Vantuil
Vantuil, por sua vez, doou para Ana Célia, irmã de Rosa
“A doação pareada é um conceito tecnicamente simples: a gente faz uma troca entre pacientes que são imunologicamente incompatíveis de forma que eles se tornem compatíveis. Todo mundo entrou no centro cirúrgico ao mesmo tempo. Todos os doadores fizeram a doação e todos os receptores receberam um rim, só que não do seu parente, receberam de outra pessoa”, explica a médica nefrologista, Juliana Bastos.
A lei brasileira diz que a doação de órgãos entre vivos só é permitida para cônjuges ou pessoas que tenham parentesco consanguíneo até o quarto grau. O projeto de pesquisa do transplante pareado obteve autorização da Justiça.
“Esses familiares estão, de certa forma, doando o rim em benefício de seus parentes, porque sem a doação deles, os parentes não receberiam o transplante”, ressalta a médica.
Os respectivos doares e receptores não se conheciam.
“A gente foi se conhecendo depois da cirurgia. Todo mundo acordou junto no mesmo quarto e foi descobrindo quem doou para quem. E foi uma felicidade só”, conta Rosa.
Os pacientes continuam em contato até hoje.
“Sim, temos um grupo nosso, chamado ‘Os Transplantáveis'”, brinca.
Doação pareada: entenda procedimento inédito que permitiu famílias diferentes realizarem ‘troca de doações’ de rins
Reprodução/TV Globo
Maria Aparecida, uma das beneficiadas pelo transplante, compartilhou a alegria da nova vida:
“Eu tinha medo de não dar certo e voltar àquela rotina antiga, mas agora estou bem demais. Graças a Deus, posso beber água à vontade. Foi uma bênção”.
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 08/10/2024
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No Brasil, a maior parte das pessoas na fila de espera do transplante necessita de um rim. São mais de 40 mil pacientes aguardando pelo órgão, segundo o Ministério da Saúde.
O Profissão Repórter desta terça-feira (8) destacou uma técnica desenvolvida no Hospital das Clínicas de São Paulo e colocada em prática na Santa Casa de Juiz de Fora que pode diminuir esse tempo de espera: o transplante pareado. Veja no vídeo acima.
Na reportagem, três pares de familiares ilustraram como essa técnica funciona. Rosa, Janaína e Vantuil estavam todos em uma situação semelhante: queriam doar rins para seus parentes, mas não eram doares compatíveis.
O transplante pareado trouxe a solução. Os familiares descobriram ser compatíveis com os outros pacientes e a combinação entre as famílias gerou uma “troca de doações”. Veja:
Rosa doou para Sérgio, pai de Janaína
Janaína doou para Maria Aparecida, esposa de Vantuil
Vantuil, por sua vez, doou para Ana Célia, irmã de Rosa
“A doação pareada é um conceito tecnicamente simples: a gente faz uma troca entre pacientes que são imunologicamente incompatíveis de forma que eles se tornem compatíveis. Todo mundo entrou no centro cirúrgico ao mesmo tempo. Todos os doadores fizeram a doação e todos os receptores receberam um rim, só que não do seu parente, receberam de outra pessoa”, explica a médica nefrologista, Juliana Bastos.
A lei brasileira diz que a doação de órgãos entre vivos só é permitida para cônjuges ou pessoas que tenham parentesco consanguíneo até o quarto grau. O projeto de pesquisa do transplante pareado obteve autorização da Justiça.
“Esses familiares estão, de certa forma, doando o rim em benefício de seus parentes, porque sem a doação deles, os parentes não receberiam o transplante”, ressalta a médica.
Os respectivos doares e receptores não se conheciam.
“A gente foi se conhecendo depois da cirurgia. Todo mundo acordou junto no mesmo quarto e foi descobrindo quem doou para quem. E foi uma felicidade só”, conta Rosa.
Os pacientes continuam em contato até hoje.
“Sim, temos um grupo nosso, chamado ‘Os Transplantáveis'”, brinca.
Doação pareada: entenda procedimento inédito que permitiu famílias diferentes realizarem ‘troca de doações’ de rins
Reprodução/TV Globo
Maria Aparecida, uma das beneficiadas pelo transplante, compartilhou a alegria da nova vida:
“Eu tinha medo de não dar certo e voltar àquela rotina antiga, mas agora estou bem demais. Graças a Deus, posso beber água à vontade. Foi uma bênção”.
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Postado em: 07:05