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Casos de tuberculose sobem quase 20% na América Latina desde 2015; encarceramento é fator de risco
Aumento na América Latina vai na contramão do que ocorre pelo mundo, que viu a incidência cair 8,7% desde 2015. População em privação de liberdade quase quadruplicou nos últimos 30 anos na região. Encarceramento é o principal fator de risco da tuberculose na América Latina, conclui estudo
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O encarceramento é o principal fator de risco da tuberculose na América Latina, concluiu pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com instituições da Argentina, Brasil, Colômbia, Peru, e Estados Unidos. A incidência da doença vem aumentando na América Latina, onde a população privada de liberdade quase quadruplicou desde 1990.
A tuberculose atingiu 10,6 milhões de pessoas em 2022 em nível mundial e, apesar de a incidência global da doença ter diminuído 8,7% desde 2015, na América Latina a ocorrência de casos aumentou 19% no mesmo período.
Ao mesmo tempo, na América Latina, a população em privação de liberdade quase quadruplicou nos últimos 30 anos, o crescimento mais rápido de qualquer região do mundo.
O estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista científica “The Lancet Public Health” avaliou o impacto total da epidemia de tuberculose na população e os efeitos para além das prisões – com as cadeias de transmissão, atingindo também a população em geral.
Tuberculose mata 14 pessoas por dia no Brasil, número recorde em quase duas décadas
A pesquisa foi realizada com dados coletados no período de 1990 a 2023 nos países participantes e teve como objetivo entender o impacto do aumento nas prisões sobre a saúde pública.
O estudo analisou seis países que representam 80% da população privada de liberdade da América Latina e esses países concentram 80% dos casos de tuberculose na região. O encarceramento explica 27% de todos os casos de tuberculose na América Latina.
No Brasil, é o principal fator de risco. Chega a cerca de 35% de todos os casos de tuberculose, superando o de pessoas vivendo com HIV/Aids.
O programa do Ministério da Saúde Brasil Saudável informa que a tuberculose está incluída nas 11 doenças em que é necessária a redução e eliminação da carga.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e professor da UFMS Julio Croda defende ações mais efetivas para a redução da carga da tuberculose na população encarcerada, no Brasil:
“A gente eliminou recentemente a filariose. A tuberculose a gente não vai conseguir eliminar, mas pode reduzir para uma carga aceitável – de 40 por 100 mil habitantes (taxa atual) para 10 por 100 mil habitantes – uma redução de 75%, que a gente busca alcançar até 2030. Na América Latina 25% dessa carga está dentro da prisão e, no Brasil, 40% dessa carga está dentro da prisão. Se a gente não abordar esta população de forma efetiva, a gente não vai atingir a meta de reduzir a carga da tuberculose n Brasil”, afirma Croda.
Diversos fatores contribuem para que taxas de tuberculose sejam 26 vezes maiores entre pessoas privadas de liberdade do que na população em geral na América do Sul. Essas pessoas podem ter risco elevado de tuberculose antes do encarceramento, mas elas são ainda mais expostas às condições prisionais que promovem a transmissão e a progressão da doença, como superlotação, ventilação precária, desnutrição e acesso limitado a cuidados de saúde.
A metodologia utilizou modelos dinâmicos de transmissão, ajustados aos dados históricos e contemporâneos sobre privação de liberdade e tuberculose nos países analisados.
Em 2019, 27,2% dos casos novos foram relacionados ao encarceramento, mais do que a porcentagem atribuível a outros fatores de risco, incluindo HIV e desnutrição.
O estudo concluiu que as intervenções na área política de privação de liberdade poderiam reduzir em mais de 10% a futura incidência da tuberculose na população geral do Brasil, na Colômbia, na Argentina, em El Salvador e no Peru.
Os pesquisadores defendem que as agências internacionais de saúde, os ministérios da justiça e os programas nacionais de tuberculose colaborem para enfrentar esta crise sanitária com estratégias abrangentes que incluam o desencarceramento para o controle da doença na região.
Três cenários do que poderia acontecer até 2034 foram simulados pelo estudo se as taxas de privação de liberdade diminuíssem de maneira controlada:
No primeiro, o número de pessoas em privação de liberdade e o tempo que elas ficam encarceradas permaneceriam constantes.
No segundo, as taxas de entrada nas prisões e o tempo de privação de liberdade continuariam aumentando, como tem acontecido nos últimos 10 anos.
No terceiro, o número de pessoas entrando e o tempo que ficam presas seria reduzido em 25% ou 50%, o que, segundo o estudo, poderia diminuir os casos de tuberculose no futuro.
As simulações mostraram que menos pessoas privadas de liberdade significaria menos tuberculose até 2034, o que sugere que políticas de redução no encarceramento poderiam ter um impacto positivo na saúde pública.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os cinco maiores fatores de risco para a tuberculose são: desnutrição, HIV, alcoolismo, tabagismo e diabetes. Embora esses fatores variem por idade e possam se sobrepor, a pesquisa destacou que a população carcerária é um fator de risco muito importante.
Os pesquisadores defendem que essas intervenções devem incluir não só estratégias para reduzir o risco de tuberculose entre indivíduos atualmente e anteriormente em privação de liberdade, mas também esforços para acabar com a privação de liberdade em massa.
De acordo com o estudo “Encarceramento em massa como motor da epidemia de tuberculose na América Latina e impactos projetados de alternativas políticas: um estudo de modelagem matemática”, o verdadeiro impacto da privação de liberdade na epidemia de tuberculose em toda a região tem sido subestimado devido a um “foco estreito” nas doenças que ocorrem durante o encarceramento.
Saiba mais sobre a tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch;
A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar);
Transmissão: por via respiratória, pela eliminação de aerossóis de uma pessoa com tuberculose ativa. Não se transmite por objetos compartilhados;
Sintomas: o principal é uma tosse persistente por três semanas ou mais. Essa tosse pode ser seca ou com catarro. Além disso, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento também são sinais;
Diagnóstico: feito através de teste rápido molecular, exame de cultura e teste de sensibilidade aos fármacos. A realização de uma radiografia do tórax também é indicada;
Tratamento: dura seis meses com quatro medicamentos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Para se curar da doença, ele precisa ser feito até o final, independentemente do desaparecimento dos sintomas;
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido;
A bactéria que causa tuberculose também pode ficar inativada no corpo, sem manifestação da doença: é a Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis, que também precisa ser tratada.
LEIA TAMBÉM:
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Sarna e furúnculo: surto de doenças atinge 500 detentos no maior presídio de MS
Comida estragada, água com larva e celas sem ventilação: relatório de órgão de fiscalização aponta condições precárias em presídios de SP
Superlotação: quase 70% dos presídios de Minas Gerais estão em condições de regulares a péssimas
Com total de mais de 200 mil detentos, São Paulo tem presídios com superlotação
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O encarceramento é o principal fator de risco da tuberculose na América Latina, concluiu pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com instituições da Argentina, Brasil, Colômbia, Peru, e Estados Unidos. A incidência da doença vem aumentando na América Latina, onde a população privada de liberdade quase quadruplicou desde 1990.
A tuberculose atingiu 10,6 milhões de pessoas em 2022 em nível mundial e, apesar de a incidência global da doença ter diminuído 8,7% desde 2015, na América Latina a ocorrência de casos aumentou 19% no mesmo período.
Ao mesmo tempo, na América Latina, a população em privação de liberdade quase quadruplicou nos últimos 30 anos, o crescimento mais rápido de qualquer região do mundo.
O estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista científica “The Lancet Public Health” avaliou o impacto total da epidemia de tuberculose na população e os efeitos para além das prisões – com as cadeias de transmissão, atingindo também a população em geral.
Tuberculose mata 14 pessoas por dia no Brasil, número recorde em quase duas décadas
A pesquisa foi realizada com dados coletados no período de 1990 a 2023 nos países participantes e teve como objetivo entender o impacto do aumento nas prisões sobre a saúde pública.
O estudo analisou seis países que representam 80% da população privada de liberdade da América Latina e esses países concentram 80% dos casos de tuberculose na região. O encarceramento explica 27% de todos os casos de tuberculose na América Latina.
No Brasil, é o principal fator de risco. Chega a cerca de 35% de todos os casos de tuberculose, superando o de pessoas vivendo com HIV/Aids.
O programa do Ministério da Saúde Brasil Saudável informa que a tuberculose está incluída nas 11 doenças em que é necessária a redução e eliminação da carga.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e professor da UFMS Julio Croda defende ações mais efetivas para a redução da carga da tuberculose na população encarcerada, no Brasil:
“A gente eliminou recentemente a filariose. A tuberculose a gente não vai conseguir eliminar, mas pode reduzir para uma carga aceitável – de 40 por 100 mil habitantes (taxa atual) para 10 por 100 mil habitantes – uma redução de 75%, que a gente busca alcançar até 2030. Na América Latina 25% dessa carga está dentro da prisão e, no Brasil, 40% dessa carga está dentro da prisão. Se a gente não abordar esta população de forma efetiva, a gente não vai atingir a meta de reduzir a carga da tuberculose n Brasil”, afirma Croda.
Diversos fatores contribuem para que taxas de tuberculose sejam 26 vezes maiores entre pessoas privadas de liberdade do que na população em geral na América do Sul. Essas pessoas podem ter risco elevado de tuberculose antes do encarceramento, mas elas são ainda mais expostas às condições prisionais que promovem a transmissão e a progressão da doença, como superlotação, ventilação precária, desnutrição e acesso limitado a cuidados de saúde.
A metodologia utilizou modelos dinâmicos de transmissão, ajustados aos dados históricos e contemporâneos sobre privação de liberdade e tuberculose nos países analisados.
Em 2019, 27,2% dos casos novos foram relacionados ao encarceramento, mais do que a porcentagem atribuível a outros fatores de risco, incluindo HIV e desnutrição.
O estudo concluiu que as intervenções na área política de privação de liberdade poderiam reduzir em mais de 10% a futura incidência da tuberculose na população geral do Brasil, na Colômbia, na Argentina, em El Salvador e no Peru.
Os pesquisadores defendem que as agências internacionais de saúde, os ministérios da justiça e os programas nacionais de tuberculose colaborem para enfrentar esta crise sanitária com estratégias abrangentes que incluam o desencarceramento para o controle da doença na região.
Três cenários do que poderia acontecer até 2034 foram simulados pelo estudo se as taxas de privação de liberdade diminuíssem de maneira controlada:
No primeiro, o número de pessoas em privação de liberdade e o tempo que elas ficam encarceradas permaneceriam constantes.
No segundo, as taxas de entrada nas prisões e o tempo de privação de liberdade continuariam aumentando, como tem acontecido nos últimos 10 anos.
No terceiro, o número de pessoas entrando e o tempo que ficam presas seria reduzido em 25% ou 50%, o que, segundo o estudo, poderia diminuir os casos de tuberculose no futuro.
As simulações mostraram que menos pessoas privadas de liberdade significaria menos tuberculose até 2034, o que sugere que políticas de redução no encarceramento poderiam ter um impacto positivo na saúde pública.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os cinco maiores fatores de risco para a tuberculose são: desnutrição, HIV, alcoolismo, tabagismo e diabetes. Embora esses fatores variem por idade e possam se sobrepor, a pesquisa destacou que a população carcerária é um fator de risco muito importante.
Os pesquisadores defendem que essas intervenções devem incluir não só estratégias para reduzir o risco de tuberculose entre indivíduos atualmente e anteriormente em privação de liberdade, mas também esforços para acabar com a privação de liberdade em massa.
De acordo com o estudo “Encarceramento em massa como motor da epidemia de tuberculose na América Latina e impactos projetados de alternativas políticas: um estudo de modelagem matemática”, o verdadeiro impacto da privação de liberdade na epidemia de tuberculose em toda a região tem sido subestimado devido a um “foco estreito” nas doenças que ocorrem durante o encarceramento.
Saiba mais sobre a tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch;
A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar);
Transmissão: por via respiratória, pela eliminação de aerossóis de uma pessoa com tuberculose ativa. Não se transmite por objetos compartilhados;
Sintomas: o principal é uma tosse persistente por três semanas ou mais. Essa tosse pode ser seca ou com catarro. Além disso, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento também são sinais;
Diagnóstico: feito através de teste rápido molecular, exame de cultura e teste de sensibilidade aos fármacos. A realização de uma radiografia do tórax também é indicada;
Tratamento: dura seis meses com quatro medicamentos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Para se curar da doença, ele precisa ser feito até o final, independentemente do desaparecimento dos sintomas;
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido;
A bactéria que causa tuberculose também pode ficar inativada no corpo, sem manifestação da doença: é a Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis, que também precisa ser tratada.
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Fernanda Torres: ‘Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas não dá certo. O papel da mãe é segurar’
Atriz conta os desafios de viver a esposa de Rubens Paiva no filme que chegou aos cinemas de todo o país. Fernanda Torres estrela novo filme de Walter Salles, que deve concorrer ao Oscar.
KC Armstrong/Getty Images via BBC
Uma família com cinco crianças e um cachorro. Uma casa igualmente grande, barulhenta e de frente para o mar. Um entra e sai de amigos, que se espalham por uma espaçosa mesa de jantar. Há muita música, dança e risadas.
O diretor Walter Salles constrói o castelo perfeito para derrubá-lo em seguida em Ainda estou aqui, filme que estreou na última quinta-feira (7) em todo o Brasil e representará o país na disputa pelas indicações ao Oscar.
A partir de uma tragédia real — o desparecimento do deputado Rubens Paiva pela ditadura militar, em 1971— o filme fala também sobre a impermanência da vida.
“E a vida é incrível, porque às vezes esses momentos de terrível dificuldade acabam formando seu caráter. E é o que eu acho que aconteceu com a Eunice”, diz a atriz Fernanda Torres à BBC News Brasil em uma entrevista por telefone, de Los Angeles.
No longa, Fernanda Torres vive Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, que vê sua vida virar do avesso após o desaparecimento do marido.
O filme ainda conta com uma pequena participação de sua mãe, a atriz Fernanda Montenegro. Mas Fernanda Torres conta que, a princípio, essa participação era muito maior.
Era para a mãe viver Eunice nos últimos anos de sua vida, quando ela foi acometida pelas dificuldades advindas do Alzheimer.
“Mas mamãe disse que não faria, porque era um erro tirar uma atriz e colocar outra”, conta Fernanda Torres. “Por isso, eu fiz meio que no susto. Mas acho que dei conta.”
Mas no fim, as cenas que mostravam a vida de Eunice com a doença acabaram cortadas.
“Tinha uma cena fortíssima que é com a [atriz] Marjorie Estiano [que interpreta uma das filhas do casal, Eliana] levando a Eunice na cadeira de rodas para o Doi-CODI.”
Além de cuidar dos filhos sozinha e lutar para que a morte do marido fosse reconhecida, Eunice Paiva foi estudar direito e tornou-se a maior especialista em direito indígena no país naquela época.
O livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que dá origem ao filme, descreve muito o drama daquela mulher independente que acaba acometida pela doença.
“O grande medo da Eunice era ficar dependente. Por isso, chega uma hora em que ela pede para ser interditada”, conta Fernanda.
“Isso é algo que toda família acaba lidando, se você tiver a sorte de viver muito. E só se aprende vivendo, você não consegue predizer, não é uma coisa do dia para a noite. É sutil.”
Com os cortes, Fernanda Montenegro acaba aparecendo na pele de Eunice, na cena final. Por isso, o filme também é o reencontro de Walter Salles com a atriz, quase 30 anos após as filmagens de Central do Brasil.
Aclamado pela crítica, o longa levou o Brasil ao tapete vermelho do Oscar, consagrando Fernanda Montenegro como a primeira mulher latino-americana a disputar uma estatueta por melhor atriz.
Mas ela acabou perdendo para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado.
Selton Mello e Fernanda Torres protagonizam filme dirigido por Walter Salles.
Vittorio Zunino Celotto/Getty Images via BBC
Agora, Ainda estou aqui pode levar novamente o Brasil a disputar uma inédita estatueta.
Premiado pelo roteiro no Festival de Veneza, o longa foi escolhido para representar o Brasil nas indicações para a disputa do Oscar, que serão conhecidas no dia 17 de janeiro de 2025.
A expectativa com a cerimônia, que ocorre no dia 2 de março, é alta. Mas para Fernanda, o mais importante é levar os brasileiros de volta às salas de cinema. “Eu adoraria que fosse um filme que trouxesse o público de volta para o cinema no Brasil”, diz.
“Na pandemia, todo mundo comprou uma TV imensa, então, para algo te tirar de casa e fazer você ir até o cinema, tem que ser algo que desperte curiosidade, uma certa urgência de ver.”
Segundo ela, Ainda estou aqui é um filme “sobre o Brasil e para o Brasil”.
“Você pode ser de esquerda, de direita, de centro, não importa, eu tenho certeza que vai te tocar em um lugar diferente, eu vi isso em todos os países por onde o filme passou.”
Em campanha pelos festivais e para que o filme chegue a disputar o Oscar, Fernanda passará o resto do mês de novembro em Los Angeles.
“Nos últimos cinco meses, eu devo ter passado cinco dias no Brasil”, conta.
“Ainda bem que meus filhos já estão grandes, porque senão não sei como seria.”
Assim como Eunice Paiva, que teve cinco filhos, a maternidade está muito presente na vida de Fernanda.
Ela teve dois filhos com o diretor Andrucha Waddington, que já tinha outros dois meninos quando eles se conheceram.
“Esse lado mãe da Eunice, eu tenho também”, diz.
“E Eunice lembra muito mamãe, por ter essa inteligência da mulher dos anos 70, que, de certa forma, eu acho que herdei também.”
No filme, Eunice acaba criando sozinha os cinco filhos, que ainda eram crianças quando o pai foi levado.
Em uma das cenas, ela é forçada a dizer que “mamãe não está triste” e enxugar as lágrimas quando é perguntada por uma das filhas por que ela estava triste.
“A mãe, de certa maneira, tem que dar uma segurada mesmo”, diz, para depois ponderar.
“Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas quando você tenta, acaba não dando muito certo (risos). Toda mãe já teve isso: você tenta chorar para que seu filho tenha pena de você, mas, geralmente, eles não têm, e eu acho que esse é o papel da mãe mesmo, estar ali para segurar.”
Essa muralha na qual Eunice se transforma é marcada o tempo todo no filme.
Em uma das cenas, ela ordena que os filhos sorriam em um retrato para a revista Manchete, enquanto o marido está desaparecido, depois que o repórter pede uma feição “triste”.
“Não adianta sentar na calçada e chorar, porque os deuses não terão pena de você”, resume Fernanda, sobre a energia vital de Eunice Paiva.
Caso de Rubens Paiva está parado no Supremo
A morte de Rubens Paiva foi reconhecida somente 40 anos depois dele ter sido assassinado pelos militares.
No entanto, até hoje os culpados pelo crime não foram responsabilizados.
Foi por meio de um trabalho de investigação realizado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apontou os suspeitos de terem participado do assassinato do deputado.
Com base no relatório da CNV, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou, em 2014, cinco ex-integrantes do sistema de repressão da ditadura militar pelo assassinato e ocultação do cadáver do deputado: José Antonio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza e Raymundo Ronaldo Campos.
As acusações incluíam homicídio doloso, ocultação de cadáver, associação criminosa armada e fraude processual.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia, que foi posteriormente confirmada pelo Tribunal Regional da 2ª Região.
Mas a defesa dos réus pediu um habeas corpus, negado pelo Tribunal Regional Federal. O caso chegou então ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por meio do ministro Teori Zavascki, concedeu uma liminar em 2014, paralisando o processo.
O ministro Alexandre de Moraes herdou os processos pendentes de Zavascki após a sua morte em 2017 em decorrência de um acidente de avião. Após seis anos sem movimentação, no mês passado Moraes pediu que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre o caso.
Dos cinco militares acusados pelo crime, três já morreram.
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“E a vida é incrível, porque às vezes esses momentos de terrível dificuldade acabam formando seu caráter. E é o que eu acho que aconteceu com a Eunice”, diz a atriz Fernanda Torres à BBC News Brasil em uma entrevista por telefone, de Los Angeles.
No longa, Fernanda Torres vive Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, que vê sua vida virar do avesso após o desaparecimento do marido.
O filme ainda conta com uma pequena participação de sua mãe, a atriz Fernanda Montenegro. Mas Fernanda Torres conta que, a princípio, essa participação era muito maior.
Era para a mãe viver Eunice nos últimos anos de sua vida, quando ela foi acometida pelas dificuldades advindas do Alzheimer.
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Ela teve dois filhos com o diretor Andrucha Waddington, que já tinha outros dois meninos quando eles se conheceram.
“Esse lado mãe da Eunice, eu tenho também”, diz.
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Em uma das cenas, ela é forçada a dizer que “mamãe não está triste” e enxugar as lágrimas quando é perguntada por uma das filhas por que ela estava triste.
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No entanto, até hoje os culpados pelo crime não foram responsabilizados.
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As acusações incluíam homicídio doloso, ocultação de cadáver, associação criminosa armada e fraude processual.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia, que foi posteriormente confirmada pelo Tribunal Regional da 2ª Região.
Mas a defesa dos réus pediu um habeas corpus, negado pelo Tribunal Regional Federal. O caso chegou então ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por meio do ministro Teori Zavascki, concedeu uma liminar em 2014, paralisando o processo.
O ministro Alexandre de Moraes herdou os processos pendentes de Zavascki após a sua morte em 2017 em decorrência de um acidente de avião. Após seis anos sem movimentação, no mês passado Moraes pediu que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre o caso.
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Postado em: 16:04
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Novembro Azul: unidades de Saúde de Tatuí promovem ações durante todo o mês
Palestras sobre temas ligados à saúde integral do homem e emissão de guias para a coleta do exame PSA (Antígeno Prostático Específico) e outros tipos de exames serão realizadas. Unidades de Saúde de Tatuí promovem ações durante todo o mês
Divulgação/Prefeitura de Tatuí
A Secretaria da Saúde de Tatuí (SP) realiza a Campanha ‘Novembro Azul’, mês dedicado a prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de próstata com atividades educativas nas Unidades de Saúde, a partir desta segunda-feira (11).
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Nesta segunda-feira, às 9h, na Estratégia Saúde da Família (ESF) Jardim Gonzaga, haverá palestra sobre temas ligados à saúde integral do homem e emissão de guias para a coleta do exame PSA (Antígeno Prostático Específico) e outros tipos de exames.
Na quarta-feira (13), às 9h, será a vez da ESF “Roseli de Oliveira Camargo”, no Jd. Santa Rita de Cássia, promover as mesmas ações citadas anteriormente, em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Sul.
Também realizarão a palestra do “Novembro Azul” e emitirão guias para a coleta do exame PSA (Antígeno Prostático Específico) e outros tipos de exames, as seguintes ESF’s: “Dr. Alceu Machado Filho”, na Vila São Cristóvão, dia 23, às 9h; e “Dr. Medardo Costa Neves” (Jd. Rosa Garcia), dia 27, às 14h.
A campanha
Novembro Azul é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros. As maiores vítimas são homens a partir dos 50 anos de idade, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
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Divulgação/Prefeitura de Tatuí
A Secretaria da Saúde de Tatuí (SP) realiza a Campanha ‘Novembro Azul’, mês dedicado a prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de próstata com atividades educativas nas Unidades de Saúde, a partir desta segunda-feira (11).
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Nesta segunda-feira, às 9h, na Estratégia Saúde da Família (ESF) Jardim Gonzaga, haverá palestra sobre temas ligados à saúde integral do homem e emissão de guias para a coleta do exame PSA (Antígeno Prostático Específico) e outros tipos de exames.
Na quarta-feira (13), às 9h, será a vez da ESF “Roseli de Oliveira Camargo”, no Jd. Santa Rita de Cássia, promover as mesmas ações citadas anteriormente, em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Sul.
Também realizarão a palestra do “Novembro Azul” e emitirão guias para a coleta do exame PSA (Antígeno Prostático Específico) e outros tipos de exames, as seguintes ESF’s: “Dr. Alceu Machado Filho”, na Vila São Cristóvão, dia 23, às 9h; e “Dr. Medardo Costa Neves” (Jd. Rosa Garcia), dia 27, às 14h.
A campanha
Novembro Azul é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros. As maiores vítimas são homens a partir dos 50 anos de idade, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
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Postado em: 15:06
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Chay Suede e Laura Neiva mostram primeiras fotos de Ana, a terceira filha do casal
Bebê nasceu na última quinta-feira (7). Chay e Laura no nascimento do segundo filho, José.
Hanna Rocha
A terceira filha de Chay Suede e Laura Neiva nasceu na última quinta-feira (7), e neste domingo (10) os pais aproveitaram para postar as primeiras fotos com a bebê, que se chama Ana.
Eles usaram o Instagram para anunciar a chegada da filha, veja as fotos abaixo:
Laura Neiva compartilha chegada da filha.
Reprodução/Instagram
Chay Suede e sua filha, Ana
Hannah Rocha
Chay e Laura são pais de outras duas crianças: Maria, de 4 anos, e José, com 2 anos. A chegada da terceira filha veio em meio a um mistério já que o casal não quis saber o sexo da criança até o dia do parto.
Em participação no gshow, Chay explicou a decisão: “Foi a Laurinha, foi uma ideia dela. Nos outros a gente não soube no parto, a gente soube antes, assim que deu para saber. E nesse ela falou: ‘Vamos saber na hora? Será que a gente aguenta?’. E a gente aguentou! Faltam dez semanas.”
Ao comentar sobre como faz para equilibrar as gravações no Rio de Janeiro com a vida familiar em São Paulo, Chay falou em ‘malabarismo’:
“É um malabarismo, né? Eu venho para cá, eles vão para lá. No período de férias a gente fica junto. Eles vão para lá quando eu estou trabalhando direto… E quando nascer o nenenzinho, licença-paterninade da dona Globo.”
Veja também:
Em entrevista a Eliana, Chay Suede fala sobre vilão que irá interpretar em ‘Mania de Você’: ‘Ele tem uma mente doente’
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Laura Neiva compartilha chegada da filha.
Reprodução/Instagram
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Chay e Laura são pais de outras duas crianças: Maria, de 4 anos, e José, com 2 anos. A chegada da terceira filha veio em meio a um mistério já que o casal não quis saber o sexo da criança até o dia do parto.
Em participação no gshow, Chay explicou a decisão: “Foi a Laurinha, foi uma ideia dela. Nos outros a gente não soube no parto, a gente soube antes, assim que deu para saber. E nesse ela falou: ‘Vamos saber na hora? Será que a gente aguenta?’. E a gente aguentou! Faltam dez semanas.”
Ao comentar sobre como faz para equilibrar as gravações no Rio de Janeiro com a vida familiar em São Paulo, Chay falou em ‘malabarismo’:
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