Estudos conduzidos em Campinas revelam que aumento de 1 grau na temperatura média pode levar a um crescimento de até 40% nos casos de dengue dois meses depois. Estudo sobre dengue na Unicamp
Reprodução/TV Globo
Um estudo da Unicamp concluiu que o aumento da temperatura pode ter impacto desastroso no controle da dengue no Brasil.
Campinas vive a maior epidemia de dengue já registrada na cidade, desde que as medições começaram em 1998. São mais de 120 mil casos e 80 mortes. O Jardim Planalto de Viracopos, onde mora dona Maria Lúcia, está entre as regiões com mais casos.
“[Quem pegou dengue foi] eu, meu esposo, minha filha e meu neto aqui de casa e os vizinhos. Aqui na nossa rua, mais de 90% pegaram dengue”, conta.
Num trabalho inédito, pesquisadores do instituto de Economia da Unicamp analisaram os números da dengue na cidade de 2013 e 2022.
Queriam saber qual fator climático mais impactava o aumento dos casos: a chuva ou o calor.
“A gente esperava que a precipitação fosse impactar mais a incidência de dengue, mas para nossa surpresa, a temperatura se revelou mais importante”, diz Bernardo Geraldini, doutorando em Economia.
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Os gráficos feitos mês a mês com números da Secretaria Municipal de Saúde durante uma década e comparados com os dados do Centro de Meteorologia da Unicamp, o Cepagri, revelaram que quando a temperatura aumentou, o registro de casos também subiu.
“O aumento de 1 grau na temperatura média em um dado mês, pode levar a um crescimento de até 40% nos casos de dengue dois meses depois. No contexto da crise climática, com esses picos de temperatura, a gente tem uma potencialidade de que os casos e as epidemias cresçam nas cidades brasileiras”, diz Igor Cavallini Johansen, professor do Departamento de Demografia na Unicamp.
A ciência explica que o ciclo de vida do Aedes Aegypti de ovo, larva, pupa, até chegar à fase adulta é de 7 a 10 dias. Mas esse tempo pode ser reduzido em 2 ou 3 dias com o calor.
“Então essa grande diferença, faz com que você tenha um aumento na população, porque você vai conseguir fazer ciclos mais curtos de reprodução levando a uma população maior de mosquitos”, diz o epidemiologista André Ribas.
O estudo da Unicamp foi publicado na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, referência na área. Os pesquisadores alertam que além da temperatura, outros fatores também contribuem para o aumento nos casos de dengue, como a circulação de sorotipos diferentes e o acúmulo de água parada nos quintais.
Os resultados da pesquisa foram obtidos com programas de computador gratuitos e a metodologia desenvolvida pela Unicamp agora pode ser compartilhada.
“A gente disponibiliza o material e esse tipo de análise esse modelo que a gente utilizou podem ser montados para outras localidades. Qualquer cidade pode fazer”, conta Bernardo.
Tão importante quanto as descobertas da ciência é a conscientização.
“Evitar água parada, cada um tem que fazer sua parte, né, cuidar do seu quintal que é pro bem de todos”, reforça dona Maria Lúcia.
Estudo da Unicamp revela impacto da temperatura na propagação do mosquito da dengue
Reprodução/TV Globo
Um estudo da Unicamp concluiu que o aumento da temperatura pode ter impacto desastroso no controle da dengue no Brasil.
Campinas vive a maior epidemia de dengue já registrada na cidade, desde que as medições começaram em 1998. São mais de 120 mil casos e 80 mortes. O Jardim Planalto de Viracopos, onde mora dona Maria Lúcia, está entre as regiões com mais casos.
“[Quem pegou dengue foi] eu, meu esposo, minha filha e meu neto aqui de casa e os vizinhos. Aqui na nossa rua, mais de 90% pegaram dengue”, conta.
Num trabalho inédito, pesquisadores do instituto de Economia da Unicamp analisaram os números da dengue na cidade de 2013 e 2022.
Queriam saber qual fator climático mais impactava o aumento dos casos: a chuva ou o calor.
“A gente esperava que a precipitação fosse impactar mais a incidência de dengue, mas para nossa surpresa, a temperatura se revelou mais importante”, diz Bernardo Geraldini, doutorando em Economia.
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“O aumento de 1 grau na temperatura média em um dado mês, pode levar a um crescimento de até 40% nos casos de dengue dois meses depois. No contexto da crise climática, com esses picos de temperatura, a gente tem uma potencialidade de que os casos e as epidemias cresçam nas cidades brasileiras”, diz Igor Cavallini Johansen, professor do Departamento de Demografia na Unicamp.
A ciência explica que o ciclo de vida do Aedes Aegypti de ovo, larva, pupa, até chegar à fase adulta é de 7 a 10 dias. Mas esse tempo pode ser reduzido em 2 ou 3 dias com o calor.
“Então essa grande diferença, faz com que você tenha um aumento na população, porque você vai conseguir fazer ciclos mais curtos de reprodução levando a uma população maior de mosquitos”, diz o epidemiologista André Ribas.
O estudo da Unicamp foi publicado na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, referência na área. Os pesquisadores alertam que além da temperatura, outros fatores também contribuem para o aumento nos casos de dengue, como a circulação de sorotipos diferentes e o acúmulo de água parada nos quintais.
Os resultados da pesquisa foram obtidos com programas de computador gratuitos e a metodologia desenvolvida pela Unicamp agora pode ser compartilhada.
“A gente disponibiliza o material e esse tipo de análise esse modelo que a gente utilizou podem ser montados para outras localidades. Qualquer cidade pode fazer”, conta Bernardo.
Tão importante quanto as descobertas da ciência é a conscientização.
“Evitar água parada, cada um tem que fazer sua parte, né, cuidar do seu quintal que é pro bem de todos”, reforça dona Maria Lúcia.
Estudo da Unicamp revela impacto da temperatura na propagação do mosquito da dengue
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Postado em: 22:05