Santa Elena Guerra foi canonizada às 5h30 (horário do Brasil) neste domingo (20) pelo Papa Francisco; Paulo Gontijo, enfermeiro aposentado e morador de Uberlândia, esteve na cerimônia no Vaticano e afirma ter sido curado por um milagre em 2010 pela então beata. Paulo e sua esposa visitaram o túmulo de Elena Guerra, na Itália
Henrique Mendes/Diocese de Uberlândia
Túmulo de Elena Guerra na cidade de Lucca, na Itália
Divulgação
Neste domingo (20), a italiana Elena Guerra deixou de ser beata e se tornou a mais nova santa da Igreja Católica. Conhecida como a ‘Apóstola do Espírito Santo’, um dos milagres que contribuíram para o processo de santificação de Elena aconteceu no Brasil, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Em virtude do milagre recebido, Paulo Gontijo e sua esposa Maria Roseli foram acompanhar de perto, na Itália, a missa de santificação que aconteceu às 5h30 (horário do Brasil e 10h30 no horário da Itália).
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A história que culminou na publicação de um decreto pelo Papa Francisco no dia 13 de abril de 2024, reconhecendo o milagre atribuído à beata e abrindo caminho para ela se tornar santa, aconteceu em 2010.
Na época, o enfermeiro que hoje é aposentado, Paulo Gontijo, tinha 49 anos e sofreu um grave traumatismo craniano e teve suspeita de morte encefálica depois de bater a cabeça ao cair de um árvore de 6 metros de altura enquanto fazia uma poda.
Família religiosa já conhecia a beata
Beata Elena Guerra
Reprodução/Redes sociais
Muito católica, a família de Paulo já conhecia a religiosa e foi a cunhada, Marilda Fonseca, que deu início à novena para a beata Elena Guerra junto de amigos pedindo a cura dele.
“Enquanto o Paulo estava no hospital, parentes e amigos vinham até nossa casa para rezar terços e rosários para Elena Guerra. Nós também começamos uma novena no hospital pedindo a intercessão da beata. Eu comecei a pedir para que ela pedisse a Jesus por um milagre surpreendente, para mostrar para toda a gente o poder do sangue de jesus.”, contou a esposa de Paulo, Maria Roseli.
Após 25 dias em coma no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), os médicos deram poucas chances de que Paulo iria sobreviver aos danos causados pela queda e, caso se salvasse, teria sequelas graves.
Paulo enquanto estava internado no HC-UFU em 2010.
Reprodução/Arquivo Pessoal
A família lembra que a situação de Paulo era tão grave que o caso dele passou a ser tratado dentro de um protocolo de morte encefálica. Assim, pediram ao pároco da igreja que frequentavam, William Eurípedes Garcia, para que Paulo recebesse a extrema unção – sacramento católico que consiste na unção do enfermo acompanhada de uma oração – na Unidade de Terapia Intensiva.
“Eu levei o sangue de Cristo, que é o vinho consagrado, com a intenção de pingar algumas gotas na língua dele, para que ele pudesse ter ali a presença de Cristo vivo e ressuscitado junto dele. Eu coloquei essas três gotas na língua do Paulo, onde ele abruptamente reagiu de maneira brusca ao tocar o sangue na língua, uma pessoa que já estava com o quadro de morte, ter esses movimentos bruscos foi surpreendente. Eu fui pego de surpresa com esse milagre que foi imediato”, lembrou o padre.
“Quando pingou as gotas na minha boca eu abri o olho, quis levantar, deitei de novo. Aí, o doutor Milton mandou parar, falou ‘Para tudo, o cérebro do Paulo está normal, volta do jeito que está’. Eu voltei e fui recuperando”, recordou Paulo Gontijo.
Os médicos voltaram a encontrar atividade elétrica no cérebro de Paulo e onde esperavam sequelas gravíssimas, ficaram sequelas mínimas. Paulo teve alta do hospital no dia 30 de abril de 2010.
Paulo e o Padre William no local onde viveu Elena Guerra, na Itália
Henrique Mendes/Diocese de Uberlândia
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Paulo Gontijo
Reprodução / TV Integração
Investigação do milagre pelo Vaticano
Após a investigação e reunião dos documentos, em 2013, a Diocese de Uberlândia encerrou o processo e encaminhou para Roma. Neste dia que encerrou as investigações no Brasil, os documentos foram lacrados e enviados para a Santa Sé, para a Congregação da Causa dos Santos.
Na sessão solene de clausura – que é uma fase do inquérito de canonização – foram apresentadas duas cópias autenticadas do processo referente ao suposto milagre.
Durante a fase de investigação do milagre, um representante da Igreja Católica foi enviado à Uberlândia para recolher documentos e pedir que novos exames fossem feitos em Paulo.
Vários encontros foram realizados na Itália ao longo desses anos com representantes da igreja, e após mais de 10 anos, o Papa Francisco promulgou o decreto que reconheceu o milagre da beata no Brasil.
O milagre se torna importante para a canonização de Elena uma vez que ele é o primeiro desde que ela foi reconhecida como beata.
Quem foi Elena Guerra
Túmulo de Elena Guerra, na Itália
Divulgação
De acordo com publicações especializadas na doutrina católica, Elena Guerra nasceu no dia 23 de junho de 1835, na cidade de Lucca à beira do rio Serchio, na região da Toscana. Aos 19 anos estudou enfermagem e trabalhou cuidando de doentes afetados pela pandemia de cólera na Europa.
Em 1865, a jovem assistiu a uma sessão do Concílio Vaticano I, onde foram discutidas as questões doutrinárias necessárias para espalhar a fé. Elena sentiu ainda mais a necessidade de criar uma comunidade religiosa. Ela então idealizou a primeira Associação de Amigas Espirituais, que reunia jovens de Lucca e outras cidades.
Elena morreu em 11 de abril de 1914, em um sábado na véspera da Páscoa, deixando um legado de cuidado e amor pelo próximo, sendo reconhecida em 1959 como beata pelo Papa João XXIII.
Cidade de Lucca, na Itália
Henrique Mendes/Diocese de Uberlândia
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Henrique Mendes/Diocese de Uberlândia
Túmulo de Elena Guerra na cidade de Lucca, na Itália
Divulgação
Neste domingo (20), a italiana Elena Guerra deixou de ser beata e se tornou a mais nova santa da Igreja Católica. Conhecida como a ‘Apóstola do Espírito Santo’, um dos milagres que contribuíram para o processo de santificação de Elena aconteceu no Brasil, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Em virtude do milagre recebido, Paulo Gontijo e sua esposa Maria Roseli foram acompanhar de perto, na Itália, a missa de santificação que aconteceu às 5h30 (horário do Brasil e 10h30 no horário da Itália).
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A história que culminou na publicação de um decreto pelo Papa Francisco no dia 13 de abril de 2024, reconhecendo o milagre atribuído à beata e abrindo caminho para ela se tornar santa, aconteceu em 2010.
Na época, o enfermeiro que hoje é aposentado, Paulo Gontijo, tinha 49 anos e sofreu um grave traumatismo craniano e teve suspeita de morte encefálica depois de bater a cabeça ao cair de um árvore de 6 metros de altura enquanto fazia uma poda.
Família religiosa já conhecia a beata
Beata Elena Guerra
Reprodução/Redes sociais
Muito católica, a família de Paulo já conhecia a religiosa e foi a cunhada, Marilda Fonseca, que deu início à novena para a beata Elena Guerra junto de amigos pedindo a cura dele.
“Enquanto o Paulo estava no hospital, parentes e amigos vinham até nossa casa para rezar terços e rosários para Elena Guerra. Nós também começamos uma novena no hospital pedindo a intercessão da beata. Eu comecei a pedir para que ela pedisse a Jesus por um milagre surpreendente, para mostrar para toda a gente o poder do sangue de jesus.”, contou a esposa de Paulo, Maria Roseli.
Após 25 dias em coma no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), os médicos deram poucas chances de que Paulo iria sobreviver aos danos causados pela queda e, caso se salvasse, teria sequelas graves.
Paulo enquanto estava internado no HC-UFU em 2010.
Reprodução/Arquivo Pessoal
A família lembra que a situação de Paulo era tão grave que o caso dele passou a ser tratado dentro de um protocolo de morte encefálica. Assim, pediram ao pároco da igreja que frequentavam, William Eurípedes Garcia, para que Paulo recebesse a extrema unção – sacramento católico que consiste na unção do enfermo acompanhada de uma oração – na Unidade de Terapia Intensiva.
“Eu levei o sangue de Cristo, que é o vinho consagrado, com a intenção de pingar algumas gotas na língua dele, para que ele pudesse ter ali a presença de Cristo vivo e ressuscitado junto dele. Eu coloquei essas três gotas na língua do Paulo, onde ele abruptamente reagiu de maneira brusca ao tocar o sangue na língua, uma pessoa que já estava com o quadro de morte, ter esses movimentos bruscos foi surpreendente. Eu fui pego de surpresa com esse milagre que foi imediato”, lembrou o padre.
“Quando pingou as gotas na minha boca eu abri o olho, quis levantar, deitei de novo. Aí, o doutor Milton mandou parar, falou ‘Para tudo, o cérebro do Paulo está normal, volta do jeito que está’. Eu voltei e fui recuperando”, recordou Paulo Gontijo.
Os médicos voltaram a encontrar atividade elétrica no cérebro de Paulo e onde esperavam sequelas gravíssimas, ficaram sequelas mínimas. Paulo teve alta do hospital no dia 30 de abril de 2010.
Paulo e o Padre William no local onde viveu Elena Guerra, na Itália
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Paulo Gontijo
Reprodução / TV Integração
Investigação do milagre pelo Vaticano
Após a investigação e reunião dos documentos, em 2013, a Diocese de Uberlândia encerrou o processo e encaminhou para Roma. Neste dia que encerrou as investigações no Brasil, os documentos foram lacrados e enviados para a Santa Sé, para a Congregação da Causa dos Santos.
Na sessão solene de clausura – que é uma fase do inquérito de canonização – foram apresentadas duas cópias autenticadas do processo referente ao suposto milagre.
Durante a fase de investigação do milagre, um representante da Igreja Católica foi enviado à Uberlândia para recolher documentos e pedir que novos exames fossem feitos em Paulo.
Vários encontros foram realizados na Itália ao longo desses anos com representantes da igreja, e após mais de 10 anos, o Papa Francisco promulgou o decreto que reconheceu o milagre da beata no Brasil.
O milagre se torna importante para a canonização de Elena uma vez que ele é o primeiro desde que ela foi reconhecida como beata.
Quem foi Elena Guerra
Túmulo de Elena Guerra, na Itália
Divulgação
De acordo com publicações especializadas na doutrina católica, Elena Guerra nasceu no dia 23 de junho de 1835, na cidade de Lucca à beira do rio Serchio, na região da Toscana. Aos 19 anos estudou enfermagem e trabalhou cuidando de doentes afetados pela pandemia de cólera na Europa.
Em 1865, a jovem assistiu a uma sessão do Concílio Vaticano I, onde foram discutidas as questões doutrinárias necessárias para espalhar a fé. Elena sentiu ainda mais a necessidade de criar uma comunidade religiosa. Ela então idealizou a primeira Associação de Amigas Espirituais, que reunia jovens de Lucca e outras cidades.
Elena morreu em 11 de abril de 1914, em um sábado na véspera da Páscoa, deixando um legado de cuidado e amor pelo próximo, sendo reconhecida em 1959 como beata pelo Papa João XXIII.
Cidade de Lucca, na Itália
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Postado em: 07:05