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Alunos cearenses criam detergente biodegradável e representam o Nordeste em competição nacional
O laboratório de química da escola está no centro da ação para a equipe ‘Hidrogênio Heróis’. É onde os estudantes testam fórmulas e traçam planos para a produção de um novo detergente biodegradável. O grupo é formado por um professor orientador e cinco alunos da Escola Estadual de Educação Profissional Ícaro de Sousa Moreira, no bairro Granja Lisboa, em Fortaleza.
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No dia 26 de novembro, a equipe estará em São Paulo para a etapa nacional da competição Desafio Liga Jovem, que avalia projetos de empreendedorismo tecnológico nas escolas brasileiras. Os alunos da escola pública do Ceará já venceram na fase estadual e regional, e agora vão representar o Nordeste na fase nacional.
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Desde o ano passado, a equipe vem desenvolvendo o detergente Shine Eco, que é 100% biodegradável e possui um poder de limpeza eficiente. O produto é livre de compostos petroquímicos (elementos derivados do petróleo), que fazem do detergente convencional um dos vilões do meio ambiente.
Um detergente ecológico
Detergente desenvolvido por alunos de escola pública no Ceará busca reduzir impactos ambientais
Kid Júnior/SVM
Feito a partir de uma base natural, o Shine Eco é um detergente que se diferencia dos convencionais pela ausência de elementos que prejudicam o solo e as águas.
A fabricação dos detergentes comuns inclui compostos como os ácidos sulfônicos, o tripolifosfato de sódio e o hidróxido de sódio (também conhecido como soda cáustica), como explica Francis dos Santos, orientador da equipe e professor de Química na escola Ícaro de Sousa Moreira.
“Esses petroquímicos são realmente responsáveis pela poluição tanto do ambiente aquático como do ambiente terrestre. Todos esses compostos estão muito presentes nos detergentes comuns, e isso faz com que haja essa contaminação”, comenta o professor.
Um dos impactos ambientais dos detergentes comuns pode ser visto em rios, riachos e lagos que contêm espumas na superfície. Estas espumas impedem a passagem de luz para o meio aquático, alterando o processo de fotossíntese e dificultando a sobrevivência de outros organismos.
Outro efeito é a eutrofização, pois os produtos convencionais têm nutrientes que levam à proliferação de algas nos corpos hídricos. Com esse desequilíbrio, há uma diminuição na concentração de oxigênio, levando a alterações no ambiente aquático.
O detergente biodegradável é uma alternativa aos detergentes comuns, que poluem o solo e as águas do planeta
Kid Júnior/SVM
O detergente desenvolvido pelos alunos é biodegradável. Isso quer dizer que ele passa por um processo natural de decomposição por meio de outros microrganismos presentes no meio ambiente. Assim, o produto não deixa resíduos tóxicos na natureza durante a decomposição.
A ideia é também trazer um produto benéfico para a saúde humana. Livre de compostos mais pesados, a expectativa é poder disponibilizar no mercado um produto que não traz alergias ou irritações na pele do consumidor.
O Shine Eco surgiu de uma fórmula simplificada tendo como base natural um fruto originário da Mata Atlântica. O fruto está presente nas árvores do jardim da escola. Mas o nome deste fruto ainda é mantido como um segredo. Pelo menos enquanto o produto passa pela fase de registro de marca e patente.
Contribuir para reduzir problemas atuais
Alunos da escola estadual Ícaro Moreira de Sousa e o professor orientador do projeto Shine Eco
Kid Júnior/SVM
O projeto começou antes que os alunos soubessem que ele poderia estar no centro de uma competição. Foi no ano de 2023 que o grupo de alunos começou a fazer pesquisas de temas que poderiam resultar em um novo produto.
Atualmente, são cinco estudantes na equipe (na ordem da imagem acima):
Maria Luiza Bezerra, 17 anos
Marianne Gomes, 16 anos
Lívia Nadiely, 17 anos
Vitória Tomaz, 17 anos
Jorge da Costa, 17 anos
Todos estão cursando o 3º ano do Ensino Médio — com exceção de Marianne, que está no 2º ano. Os alunos da equipe têm um aspecto em comum: eles fazem o curso de Enfermagem na base técnica da escola.
A unidade funciona no modelo de educação profissional, que alia o currículo do Ensino Médio convencional a uma formação técnica, com atividades em tempo integral.
Desta forma, o aluno tem atividades em dois turnos e se qualifica para o mercado de trabalho ou para tentar uma vaga no Ensino Superior. Na unidade da Granja Lisboa, os cursos técnicos são de Enfermagem, Administração, Eventos e Redes de Computadores. A escola conta com laboratórios de química, biologia, hardware, física e matemática.
No caso dos estudantes da equipe Hidrogênio Heróis que estão no 3º ano, as tardes são dedicadas ao estágio em unidades de saúde. Assim, eles têm vivenciado a rotina de UPAs, policlínicas, hospitais e postos de saúde de Fortaleza.
A poluição do rio Maranguapinho, que passa por trás da escola, é um dos problemas que o projeto Shine Eco busca solucionar
Google Street View/Reprodução
O projeto foi uma resposta a um problema bem próximo da comunidade: a poluição do rio Maranguapinho, que corre por trás do prédio da escola Ícaro de Sousa Moreira. Com orientação do professor Francis dos Santos, eles chegaram à ideia do detergente que reduziria os impactos ambientais nas águas da cidade.
“As condições do mundo em que a gente vive hoje em dia, infelizmente, não são as melhores. A gente tem crise climática, doenças aparecendo toda hora… E o nosso planeta se encaminha para a deterioração. A atividade humana, querendo ou não, desgasta muito o nosso ambiente. Então a gente se sente feliz em poder estar com uma iniciativa que propõe uma mudança pra essa situação”, afirma a estudante Lívia Nadiely.
Para a diretora da escola, Karlena Unias, o projeto é um exemplo da educação integral que a unidade busca proporcionar aos estudantes, com disciplinas de Formação Cidadã e de Projeto de Vida, por exemplo. Estimular a cidadania é também um compromisso partilhado entre os professores da base comum e da base técnica.
“A gente vê a formação didática dos alunos e a gente vê a formação humana. Os meninos trabalham essas questões: ‘como eu sou comigo, como eu estou com o meio ambiente, o que eu estou trazendo de benefício para a minha sociedade?”’, ilustra a diretora.
O engajamento social dos alunos conta com apoio de professores, diretores e coordenadores pedagógicos.
Kid Júnior/SVM
A gestora comemora os resultados de estudantes que têm se destacado em competições nacionais, como o aluno Lucas Uchoa, que recebeu menção honrosa na final da Olimpíada Nacional de Filosofia, e Sofia Freitas, medalhista de bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia.
A entrada do projeto Shine Eco no ciclo das competições foi uma proposta do coordenador pedagógico Israel Félix. Como o produto já estava em desenvolvimento desde 2023, ele estimulou os participantes a se inscrever para o Desafio Liga Jovem, organizado pelo Sebrae.
Testes e aperfeiçoamento do produto
Na fase de testes, o produto é avaliado por aspectos como eficiência, viscosidade e apresentação
Kid Júnior/SVM
Em agosto de 2023, a equipe Hidrogênio Heróis começou a mostrar o detergente para a comunidade escolar e iniciou testes das primeiras versões.
Os protótipos foram testados por outros alunos, que depois responderam um formulário online sobre alguns aspectos, como aparência, viscosidade, cheiro, sensação de frescor e eficácia da limpeza. Por uma semana, o detergente também foi usado pelos funcionários da cozinha da escola.
“Quando entrar no mercado, a gente pretende exatamente deixar igual [aos outros detergentes] porque tem gente que pode dizer ‘talvez não seja tão eficaz porque é muito fino’, de acordo com a viscosidade”, exemplifica a estudante Vitória Tomaz.
Um dos aspectos mudados depois destas etapas foi o aroma do produto. Os alunos e funcionários que testaram o detergente relataram não ter gostado do cheiro das primeiras versões.
Os testes incluíram também pessoas que costumam ter a pele mais sensível ou tendências a alergias, chegando a ter coceiras, vermelhidão ou descamação após o contato com produtos de limpeza.
Dentre os resultados, o produto foi considerado eficiente e não prejudicial para quem costuma ter problemas nas mãos com o uso de detergentes.
Competição nacional
Equipe de escola pública do Ceará vai representar o Nordeste em competição nacional de empreendedorismo tecnológico
Kid Júnior/SVM
O ritmo de dedicação ao projeto se intensificou quando o grupo foi selecionado dentre mais de 54 mil inscrições realizadas na edição atual do Desafio Liga Jovem.
Em 2024, os estudantes têm trabalhado praticamente todos os dias para enfrentar as etapas da competição e aperfeiçoar o projeto. Como quase todos estão no estágio durante a tarde, eles geralmente se dedicam à iniciativa no turno da noite.
Antes de chegar à etapa nacional, que será disputada no fim de novembro, a equipe já venceu outras duas fases: a estadual e a regional.
Cada um desses marcos representou um desafio diferente. Alguns exemplos foram produzir um vídeo de 5 minutos tentando ‘vender’ a proposta e elaborar um plano de negócios.
Neste processo, os alunos também recebem capacitações e mentorias das equipes do Sebrae. Desta forma, eles são orientados a pensar em diversos elementos para melhorar o produto, com noções de marketing e empreendedorismo.
A equipe tem o sonho de ver o produto sendo comercializado no futuro. Atualmente, o detergente Shine Eco está em processo de registro de patente.
Na categoria Ensino Médio, apenas cinco equipes (uma de cada região do Brasil) viajam para São Paulo para a última etapa da competição. As outras categorias são Ensino Fundamental, Educação Profissional e Educação Superior. No total, são 20 equipes com custos pagos pelo Sebrae.
“Participando do Liga Jovem, a gente tá amadurecendo muito o nosso projeto. Tá sendo maravilhoso. Além de poder conhecer outro estado na viagem para São Paulo, a gente tá tendo muitas oportunidades, com as premiações de cada etapa e o próprio conhecimento que a feira, em si, traz pra gente. Eu acho que cada aluno deveria, uma vez na vida, participar de uma feira como essa”, comenta a aluna Lívia Nadiely.
Os projetos selecionados farão apresentações para uma banca de jurados, com oportunidades de destacar o potencial e o impacto de cada solução inovadora.
Como única representante do Ensino Médio no Nordeste, a equipe sente um misto de ansiedade e de orgulho em ocupar este espaço, conforme a estudante Maria Luiza Bezerra. Por meio do projeto Shine Eco, os alunos sentem a responsabilidade de mostrar a força da escola pública.
Nesta última fase, as equipes vencedoras em cada categoria serão premiadas com uma viagem internacional de até 10 dias, além de um notebook para cada participante. As premiações restantes são: um smartwatch para cada participante (segundo lugar) e um tablet para cada participante (terceiro lugar).
Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:
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Postado em: 06:04
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Mais de 60 vagas de trabalho são disponibilizadas em Sergipe
Divulgação
Nesta segunda-feira (2), o Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT) divulgou 65 vagas de trabalho em Sergipe. Há oportunidades afirmativas para mulheres.
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Os interessados devem se cadastrar ou atualizar seus dados no NAT, levando os documentos pessoais (RG, CPF, carteira de trabalho física ou digital, comprovante de residência atualizado), currículo e certificados que comprovem experiências profissionais anteriores.
O NAT está localizado na Rua Santa Luzia, 680, Bairro São José, em Aracaju e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.
Mais informações podem ser adquiridas através do WhatsApp (79) 99198-0027.
Confira as vagas disponíveis:
3 vagas para pedreiro
Requisitos: experiência na função, habilitação categoria B e disponibilidade para viagens intermunicipais.
3 vagas para pintor
Requisitos: experiência na função, habilitação categoria B e disponibilidade para viagens intermunicipais.
4 vagas para pintor
Requisitos: experiência na função e curso NR-35.
2 vagas para ajudante de pintor
Requisitos: experiência na função.
3 vagas para eletricista
Requisitos: experiência na função, habilitação categoria B e disponibilidade para viagens intermunicipais.
3 vagas para oficial de manutenção predial
Requisitos: experiência na função, habilitação categoria B e disponibilidade para viagens intermunicipais.
3 vagas para auxiliar de manutenção predial
Sem pré-requisitos.
2 vagas para vendedor de porta a porta
Requisitos: ensino médio completo, experiência na função e habilitação categoria AB.
2 vagas para serviços gerais
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência na função.
2 vagas para auxiliar de limpeza
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência na função.
3 vagas para auxiliar administrativo
Requisitos: ensino médio completo e experiência na função.
5 vagas para auxiliar de refrigeração
Requisitos: curso técnico na área, com ou sem experiência e habilitação categoria AB.
8 vagas para porteiro
Requisitos: curso de vigilância ou experiência na função mínima de 6 meses na função.
1 vaga para pizzaiolo
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência mínima de 6 meses na função.
1 vaga para ajudante de pizzaiolo
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência mínima de 6 meses na função.
1 vaga para auxiliar de serviços gerais
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência mínima de 6 meses na função.
1 vaga para atendente de restaurante/delivery
Requisitos: ensino médio completo e experiência mínima de 6 meses na função.
1 vaga para operador de caixa
Requisitos: médio completo, experiência mínima de 6 meses na função e experiência com pacote office.
1 vaga para ajudante de cozinha
Requisitos: ensino fundamental completo, experiência mínima de 6 meses na função e curso de ajudante de cozinha.
1 vaga para cozinheiro
Requisitos: fundamental completo, experiência mínima de 6 meses na função e curso na área.
2 vagas para costureiro (a)
Requisitos: ensino fundamental completo, habilidade em costura reta e conhecimento intermediário em costura industrial (máquina).
Vagas afirmativas para mulheres
10 vagas para auxiliar de cozinha
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência na função.
1 vaga para auxiliar administrativo
Requisitos: experiência na função de 6 meses (comprovada em CTPS), ensino médio completo e conhecimento com pacote office.
2 vagas para serviços gerais
Requisitos: ensino fundamental completo e experiência na função.
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Postado em: 18:05
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Dia Nacional do Samba marca início das inscrições para blocos de rua no Carnaval de 2025 em Governador Valadares
Prefeitura de Governador Valadares/Divulgação
A Prefeitura de Governador Valadares anunciou, nesta segunda-feira (2), Dia Nacional do Samba, que estão abertas as inscrições para blocos de rua interessados em participar do Carnaval 2025 na cidade.
Pessoas físicas e jurídicas têm até o dia 2 de janeiro para realizar o cadastramento, que é obrigatório para a obtenção do alvará de realização do evento.
Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (SMCELT), o registro é essencial para o planejamento da segurança do Carnaval, em colaboração com órgãos municipais e estaduais.
Após o cadastro, os organizadores serão convocados para reuniões da Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (COMOVEEC), onde serão discutidas as particularidades de cada bloco.
O cadastro pode ser realizado através do formulário online.
Os blocos podem ter temáticas religiosas, comunitárias, sociais ou ser organizados por espaços privados.
Para se cadastrar, os interessados devem comparecer à SMCELT, na rua Afonso Pena, 3269, no prédio do Centro Cultural Nelson Mandela, no centro da cidade.
Requisitos para organização
Os organizadores devem cumprir diversas exigências para garantir a realização do evento. Entre elas estão:
Obtenção do alvará de evento temporário na Fiscalização Tributária do Município;
Protocolo do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB);
Participação na reunião da COMOVEEC e acatamento das orientações de segurança;
Controle de acesso ao evento, incluindo revista e detector de metais;
Contratação de seguranças e brigadistas, conforme orientação da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros;
Disponibilização de banheiros químicos adaptados e infraestrutura adequada para equipes de saúde;
Cumprimento das legislações municipais, como a referente ao Disque-Sossego.
Além disso, os organizadores devem restituir os espaços públicos utilizados nas mesmas condições em que os receberam, promovendo limpeza e reparações, se necessário.
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Postado em: 15:04
Saúde
Diz estudos, 31% dos brasileiros que trabalham forçado não cuida da sua própria saúde mental
Estudos relatam sobre a saúde mental dos trabalhadores do Brasil, muitas das vezes o povo não cuida da sua própria saúde mental que super importante relevar que precisamos nos cuidar desses desgastes mentais.
Uma pesquisa mostrou que 31% dos trabalhadores brasileiros não tomam nenhuma atitude para cuidar da saúde mental. Esse valor representa um aumento em comparação ao ano passado (29%), na primeira edição do mesmo estudo. Levantamento foi realizado no primeiro semestre de 2024 pela Vidalink, empresa de bem-estar corporativo.
Essa é a segunda edição da pesquisa “Check-up de Bem-Estar” e conta com dados de 10.300 colaboradores de 220 empresas. O estudo mostrou que existe uma disparidade no cuidado com a saúde mental, principalmente entre os grupos raciais: 36% dos pretos e pardos relatam essa falta de cuidado, seguidos por 26% dos brancos e 24% de outras etnias.
Entre as mulheres que dizem não fazer nada para cuidar da saúde mental, pretas e pardas somam 46%, enquanto as brancas representam 33%.
“A saúde mental ganha ainda mais complexidade quando fazemos o recorte dos dados com pessoas pretas ou pardas, que precisam enfrentar uma pressão psicológica constante devido ao racismo estrutural, juntamente de desigualdades estruturais, sociais e econômicas que limitam o acesso a serviços de saúde e medicamentos”, observa Luis González, CEO e cofundador da Vidalink.
“Para se ter uma ideia, nossa pesquisa mostra que apenas 9% dos respondentes pretos ou pardos têm gastos controlados e conseguem manter uma reserva, o que significa que um gasto a mais com um antidepressivo, por exemplo, fará grande diferença no orçamento do indivíduo”, completa.
Atividade física, medicamentos e exercícios físicos são as principais formas de cuidar da saúde mental
O levantamento também mostrou como as diferentes gerações cuidam da saúde mental. Na geração Z (18 a 27 anos), 23% das mulheres afirmam fazer terapia; entre os homens, o percentual foi de 10%. Já na geração X (44 a 59 anos), 29% das mulheres fazem exercícios físicos, enquanto 49% dos homens fazem o mesmo.
Na geração “baby boomer” (60 a 78 anos), 28% das mulheres fazem uso de medicamentos. O percentual foi de 27% entre os homens.
Para González, o tratamento da saúde mental deve ser visto de forma holística. “A prática de atividades físicas é importante, mas precisa ser complementada por acompanhamento psicológico e, quando necessário, medicação. Pausas para atividades terapêuticas que aliviem a pressão cotidiana também são essenciais”, destaca.
Efeitos da falta de cuidado com a saúde mental
A psicóloga Gisele Caleffi explica que a falta de cuidados com a saúde mental está ligada a fatores como pressão no trabalho, agendas sobrecarregadas e recursos financeiros limitados.
“A hiperprodutividade, falta de apoio e receios relacionados ao processo de autoconhecimento são desafios reais. ‘Não fazer nada’ pode ser um forte indicador de adoecimento futuro ou refletir um sofrimento já existente, que muitos ainda têm dificuldade em reconhecer”, explica.
Entre os fatores que podem contribuir com o adoecimento mental dos trabalhadores, segundo Caleffi, estão:
- Hipervalorização da produtividade: a cultura do “cansaço” desencoraja o descanso e aumenta os casos de burnout;
- Falta de segurança psicológica: a ausência de um ambiente seguro para discutir questões como sobrecarga de trabalho e preconceito agrava o adoecimento;
- Estigma e preconceito: mesmo com maior visibilidade, ainda há desinformação e preconceito sobre saúde mental, dificultando o acesso a apoio;
- Liderança e relações tóxicas: líderes negativos e relações abusivas afetam diretamente o bem-estar dos colaboradores no dia a dia de trabalho;
- Dificuldade financeira: a dificuldade financeira ainda é o principal entrave para o bem-estar. Os gastos com medicamentos, por exemplo, representam em média cerca de 46% do total de despesas de saúde dos brasileiros, de acordo com estudo do Banco Mundial.
Além desses aspectos, a segurança psicológica também é um fator e um desafio para promover saúde mental no ambiente de trabalho, principalmente entre grupos socialmente minorizados.
De acordo com levantamento da startup Lupa, 79% se sentiram desmotivados profissionalmente por não se sentirem pertencentes ao ambiente de trabalho e 80% relatam que já foram vítimas ou presenciaram situações de discriminação, preconceito ou assédio, além de mais da metade (54%) apontarem algum nível de piora na saúde mental após começar a trabalhar em alguma empresa nessas condições.
Para González, as empresas precisarão rever as abordagens de saúde mental. “Apesar do aumento da visibilidade sobre o tema, ele ainda não é tratado com a devida profundidade. As empresas precisam garantir que os colaboradores tenham acesso aos benefícios necessários e criar ambientes de trabalho onde se sintam seguros para discutir suas dificuldades”, afirma.
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