O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid trouxe, em seu depoimento recente no Supremo Tribunal Federal, novos elementos sobre a atuação do general Walter Souza Braga Netto no planejamento de um golpe de Estado.
As novas informações de Cid envolvem o ex-ministro, preso neste sábado (14), no financiamento da operação que pretendia manter Bolsonaro no poder e assassinar autoridades.
Os trechos sobre a delação do ex-ajudante de ordens constam na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que autorizou a prisão preventiva de Braga Netto neste sábado (14), como divulgado em primeira mão no Blog da Andréia Sadi.
Moraes inclui um trecho do relatório da Polícia Federal que mostra as mudanças de Cid em seu depoimento de 21 de novembro, no STF, em relação ao que ele havia dito na oitiva realizada em 11 de março deste ano na sede da PF, em Brasília.
Os pontos acrescentados por Cid estão relacionados à reunião na casa de Braga Netto, logo após as eleições de 2022, que debateu a execução do plano de golpe.
O relatório diz que Cid acrescentou as seguintes informações:
- Que Braga Netto entregou ao major Rafael de Oliveira, dias após a reunião, em uma sacola de vinho, “o dinheiro que serviria para o financiamento das despesas necessárias para a realização da operação”.
- Que Braga Netto “afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”.
Na decisão, Moraes ressalta que, nesse depoimento, Cid “trouxe novos fatos relacionados ao financiamento das ações de forças especiais pelo investigado WALTER SOUZA BRAGA NETTO”.
Segundo Moraes, o novo depoimento contribuiu para indicar que “há fortes indícios e substanciais provas de que, no contexto da organização criminosa, o investigado WALTER SOUZA BRAGA NETTO contribuiu, em grau mais efetivo e de elevada importância do que se sabia anteriormente, para o planejamento e financiamento de um golpe de Estado”.