Republicano deve reduzir apoio dos Estados Unidos à Ucrânia e abandonar narrativa de Biden sobre a criação de um Estado Palestino. Em relação à América Latina, comentarista da GloboNews não acredita em crise com a Venezuela diante do cenário atual. Demétrio: Vitória de Trump abala geopolítica mundial
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (6), promete causar fortes repercussões na geopolítica mundial. Para Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews, a vitória do republicano terá forte impacto nas relações internacionais.
“A vitória de Trump abala as placas tectônicas da geopolítica mundial. Há tensão em todos os setores”, analisa.
Entre os maiores desafios internacionais que aguardam Trump em seu segundo mandato, está a relação com a China. Magnoli destaca que o embate com Pequim será intensificado, tanto no aspecto militar quanto no econômico e diplomático.
“Trump é um isolacionista do tipo especial. A ideia de que a China é um inimigo estratégico dos Estados Unidos é uma ideia-chave para ele, assim como é para Joe Biden e os democratas, mas com muito mais intensidade na parte de Trump”, disse.
Conflitos
Zelensky e Trump se reúnem na Trump Tower, em Nova York, em 27 de setembro de 2024
Shannon Stapleton/Reuters
Ao mesmo tempo, a vitória de Trump gerou preocupações entre as principais potências da Europa, especialmente de países que integram a União Europeia e o Reino Unido. A postura do presidente eleito em relação à Ucrânia também é um ponto crítico.
“Tudo indica, em suas próprias palavras, que ele está pronto a entregar a Ucrânia a Vladimir Putin, cancelando ou reduzindo brutalmente a ajuda militar dos EUA ao governo ucraniano e impondo um acordo de paz que seria quase uma rendição”, diz.
A possibilidade de um recuo do apoio americano à Ucrânia, uma das maiores preocupações da política externa europeia, pode levar ao fortalecimento da ideia de uma Comunidade Europeia de Defesa, um movimento que já começa a ser discutido no continente para reduzir a dependência aos EUA.
Na região do Oriente Médio, a vitória de Trump traz uma dinâmica distinta. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vê na vitória do republicano um fortalecimento do seu próprio governo. Para Magnoli, isso pode levar a um agravamento da crise no Oriente Médio.
“A ideia de um Estado Palestino, que pelo menos era defendida retoricamente por Biden e Kamala Harris, não tem nenhum tipo de apoio de Donald Trump”, afirma.
Segundo o comentarista, a política de Trump em relação à Palestina, que no primeiro mandato priorizou um plano que favorecia a anexação de territórios palestinos por Israel, tende a continuar a acirrar os conflitos na região.
América Latina
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, pede para que população desinstale o WhatsApp
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Por outro lado, em relação à América Latina, Magnoli observa que o governo Trump manterá uma postura pragmática.
“O Itamaraty tem razão quando diz que Trump não liga para a América Latina, assim como Biden ligava muito pouco para a América Latina”, disse.
Ele também destacou que não acredita que Trump adotará uma política mais dura em relação à Venezuela, pois, na visão do presidente eleito, o petróleo barato é fundamental para manter sua popularidade interna.
“Isso, junto com o quase desprezo do Trump e dos governos americanos pela América Latina, faz com que eu não veja uma crise com a Venezuela se aproximando nesse momento”, completa Magnoli.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (6), promete causar fortes repercussões na geopolítica mundial. Para Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews, a vitória do republicano terá forte impacto nas relações internacionais.
“A vitória de Trump abala as placas tectônicas da geopolítica mundial. Há tensão em todos os setores”, analisa.
Entre os maiores desafios internacionais que aguardam Trump em seu segundo mandato, está a relação com a China. Magnoli destaca que o embate com Pequim será intensificado, tanto no aspecto militar quanto no econômico e diplomático.
“Trump é um isolacionista do tipo especial. A ideia de que a China é um inimigo estratégico dos Estados Unidos é uma ideia-chave para ele, assim como é para Joe Biden e os democratas, mas com muito mais intensidade na parte de Trump”, disse.
Conflitos
Zelensky e Trump se reúnem na Trump Tower, em Nova York, em 27 de setembro de 2024
Shannon Stapleton/Reuters
Ao mesmo tempo, a vitória de Trump gerou preocupações entre as principais potências da Europa, especialmente de países que integram a União Europeia e o Reino Unido. A postura do presidente eleito em relação à Ucrânia também é um ponto crítico.
“Tudo indica, em suas próprias palavras, que ele está pronto a entregar a Ucrânia a Vladimir Putin, cancelando ou reduzindo brutalmente a ajuda militar dos EUA ao governo ucraniano e impondo um acordo de paz que seria quase uma rendição”, diz.
A possibilidade de um recuo do apoio americano à Ucrânia, uma das maiores preocupações da política externa europeia, pode levar ao fortalecimento da ideia de uma Comunidade Europeia de Defesa, um movimento que já começa a ser discutido no continente para reduzir a dependência aos EUA.
Na região do Oriente Médio, a vitória de Trump traz uma dinâmica distinta. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vê na vitória do republicano um fortalecimento do seu próprio governo. Para Magnoli, isso pode levar a um agravamento da crise no Oriente Médio.
“A ideia de um Estado Palestino, que pelo menos era defendida retoricamente por Biden e Kamala Harris, não tem nenhum tipo de apoio de Donald Trump”, afirma.
Segundo o comentarista, a política de Trump em relação à Palestina, que no primeiro mandato priorizou um plano que favorecia a anexação de territórios palestinos por Israel, tende a continuar a acirrar os conflitos na região.
América Latina
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, pede para que população desinstale o WhatsApp
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Por outro lado, em relação à América Latina, Magnoli observa que o governo Trump manterá uma postura pragmática.
“O Itamaraty tem razão quando diz que Trump não liga para a América Latina, assim como Biden ligava muito pouco para a América Latina”, disse.
Ele também destacou que não acredita que Trump adotará uma política mais dura em relação à Venezuela, pois, na visão do presidente eleito, o petróleo barato é fundamental para manter sua popularidade interna.
“Isso, junto com o quase desprezo do Trump e dos governos americanos pela América Latina, faz com que eu não veja uma crise com a Venezuela se aproximando nesse momento”, completa Magnoli.
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Postado em: 21:01