Internacional
Ucrânia dispara míssil de longo alcance britânico contra a Rússia, diz agência
Imagem: Reprodução/TV Globo
A Ucrânia disparou mísseis Storm Shadow, britânicos e de longo alcance, contra a Rússia nesta quarta-feira (20), segundo a agência de notícias norte-americana “Bloomberg”. Esta é a primeira vez que os ucranianos utilizam esse tipo de míssil na guerra, iniciada em 2022.
Os mísseis Storm Shadow são feitos para destruir alvos estáticos e muito grandes.
A utilização dos Storm Shadow ocorreu dias após os Estados Unidos permitirem que os ucranianos usassem mísseis de longo alcance ATACMS contra o território russo. O primeiro uso dos ATACMS foi na terça.
O Reino Unido havia declarado anteriormente que a Ucrânia poderia usar os mísseis de cruzeiro Storm Shadow dentro do território ucraniano, mas o governo vinha pressionando os Estados Unidos há meses por permissão para utilizá-los em ataques a alvos dentro da Rússia.
Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia
A Ucrânia utilizou pela primeira vez os mísseis ATACMS, os artefatos de longo alcance cedidos pelos Estados Unidos, em um ataque ao território russo nesta terça-feira (19).
A Rússia, que considera o uso desses mísseis uma ingerência direta dos EUA, prometeu retaliação e, também nesta terça, flexibilizou seus parâmetros para o uso armas nucleares (leia mais abaixo), indicando uma escalada — o país é a maior potência nuclear do mundo.
O Ministério da Defesa russo afirmou que Kiev lançou seis mísseis ATACMS em direção a Bryansk, região no sudoeste da Rússia e perto da fronteira com a Ucrânia, durante a madrugada.
Ainda segundo o ministério, cinco mísseis foram interceptados e o sexto, parcialmente destruído. Apenas alguns destroços de um dos artefatos caíram perto de uma área do Exército, causando um incêndio sem danos estruturais.
Também não houve vítimas, completou a pasta.
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O governo ucraniano não havia se manifestado oficialmente sobre o caso até a última atualização desta reportagem, mas fontes do governo dos Estados Unidos e do Exército ucraniano confirmaram o ataque com os mísseis ATACMS à agência de notícias Reuters.
É praxe de Kiev não se pronunciar em acusações de ataques em território russo.
Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, onde foi para participar da cúpula do G20, o chanceler russo, Sergey Lavrov, disse que o ataque “é um sinal que o Ocidente busca uma escalada na guerra”.
1.000 dias
Também nesta terça-feira (19), a guerra da Ucrânia completou 1.000 dias sem nenhuma perspectiva de fim — não há negociações de paz em andamento, e a situação no front de guerra está estancada. Atualmente, militares russos controlam cerca de 20% do território ucraniano, mas não conseguem avançar.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lançou recentemente um plano para expulsar de vez as tropas russas, mas não deixou claro como vai implementá-lo.
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Nova doutrina para armas nucleares
Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto flexibilizando o uso de armas nucleares por parte de seu Exército. A medida atualiza a doutrina russa que específica momentos em que seria autorizado o uso de armas nucleares.
Com a atualização, a Rússia agora considerará fazer um ataque nuclear se seu território ou de Belarus, país aliado, enfrentem uma agressão “com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial”, segundo o texto.
A doutrina anterior, estabelecida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.
Segundo um Kremlin, foi uma “resposta necessária” diante de novas ameaças do Ocidente.
No domingo (17), o presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance ATACMS, fornecidos pelos americanos, para atacar o território da Rússia, revelou no jornal americano “The New York Times” no domingo (17).
A liberação do uso dos mísseis americanos pela Ucrânia ocorre como reação ao envio de tropas norte-coreanas para lutarem na guerra na Ucrânia ao lado dos russos, e marca uma mudança de posição de Biden sobre o tema, dois meses antes de que ele deixe a presidência dos EUA — desde o início da guerra, Washington vinha resistindo autorizar o uso de mísseis para evitar escalada no conflito.
A Rússia disse que Biden “quis jogar lenha na fogueira”.
Os mísseis ATACMS
ATACMS: os mísseis americanos que a Ucrânia poderá usar contra a Rússia
▶️ O que são os mísseis ATACMS? A sigla ATACMS significa Army Tactical Missile Systems (em português, Sistemas de Mísseis Táticos do Exército dos EUA). Leia mais sobre o míssil ATACMS aqui.
Os ATACMS são considerados um armamento avançado e permitem ataques com precisão a uma distância de até 300 km.
Por outro lado, a Rússia tem o mais vasto arsenal de mísseis do mundo — segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) —, como o 9k720 Iskander, que se assemelha às capacidades do ATACMS.
Veja a comparação entre os dois mísseis no infográfico abaixo:
Ficha técnica de mísseis ATACMS, dos EUA, e Iskander, da Rússia.
Bruna Azevedo/equipe de arte g1
Apesar do ATACMS ser considerado um míssil de longo alcance pelo governo dos EUA e pelo fabricante, Lockheed Martin, outros parâmetros, como o da enciclopédia Britannica e do CSIS o considerarem de curto alcance (até 480 km de distância).
De acordo com levantamento do CSIS, a Rússia tem ao menos tipos de 24 mísseis em seu arsenal, que variam entre mísseis de curto alcance, como o Iskander, até mísseis de cruzeiro e intercontinentais (alcance maior que 5.300 km).
Escalada do conflito
Presidente dos EUA, Joe Biden (à esquerda), e presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Reprodução
Até agora, a Ucrânia estava vetada de utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA. O disparo de mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA contra a Rússia era um tabu, porque o presidente russo, Vladimir Putin, considera que isso muda o caráter do conflito e havia prometido represálias. Entre as ameaças que fez ao Ocidente, Putin disse que realizaria testes nucleares.
Biden mudou de posição a menos de dois meses de deixar a Casa Branca. Em janeiro, o republicano Donald Trump assume a presidência americana, e não se sabe se ele manterá o apoio à Ucrânia no conflito.
A retirada da restrição ocorre em um momento de escalada nas tensões entre países da Ásia, da Europa e dos EUA. Uma nova fase da ofensiva russa em território ucraniano a partir de maio fez Otan e EUA, aliados da Ucrânia, considerarem a autorização para utilização de mísseis de longo alcance fornecidos aos ucranianos.
Com essa nova fase da guerra, os EUA começaram a levantar algumas restrições, deixando apenas a dos mísseis de longo alcance. Já países da Europa reforçaram os pacotes de ajuda financeira e o presidente da França, Emmanual Macron, chegou até a considerar enviar tropas francesas para a Ucrânia, e foi ameaçado por Putin.
▶️ Por que isso é importante? Os russos afirmam que uma linha vermelha seria ultrapassada se mísseis ocidentais fossem usados em seu território.
Zelensky e Biden após assinarem acordo nesta quinta-feira (13).
Alessandro Garofalo/Reuters
Os Estados Unidos e outros membros da OTAN –enquanto apoiam a Ucrânia com armas, treinamento e ajuda financeira– estão tentando evitar um confronto direto com a Rússia.
Por isso, a decisão de retirar a proibição do uso dos mísseis americanos de longo alcance é uma grande mudança na postura de Biden, que se manteve cauteloso sobre esse assunto durante seu governo. A permissão ocorre também após a vitória de Trump nas eleições dos EUA.
A agência de notícias Tass noticiou que parlamentares russos consideram a permissão para que a Ucrânia ataque dentro da Rússia com mísseis dos EUA um passo sem precedentes, que pode levar a uma terceira guerra mundial. A nota afirma, ainda, que a resposta será imediata.
A Rússia e a Coreia do Norte estreitaram relações –diplomáticas e militares–, o que levou ao posicionamento de tropas norte-coreanas para lutarem na Ucrânia ao lado das russas. Diante disso, o Pentágono já havia dito que não haveria restrição de armas que a Ucrânia poderia utilizar.
Segundo as autoridades americanas ouvidas pelo “The New York Times”, o temor de que Putin suba ainda mais o tom por conta da autorização do uso de mísseis americanos pela Ucrânia ainda existe, mas foi superado pela urgência do atual cenário da guerra.
Ucrânia e Rússia estão em guerra desde fevereiro de 2022, após uma invasão de tropas russas em território ucraniano. O avanço russo continua: na última semana de outubro, tropas de Putin fizeram o avanço mais rápido desde o início do conflito. Na Ucrânia, o presidente Zelensky apresentou um “plano da vitória” na guerra contra a Rússia aos EUA e ao Parlamento ucraniano em outubro.
A ameaça de Putin caso Ucrânia passe a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia
Tropas da Coreia do Norte na guerra da Ucrânia
Míssil americano ATACMS em lançamento teste pelo Exército dos EUA em dezembro de 2021.
John Hamilton/U.S. Army via AP, File
Em meados de outubro, a agência de inteligência da Coreia do Sul disse ter descoberto o envio de 1.500 tropas norte-coreanas à Rússia. O número foi atualizado e a estimativa dos governos sul-coreano e ucraniano é que entre 10 e 12 mil soldados norte-coreanos sejam enviados até dezembro.
Segundo o “The New York Times”, esse número pode chegar até 50 mil soldados da Coreia do Norte fornecidos às forças russas, e eles poderiam ser utilizados em uma nova fase de ofensiva contra a Ucrânia.
Segundo a Coreia do Sul, cerca de 12 mil soldados norte-coreanos já foram enviados à Rússia em segredo e estão recebendo treinamento em bases militares russas. A inteligência ucraniana disse ainda que cerca de 12 mil soldados da Coreia do Norte já estão na Rússia, e o treinamento das tropas está ocorrendo em cinco bases militares.
Os EUA estimam que o emprego das tropas norte-coreanas na guerra foi concretizado no final de outubro.
O envolvimento da Coreia do Norte na guerra entre Rússia e Ucrânia aumentou o nível de alerta e as tensões com a Coreia do Sul e países do Ocidente membros da Otan. Os EUA, a Holanda e a própria Otan afirmaram terem provas do envio das tropas à Rússia, e consideram uma escalada “muito séria” no conflito. Autoridades de Seul afirmaram que o país avalia fornecer armas à Ucrânia como resposta.
O presidente russo Vladimir Putin disse nesta sexta que “é da nossa conta” se o país utiliza tropas norte-coreanas e pode fazer o que quiser para garantir a segurança da Rússia.
De acordo com o presidente, o Exército russo está avançando por todas as frentes de batalha no território ucraniano e encurralou um grande número de tropas na região de Kursk. Em meio à polêmica, parlamentares russos ratificaram um pacto com a Coreia do Norte que prevê assistência militar mútua.
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Postado em: 12:00
Internacional
Tribunal da Espanha condena supermercado por demitir funcionário por comer croquete que ia para o lixo
Bernat Armangue/ AP
Um tribunal da Espanha condenou nesta quarta-feira (20) um supermercado por demitir um funcionário que comeu um croquete do mercado que iria para o lixo durante o horário de trabalho.
A Justiça entendeu que a demissão foi ilegal.
A rede de supermercados já havia sido condenada em primeira instância, mas recorreu. Nesta quarta, o Tribunal Superior de Castilla-La Mancha negou o recurso e manteve a condenação.
O funcionário foi demitido em julho de 2023 por comer um croquete que seria jogado fora depois de não ter sido vendido na seção de frios da loja.
A política da empresa é de que os trabalhadores são proibidos de consumir qualquer produto encontrado na loja sem ter pago por ele anteriormente.
Mas o tribunal superior concluiu que era prática comum os trabalhadores comerem produtos alimentícios “prontos para comer” que seriam jogados fora após o horário de fechamento. Em sua decisão, também insistiu no “detalhe importante de que o trabalhador não comeu um pacote inteiro de croquetes, mas sim um único croquete” que “não seria colocado à venda novamente no dia seguinte”.
A decisão do tribunal inferior em maio determinou que o trabalhador fosse reintegrado ao seu emprego e que a rede de supermercados lhe pagasse 39.700 euros em salários perdidos. O tribunal superior agora acrescentou que a rede Mercadona também deve pagar ao trabalhador 600 euros (US$ 633) por seus honorários advocatícios.
A Mercadona não comentou o caso.
Os documentos do tribunal não indicaram o sabor do croquete, que na Espanha é um alimento popular, normalmente feito de presunto, frango ou bacalhau.
Vídeo mostra início da inundação na região de Valência, na Espanha
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Postado em: 01:01
Internacional
Vulcão entra em erupção pela 10ª vez em três anos na Islândia
LIVEFROMICELAND.IS/Reuters
Um vulcão que fica próximo da capital da Islândia, Reykjavik, entrou em erupção na noite desta quarta-feira (20). Esta é a décima vez em três anos que o fenômeno acontece, segundo o escritório meteorológico do país.
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A Islândia, que tem cerca de 400 mil habitantes, está localizada em uma falha entre as placas tectônicas Eurasiana e Norte-Americana. Isso torna a região um ponto sismicamente ativo, com gêiseres, fontes termais e dezenas de vulcões.
As autoridades identificaram acúmulo de magma no subsolo e emitiram um alerta sobre a possibilidade de uma erupção na península de Reykjanes, que fica a cerca de 30 km da capital da Islândia.
As erupções em Reykjanes não afetam diretamente a capital. Além disso, o fenômeno acontece por meio de fissuras no solo, evitando a dispersão significativa de cinzas na estratosfera. Com isso, o tráfego aéreo costuma não ser afetado.
Por outro lado, a cidade pesqueira de Grindavik, que abrigava quase 4 mil moradores, foi evacuada em dezembro de 2023. Até hoje, por causa da ameaça vulcânica, a região está deserta.
Adormecidos por 800 anos, os sistemas geológicos da região foram reativados em 2021. Desde então, vulcões têm entrado em erupção com cerca frequência. Só neste ano, foram seis fenômenos do tipo. O mais recente terminou em setembro.
As autoridades islandesas ergueram barreiras para desviar os fluxos de rocha derretida para longe da cidade, bem como de infraestruturas como uma estação de energia próxima e a Lagoa Azul, um spa com hotéis e grandes piscinas naturais.
Cientistas alertam que Reykjanes provavelmente enfrentará erupções vulcânicas repetidas pelas próximas décadas ou até séculos.
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Postado em: 22:00
Internacional
Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
Nilson Coelho/Divulgação
Um pecuarista da Patagônia, na Argentina, foi condenado a três anos de prisão, nesta quarta-feira (20), por danos e crueldade animal. Ele foi considerado culpado pela matança de mais de 100 pinguins-de-magalhães. Os crimes aconteceram em 2021.
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Em 2021, o homem esmagou mais de uma centena de pinguins e pelo menos 175 ninhos ao abrir uma via rural com uma retroescavadeira ao lado da reserva de Punta Tombo, às margens do Atlântico. O caso aconteceu na província patagônica de Chubut, a 1.400 km ao sul de Buenos Aires.
Punta Tombo é um santuário natural, que abriga uma das maiores colônias do planeta de pinguins-de-magalhães e é considerado “zona de reserva” da Unesco.
No entanto, o pecuarista não irá para a prisão. Segundo o código penal argentino, nos casos de um réu primário com pena não superior a três anos, o juiz pode decidir que a aplicação da sentença seja deixada em suspensão condicional.
A organização ambientalista Greenpeace, que foi demandante no processo, comemorou a sentença, destacando que o tribunal tenha imposto, ainda, “regras estritas de conduta” para o acusado.
Entre as determinações estão a proibição de circular com veículos de grande porte e realizar obras sem autorização na área, bem como a apreensão da retroescavadeira usada nos crimes.
“A sentença não só impõe uma condenação exemplar, mas também estabelece um precedente na defesa dos ecossistemas do nosso país”, ressaltou o Greenpeace, ao qualificar o ocorrido como “um ecocídio”.
A promotora María Florencia Gómez, que havia pedido quatro anos de prisão para o réu, afirmou que o pecuarista agiu com “crueldade” e causou danos “irreversíveis” à fauna e flora do local.
No início do julgamento, o homem disse ao canal argentino TN que sua forma de proceder “não foi a correta”, mas “não tinha outra saída porque o Estado esteve ausente durante mais de 10 anos”. Ele disse que havia solicitado pelas vias institucionais a abertura de vias.
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