Ativista anti-vacinas e ex-candidato independente aproveita o aval de ex-presidente para anunciar medidas que reverteriam décadas de políticas públicas nos EUA. Trump visita café em Dearborn, no Michogan, na companhia de Robert Kennedy Jr. em 1º de novembro de 2024.
Chip Somodevilla/Getty Images via AFP
Entre os múltiplos sinais de alarme enviados por Donald Trump caso retorne ao comando dos EUA, um deles é particularmente assustador: a nomeação do ativista anti-vacinas Robert Kennedy Jr. como supervisor das políticas de saúde. Ex-candidato independente à Presidência e propagador de teorias da conspiração, ele tinha uma média de 10 pontos nas pesquisas, mas desistiu da disputa eleitoral para apoiar o republicano.
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Em troca, Trump indicou que lhe daria “um grande papel no governo” e se disse aberto às suas ideias mais controversas, como a remoção do flúor da água potável e a proibição de certas vacinas.
“Ele é um cara talentoso e tem opiniões fortes”, declarou o ex-presidente em entrevista por telefone, neste domingo, à rede NBC, sobre o sobrinho do ex-presidente John Kennedy e filho mais velho de seu irmão Robert.
Conhecido pelas iniciais RFK, Kennedy Jr. aproveitou o aval do candidato republicano e anunciou, pelo X, que no primeiro dia no governo proibiria o flúor na água potável, sob alegação de que é um resíduo industrial que provoca câncer, entre outras doenças. A medida reverteria uma política de décadas, consagrada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) como uma das conquistas para a melhoria da saúde pública.
Trump daria a ele o cargo de czar e supervisor de agências importantes na formulação das políticas de saúde dos americanos, como, por exemplo, CDC e FDA. Kennedy Jr. tornou-se conhecido por divulgar estudos que vincularam a vacinação de crianças ao autismo, amplamente rejeitados e desmentidos por organizações científicas. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que, nos últimos 50 anos, a imunização em massa salvou pelo menos 154 milhões de pessoas.
Com o país polarizado sob o governo Trump, durante a pandemia de Covid-19, RFK encontrou terreno para ecoar suas teses infundadas e comparou os bloqueios e isolamentos à Alemanha nazista. “Mesmo na Alemanha de Hitler, era possível cruzar os Alpes até a Suíça.”
O clã Kennedy o trata como um pária político e rejeitou publicamente sua candidatura, mas o candidato republicano reafirmou na semana passada que confia em Kennedy Jr. e anunciou a intenção de tê-lo na área da saúde.
“Eu disse para ele focar na saúde, fazer o que quiser. Vou deixá-lo enlouquecer com a saúde, vou deixá-lo enlouquecer com a comida, vou deixá-lo enlouquecer com os remédios.” Com Trump no poder, Kennedy Jr. ganharia o emprego de seus sonhos — o controle de uma equivocada política de saúde.
Chip Somodevilla/Getty Images via AFP
Entre os múltiplos sinais de alarme enviados por Donald Trump caso retorne ao comando dos EUA, um deles é particularmente assustador: a nomeação do ativista anti-vacinas Robert Kennedy Jr. como supervisor das políticas de saúde. Ex-candidato independente à Presidência e propagador de teorias da conspiração, ele tinha uma média de 10 pontos nas pesquisas, mas desistiu da disputa eleitoral para apoiar o republicano.
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Em troca, Trump indicou que lhe daria “um grande papel no governo” e se disse aberto às suas ideias mais controversas, como a remoção do flúor da água potável e a proibição de certas vacinas.
“Ele é um cara talentoso e tem opiniões fortes”, declarou o ex-presidente em entrevista por telefone, neste domingo, à rede NBC, sobre o sobrinho do ex-presidente John Kennedy e filho mais velho de seu irmão Robert.
Conhecido pelas iniciais RFK, Kennedy Jr. aproveitou o aval do candidato republicano e anunciou, pelo X, que no primeiro dia no governo proibiria o flúor na água potável, sob alegação de que é um resíduo industrial que provoca câncer, entre outras doenças. A medida reverteria uma política de décadas, consagrada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) como uma das conquistas para a melhoria da saúde pública.
Trump daria a ele o cargo de czar e supervisor de agências importantes na formulação das políticas de saúde dos americanos, como, por exemplo, CDC e FDA. Kennedy Jr. tornou-se conhecido por divulgar estudos que vincularam a vacinação de crianças ao autismo, amplamente rejeitados e desmentidos por organizações científicas. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que, nos últimos 50 anos, a imunização em massa salvou pelo menos 154 milhões de pessoas.
Com o país polarizado sob o governo Trump, durante a pandemia de Covid-19, RFK encontrou terreno para ecoar suas teses infundadas e comparou os bloqueios e isolamentos à Alemanha nazista. “Mesmo na Alemanha de Hitler, era possível cruzar os Alpes até a Suíça.”
O clã Kennedy o trata como um pária político e rejeitou publicamente sua candidatura, mas o candidato republicano reafirmou na semana passada que confia em Kennedy Jr. e anunciou a intenção de tê-lo na área da saúde.
“Eu disse para ele focar na saúde, fazer o que quiser. Vou deixá-lo enlouquecer com a saúde, vou deixá-lo enlouquecer com a comida, vou deixá-lo enlouquecer com os remédios.” Com Trump no poder, Kennedy Jr. ganharia o emprego de seus sonhos — o controle de uma equivocada política de saúde.
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Postado em: 12:04