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Internacional

Torcedores israelenses chegam a Tel Aviv após confusão envolvendo jogo de futebol na Holanda

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Israel enviou aviões para buscar os torcedores após confrontos na noite de quinta-feira no centro de Amsterdã. Netanyahu afirmou que os torcedores foram alvo “de um ataque antissemita premeditado”. Torcedor do Maccabi Tel Aviv chega ao Aeroporto Internacional Ben-Gurion, em Israel
AP
Um avião que transportava torcedores israelenses de Amsterdã aterrissou nesta sexta-feira (8) no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, após os incidentes violentos durante um jogo de futebol na capital holandesa, os quais as autoridades qualificaram como uma “explosão de antissemitismo”.
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Os confrontos começaram na noite de quinta-feira no centro de Amsterdã, após uma partida da Liga Europa entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, que terminou com vitória do time da casa por 5 a 0.
Israel anunciou o envio de dois aviões para o local, sendo que um deles já retornou a Tel Aviv, transportando os torcedores, informaram as autoridades aeroportuárias israelenses.
Torcedores israelenses são agredidos em confusão após jogo de futebol na Holanda
A prefeita da capital holandesa, Femke Halsema, explicou que gangues em motocicletas atacaram torcedores do clube israelense, agredindo-os e chutando-os antes de fugirem, deixando cinco pessoas hospitalizadas.
“Nossa cidade foi profundamente machucada. A cultura judaica foi profundamente ameaçada. É uma explosão de antissemitismo que espero nunca mais ver”, declarou Halsema, acrescentando que se sentia “envergonhada” pela violência.
Os agentes efetuaram 62 prisões, mas o chefe da polícia afirmou que as táticas de ataque e fuga dificultaram a prevenção dos incidentes, acrescentando que foram mobilizados 800 policiais, um número muito elevado para Amsterdã
A prefeita anunciou medidas de segurança mais rigorosas na cidade, como a proibição temporária de manifestações e um maior reforço policial.
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, denunciou “ataques antissemitas contra israelenses”, classificando-os como “inaceitáveis”, em uma mensagem no X.
Clima tenso entre as torcidas
Antes da partida, o clima já era tenso, com relatos de provocações dos dois lados. Vídeos mostram homens com o rosto coberto carregando bandeiras da Palestina pela cidade (assista abaixo).
Israel denuncia ‘ataque antissemita’ contra torcedores em Amsterdã
Apoiadores do Maccabi, por sua vez, atacaram um táxi e chegaram a atear fogo a uma bandeira palestina, segundo o chefe de polícia de Amsterdã, Peter Holla. Grupos de torcedores também entoaram cânticos pelas ruas a favor dos ataques de Israel na guerra na Faixa de Gaza e arrancaram uma bandeira palestina da fachada de uma casa, em atos condenados pelo ministro de Relações Exteriores da Palestina, Mohammed Mustafa, que citou as provocações.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os torcedores foram alvo “de um ataque antissemita premeditado”.
A prefeita da cidade, Femke Halsema, contou que foram usados até fogos de artifício no confronto, que se estendeu pela madrugada desta sexta-feira (8). O chefe de polícia se justificou dizendo que foi “extremamente difícil” prever este tipo de violência – embora os agentes estivessem presentes “em grande número”.
De acordo com o Ministério do Exterior israelense, dez torcedores ficaram feridos e três estão desaparecidos.
O episódio na Holanda tem como pano de fundo a guerra no Oriente Médio. Após o ataque do grupo terrorista Hamas no ano passado, Israel passou a conduzir inúmeros ataques na Faixa de Gaza e no Líbano, amplamente condenados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que levaram à morte milhares de árabes.
Israel cita antissemitismo
O presidente israelense, Isaac Herzog, comparou as imagens das agressões que circularam pelas redes sociais ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
“Assistimos com horror às imagens e vídeos chocantes que esperávamos nunca mais rever desde 7 de outubro e que mostra um ataque antissemita contra torcedores do Maccabi Tel Aviv e cidadãos israelenses, no coração de Amsterdã”, escreveu Herzog em uma mensagem publicada na rede social X.
O ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, pediu aos cidadãos israelenses que permaneçam em seus quartos de hotel após os ataques.
“Os torcedores de uma partida de futebol foram vítimas do antissemitismo e atacados com crueldade, de uma maneira inimaginável, simplesmente porque eram judeus e israelenses”, disse.
📽️📽️📽️ No vídeo abaixo, veja a confusão:
Israel cita ‘ataque antissemita’ contra torcedores em Amsterdã
‘Visita diplomática urgente’
Policiais observam torcedores israelenses ao entrarem em ônibus
VLN Niews/ANP/AFP
O novo ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, viajará ainda nesta sexta-feira para Amsterdã para uma “visita diplomática urgente”, anunciou seu gabinete. Na rede social X, ele denunciou “terríveis ataques terroristas bárbaros e antissemitas” que “são um sinal de alarme para a Europa e para o mundo inteiro”.
Em uma mensagem postada em sua conta X, o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, considerou os “ataques antissemitas contra israelenses” em Amsterdã “inaceitáveis” e disse que os autores desses atos serão processados. “Acompanhei as notícias de Amsterdã com nojo'”, escreveu.
O primeiro-ministro da Holanda também disse estar em contato com Benjamin Netanyahu e todos os envolvidos, e afirmou que “os autores desses atos devem ser detidos e indiciados”.
Durante uma conversa pelo telefone com o premiê Dick Schoof, Netanyahu também pediu mais segurança para a comunidade judaica na Holanda, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, também expressou seu choque e repulsa diante do ocorrido. “As imagens de Amsterdã são terríveis e profundamente vergonhosas para nós na Europa”, escreveu Baerbock. “A eclosão de tal violência contra os judeus rompe todas as fronteiras”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, também condenou o episódio e disse que é um lembrete das horas mais obscuras da história.
Incidente deixou 62 detidos
Israel anuncia envio de aviões para Amsterdã após incidente envolvendo torcedores do Maccabi Tel Aviv
AP
Rene de Beukelaer, procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, informou na manhã desta sexta que 62 prisões foram feitas – com 10 pessoas ainda sob custódia. Entre os detidos estão adultos e dois menores – todos homens. Os outros presos foram multados por atirar fogos de artifício ou portar faca, afirmou.
O promotor também mencionou que a investigação levará em consideração motivações antissemitas. Segundo o jornal israelense Haaretz, cerca de 3.000 torcedores israelenses fizeram a viagem para assistir ao jogo.
Israel cita antissemitismo em ataque contra torcedores israelenses
AP

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Postado em: 14:05

Internacional

Erro de cálculo de presidente sul-coreano deverá lhe custar o cargo

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Yoon Suk Yeol tem minoria no Parlamento e enfrenta oposição dentro do próprio partido, agravada por tentativa fracassada de impor lei marcial no país. Manifestantes em frente ao parlamento na Coreia do Sul
AP Photo/Ahn Young-joon
A desastrada tentativa do presidente Yoon Suk Yeol de impor, pela primeira vez em 44 anos, uma lei marcial aos sul-coreanos pôs seriamente em risco o seu futuro político. A reação furiosa e incisiva da população e da Assembleia Nacional forçou o rápido recuo do presidente, mas o seu erro de cálculo deverá lhe custar o cargo.
Seis partidos de oposição apresentaram uma moção de impeachment do presidente, que, se for aceita, será votada em 72 horas e poderá remover o político conservador do comando da Coreia do Sul.
Eleito em 2002 com uma diferença de menos de 1% dos votos, Yoon, de 63 anos, reúne requisitos para ser afastado: é extremamente impopular, com aprovação em torno de 17%, tem minoria no Parlamento sul-coreano e enfrenta oposição dentro de sua própria legenda.
O Partido do Poder Popular controla apenas 108 das 300 cadeiras. Para que o impeachment do presidente seja aprovado, é necessário o apoio de dois terços dos deputados. Pelo menos oito votos teriam que vir do PPP, o que não parece ser um desafio. Dos 190 legisladores que conseguiram furar, na terça-feira, o forte bloqueio de militares na Assembleia Nacional para derrubar a lei marcial, 18 pertenciam ao partido do presidente.
A curta empreitada de Yoon para impelir a lei marcial reavivou a memória do autoritarismo no país, enterrada em 1987 com o fim do regime militar. O presidente invocou supostas forças aliadas da Coreia do Norte para justificar a lei de emergência, mas seus argumentos soaram como uma manobra desesperada de aferrar-se ao cargo.
“Essa tentativa de anular instituições democráticas sugere um exagero desesperado ou impulsos antidemocráticos graves”, analisou a cientista política Darcie Draudt-Véjares, especialista do Programa da Ásia no Carnegie Endowment for International Peace.
Em abril passado, as urnas castigaram duramente a legenda de Yoon, e a Assembleia Nacional passou a ser controlada pelo opositor Partido Democrata. O presidente conseguiu aprovar apenas um terço dos projetos de lei submetidos ao Parlamento e passou a responder com o poder de veto para derrubar leis apresentadas pela oposição.
O confronto persistente entre Executivo e Legislativo faz dele um presidente pato-manco. Este é, portanto, o pano de fundo para a manobra política frustrada nesta terça-feira. Mas há mais: escândalos de corrupção e tráfico de influência abalam a sua reputação e a da família. A primeira-dama Kim Keon Hee foi flagrada, ao receber uma valiosa bolsa Dior de presente de um pastor coreano-americano.
Em contraste com o desgastado cenário interno, Yoon desfruta de certo prestígio no exterior. Foi o primeiro presidente sul-coreano a participar de uma reunião da Otan, promoveu a ajuda militar do país à Ucrânia e ampliou os laços de cooperação com os EUA e o Japão. Pode-se dizer que ele arriscou suas credenciais e que o arroubo autoritário causou, no mínimo, o desconforto entre seus aliados.
Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o termo

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Postado em: 09:01

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Internacional

Mattel é processada nos EUA por colocar link de site pornô em caixas de bonecas acidentalmente

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Processo movido nesta terça-feira (3) exige pelo menos US$ 5 milhões em danos para qualquer pessoa que tenha comprado as bonecas ‘Wicked’ com endereço eletrônico errado na embalagem. Embalagem de boneca Wicked, da Mattel, tem registrado o link de um site de filmes adultos.
Reprodução/X
A Mattel foi processada nesta terça-feira (3) por uma mulher da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, após a empresa ter colocado acidentalmente um link para um site pornô na embalagem de bonecas relacionadas ao filme de sucesso “Wicked”.
Em uma ação coletiva apresentada no Tribunal Federal de Los Angeles, Holly Ricketson afirmou que comprou uma boneca “Wicked” para sua filha, que então visitou um site de entretenimento adulto através do link fornecido pela fabricante de brinquedos.
Ricketson disse que sua filha mostrou a ela fotografias explícitas do site e que ambas ficaram “horrorizadas” com o que viram — o que, segundo ela, causou uma angústia emocional.
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A autora da ação afirmou que não teria comprado a boneca se soubesse do erro, e a Mattel não ofereceu reembolsos, apesar de ter retirado as bonecas do mercado em 11 de novembro.
A empresa se recusou a comentar sobre o processo, mas disse em um comunicado que as vendas das bonecas “Wicked” com embalagem correta foram retomadas nas lojas e online. A Mattel manifestou pesar pelo erro.
A fabricante de brinquedos com sede em El Segundo, na Califórnia, tinha a intenção de vincular os compradores ao site WickedMovie.com, e não a um site de nome semelhante destinado a pessoas com 18 anos ou mais.
A Mattel recomenda as bonecas para crianças de 4 anos ou mais. O processo movido nesta terça-feira exige pelo menos US$ 5 milhões em danos para qualquer pessoa nos Estados Unidos que tenha comprado as bonecas “Wicked” com endereço eletrônico errado na embalagem.
A ação acusa a Mattel de negligência, venda de produtos impróprios para venda e violação das leis de proteção ao consumidor da Califórnia.
“Wicked”, da Universal Pictures, estrelado por Cynthia Erivo e Ariana Grande, arrecadou US$ 263,2 milhões nos Estados Unidos e US$ 360,3 milhões pelo mundo desde o lançamento, em 22 de novembro, segundo o Box Office Mojo.
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Postado em: 06:05

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Internacional

Em comissão da Câmara, María Corina Machado pede que Brasil reconheça Edmundo González como presidente da Venezuela

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A líder da oposição na Venezuela e o candidato, que está exilado na Espanha, participaram de sessão da Comissão de Política Exterior e Defesa na terça-feira (3) por videoconferência. María Corina Machado e Edmundo González Urrutia.
Getty Images via BBC
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, pediu para que o Brasil reconheça Edmundo González como presidente eleito do país vizinho durante participação em sessão da Comissão de Política Exterior e Defesa da Câmara dos Deputados do Brasil, na terça-feira (3). González, que disputou as eleições com Nicolás Maduro, também participou do encontro.
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“O que esperamos é que o Brasil reconheça Edmundo González como presidente eleito para que se possa pressionar Maduro e que se dê conta de que sua melhor opção é uma transição ordenada e pacífica”, disse Machado por videoconferência, segundo a Agência France-Presse (AFP).
González, que está exilado na Espanha, alega ser o legítimo presidente eleito da Venezuela. A autoridade eleitoral venezuelana proclamou Maduro eleito para um terceiro mandato de seis anos após as eleições presidenciais de 28 de julho, sem apresentar os detalhes da apuração, como determina a lei.
No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Maduro com honras em Brasília, mas as tensões entre os dois governos escalaram semanas após as eleições venezuelanas. Lula pediu a publicação das atas eleitorais que comprovassem a vitória de Maduro, o que não ocorreu, e o Brasil vetou a entrada da Venezuela ao bloco do Brics.
Mas, em novembro, Lula disse em uma entrevista à TV que Maduro era um “problema” da Venezuela e não do Brasil, uma declaração que o presidente venezuelano recebeu positivamente.
A dirigente opositora disse que Maduro “está isolado, nacional e internacionalmente, fragilizado, sem recursos”. “Seguiremos firmes nesta posição para avançar junto de vocês para essa transição ordenada e para que Edmundo González assuma a Presidência”, acrescentou.
María Corina falou ao g1
Há uma semana, em entrevista ao g1, a líder da oposição venezuelana afirmou que Nicolás Maduro tentou enganar o presidente Lula e o povo brasileiro sobre o resultado das eleições presidenciais da Venezuela e cobrou pressão de líderes internacionais para que Maduro deixe o poder.
Líder da oposição da Venezuela diz que Maduro tentou enganar Lula
Milhões de venezuelanos foram às urnas no dia 28 de julho para eleger o presidente do país para o período entre 2025 e 2031. Edmundo González foi o candidato da oposição após outros políticos — incluindo María Corina Machado — terem sido barrados de disputar o pleito.
Sem apresentar provas, o Conselho Nacional Eleitoral, alinhado a Maduro, afirmou que o atual presidente da Venezuela venceu as eleições com pouco mais de 50% dos votos.
A oposição, por outro lado, garante que González derrotou o atual presidente com ampla vantagem com base nos documentos impressos pelas urnas de votação. O Centro Carter, ONG americana que atuou como observador das eleições, também aponta González como vencedor.
Um membro da oposição venezuelana viajou para Brasília nesta semana para mostrar os documentos das urnas a autoridades. Reuniões foram marcadas com membros da diplomacia brasileira e do Congresso Nacional.
Maria Corina Machado, 57 anos, afirmou ao g1 que Maduro acreditava que poderia enganar Lula, vendo no presidente brasileiro um aliado internacional. No entanto, segundo ela, o petista tem adotado uma postura firme para apontar que houve fraude nas eleições venezuelanas.
“O Brasil é inquestionavelmente um líder na região. É um país que durante todos esses anos insistiu na validade das instituições democráticas. Maduro acreditou que poderia enganar Lula ou enganar o povo brasileiro, mas isso não aconteceu”, afirmou.
“É um momento em que, com muita clareza e nitidez, todos os chefes de Estado, os governos, os líderes da América Latina de todas as posições ideológicas devem assumir uma posição única e unida.”
Ainda durante a entrevista, a líder da oposição venezuelana afirmou que:
acredita que Edmundo González assumirá o governo em janeiro;
a oposição ofereceu uma transição negociada ao atual presidente;
há setores das Forças Armadas insatisfeitos com Maduro;
existem diferenças entre a situação atual e a de quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente.
Maria Corina Machado em discursos durante manifestação contra Maduro neste sábado (3)
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Acusada de uma série de crimes pelo Ministério Público da Venezuela, Maria Corina Machado disse que continua no país e sofre perseguições, assim como outros membros da oposição.
Por questões de segurança, ela preferiu não dizer se está asilada em uma embaixada. Em agosto, em um artigo no “The Wall Street Journal”, Corina Machado afirmou que estava escondida por temer pela própria vida.
Troca de governo
Nicolás Maduro e Edmundo González
Federico PARRA/AFP
No dia 10 de janeiro de 2025, a Venezuela terá uma cerimônia para anunciar quem ficará pelos próximos seis anos no poder. Maduro, que controla a Justiça e o Congresso, se prepara para assumir o terceiro mandato.
Na oposição, ainda há esperanças de que Edmundo González assuma o poder. Em entrevistas recentes, o oposicionista que está exilado na Espanha garante que vai voltar ao país para ser empossado.
Maria Corina Machado também acredita que há possibilidades de que o regime de Maduro termine em janeiro de 2025. Ela argumenta que tem provas de que González recebeu o maior número de votos. Sendo assim, pela Constituição, é ele quem deve governar o país.
“Evidentemente Maduro, até agora, resistiu e tentou aterrorizar um país e nos prender através da repressão, da intimidação. Mas a Constituição é a Constituição, e é isso que tem que acontecer”, disse.
A líder venezuelana disse que a chapa de Edmundo González já conseguiu derrubar outras barreiras que pareciam difíceis de superar. Entre elas, vencer as eleições e conseguir reunir provas disso.
“Eu estou focada em conseguir um mandato para fazer cumprir a Constituição. Quando Maduro vai reconhecer isso? Pode ser antes de 10 de janeiro. Pode ser no dia 10 de janeiro ou até depois do mês de janeiro. Mas Maduro terá de reconhecer a verdade porque nós, venezuelanos, não vamos desistir.”
Transição negociada
Maduro comparece à Suprema Corte venezuelana
Federico PARRA / AFP
Em agosto, a oposição da Venezuela anunciou que ofereceria “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que Nicolás Maduro faça uma transição de poder. A ideia seria uma negociação com o atual presidente, que inclusive já recebeu uma oferta de asilo político no exterior.
No mesmo mês, Maduro descartou negociar com a oposição e disse que Corina Machado tinha que se entregar à Justiça para responder “pelos crimes que cometeu”.
Agora, a líder da oposição venezuelana afirma que Maduro deveria aceitar os termos de uma transição negociada “para o seu próprio bem” e evitar um cenário devastador na Venezuela.
“Dissemos que estamos dispostos a dar garantias nesta transição, com base no reconhecimento da soberania popular expressada em 28 de julho. O que nós venezuelanos queremos é o que é bom para o nosso país, o que é bom para os países vizinhos, o que é bom para todas as nações democráticas e também o que é bom para aqueles que hoje apoiam Nicolás Maduro”, afirmou.
A líder da oposição destacou que o apoio internacional para a troca de poder na Venezuela é fundamental para pressionar o regime atual. Segundo ela, Maduro acredita que os crimes cometidos durante seu governo serão esquecidos, mas o mundo não virará a página tão facilmente.
Quando questionada sobre o que pode acontecer caso Maduro continue no poder, Corina Machado disse: “Acredite, será mais difícil para Maduro do que para nós”.
“Ele tornaria realidade o golpe de Estado mais cruel da história deste país e ficará absolutamente isolado e sozinho em condições cada vez mais difíceis ou impossíveis de sustentar. Ele não tem mais nada, ele não tem mais ninguém. Ninguém acredita nele”, afirmou.
Militares insatisfeitos
Maduro fala com seu comando militar em um evento em Caracas no dia 5 de julho.
Leonardo Fernández Viloria/ Reuters
A líder da oposição venezuelana afirmou que o regime de Nicolás Maduro só continua de pé por causa da atuação das Forças Armadas, que têm forte influência chavista.
“Vemos como em todos os cargos governamentais há algumas figuras das Forças Armadas porque Maduro sabe que isso é a única coisa que lhe resta.”
Por outro lado, Corina Machado disse que existe um descontentamento crescente nas bases militares. Nas eleições de 28 de julho, por exemplo, membros das Forças Armadas tiveram papeis decisivos para que a oposição conseguisse reunir as atas das urnas eleitorais, segundo ela.
“Essas pressões dentro das Forças Armadas crescem porque eles entendem que com Maduro não há futuro. Nós estamos oferecendo um governo democrático no qual todos os venezuelanos poderão se encontrar e fortalecer nossas instituições, começando por uma força armada profissional e bem treinada”, concluiu.
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Postado em: 03:05

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