O Parlamento israelense aprovou uma lei que proíbe a agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos de trabalhar em seu território, mas o acesso por meio de Israel é essencial para a atuação dos agentes na Faixa de Gaza. Sacos de alimentos da Agência da ONU para Refugiados em Gaza (UNRWA) são posicionados em Rafah
Mohammed Salem/Reuters
A decisão de Israel de banir a agência de ajuda humanitária da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, de seu território pode representar a morte de mais crianças e uma forma de punição coletiva para os moradores da Faixa de Gaza se for totalmente implementada, alertaram agências da ONU nesta terça-feira (29).
Nesta segunda (28), o Parlamento israelense aprovou uma lei que proíbe a UNRWA de trabalhar em seu território. No entanto, a agência , que emprega milhares de pessoas em Gaza e fornece suprimentos básicos para quase toda a população do enclave, precisa de acesso por meio de Israel.
O porta-voz da Unicef, James Elder, disse a jornalistas em Genebra que, sem a UNRWA, o sistema humanitário em Gaza provavelmente entrará em colapso:
“A Unicef ficaria efetivamente incapaz de distribuir suprimentos que salvam vidas. Estou falando de vacinas, roupas de inverno, kits de higiene, kits de saúde, água e saneamento. Então, uma decisão como essa de repente significa que uma nova maneira foi encontrada para matar crianças”.
Dados das autoridades de saúde palestinas mostram que mais de 13.300 crianças, cujas identidades foram confirmadas, foram mortas na guerra de Gaza até agora, mas acredita-se que muitas outras morreram de doenças devido ao colapso do sistema médico e à escassez de alimentos e água.
O porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Jeremy Laurence, disse que o Alto Comissário acredita que a decisão terá um “potencial impacto degradador”:
“Sem a UNRWA, a entrega de alimentos, assistência médica, educação, entre outras coisas, para a maioria da população de Gaza, seria interrompida. Os civis já pagaram o preço mais alto deste conflito no ano passado. Verdadeiramente, esta decisão só tornará as coisas piores para eles, muito piores”.
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Tarik Jasarevic, da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que cerca de um terço dos profissionais de saúde que ajudam na campanha de vacinação contra a poliomielite em andamento para crianças em Gaza trabalham com a UNRWA, que tem cerca de 1.000 profissionais de saúde atuando no território.
Para justificar a proibição, autoridades israelenses citaram o envolvimento de funcionários da UNRWA no ataque de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas no sul de Israel, que desencadeou a guerra de Gaza.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel acusaram um funcionário da agência de ser um comandante do Hamas ao anunciar a morte dele.
Diante das pressões internacionais por um cessar-fogo na região e por mais ajuda humanitária, Israel diz que faz todos os esforços possíveis para evitar vítimas civis e acusa o grupo militante palestino Hamas de deliberadamente basear seus combatentes em áreas residenciais e usar civis como escudos humanos.
Mohammed Salem/Reuters
A decisão de Israel de banir a agência de ajuda humanitária da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, de seu território pode representar a morte de mais crianças e uma forma de punição coletiva para os moradores da Faixa de Gaza se for totalmente implementada, alertaram agências da ONU nesta terça-feira (29).
Nesta segunda (28), o Parlamento israelense aprovou uma lei que proíbe a UNRWA de trabalhar em seu território. No entanto, a agência , que emprega milhares de pessoas em Gaza e fornece suprimentos básicos para quase toda a população do enclave, precisa de acesso por meio de Israel.
O porta-voz da Unicef, James Elder, disse a jornalistas em Genebra que, sem a UNRWA, o sistema humanitário em Gaza provavelmente entrará em colapso:
“A Unicef ficaria efetivamente incapaz de distribuir suprimentos que salvam vidas. Estou falando de vacinas, roupas de inverno, kits de higiene, kits de saúde, água e saneamento. Então, uma decisão como essa de repente significa que uma nova maneira foi encontrada para matar crianças”.
Dados das autoridades de saúde palestinas mostram que mais de 13.300 crianças, cujas identidades foram confirmadas, foram mortas na guerra de Gaza até agora, mas acredita-se que muitas outras morreram de doenças devido ao colapso do sistema médico e à escassez de alimentos e água.
O porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Jeremy Laurence, disse que o Alto Comissário acredita que a decisão terá um “potencial impacto degradador”:
“Sem a UNRWA, a entrega de alimentos, assistência médica, educação, entre outras coisas, para a maioria da população de Gaza, seria interrompida. Os civis já pagaram o preço mais alto deste conflito no ano passado. Verdadeiramente, esta decisão só tornará as coisas piores para eles, muito piores”.
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Tarik Jasarevic, da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que cerca de um terço dos profissionais de saúde que ajudam na campanha de vacinação contra a poliomielite em andamento para crianças em Gaza trabalham com a UNRWA, que tem cerca de 1.000 profissionais de saúde atuando no território.
Para justificar a proibição, autoridades israelenses citaram o envolvimento de funcionários da UNRWA no ataque de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas no sul de Israel, que desencadeou a guerra de Gaza.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel acusaram um funcionário da agência de ser um comandante do Hamas ao anunciar a morte dele.
Diante das pressões internacionais por um cessar-fogo na região e por mais ajuda humanitária, Israel diz que faz todos os esforços possíveis para evitar vítimas civis e acusa o grupo militante palestino Hamas de deliberadamente basear seus combatentes em áreas residenciais e usar civis como escudos humanos.
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Postado em: 11:00