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Internacional

Por que países escandinavos estão ensinando a população a se preparar para guerra?

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A Suécia diz que a orientação se deve à piora na situação de segurança — em outras palavras, à invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia. Suecos vão receber a partir desta segunda-feira pelo correio a nova versão do panfleto ‘Se houver crise ou guerra’.
TT News Agency/AFP via BBC
Milhões de suecos vão começar a receber, nesta segunda-feira (18/11), um panfleto que orienta a população sobre como se preparar e lidar com a situação em caso de guerra ou outras crises inesperadas.
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Intitulado “Se houver crise ou guerra”, o panfleto é uma versão atualizada de uma edição distribuída há seis anos, devido ao que o governo de Estocolmo chama de piora na situação de segurança — em outras palavras, à invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia. O livreto tem o dobro do tamanho da versão anterior.
A Finlândia, país vizinho, também acaba de publicar online suas novas orientações sobre “preparação para incidentes e crises”.
E os noruegueses receberam recentemente um panfleto pedindo que se preparem para se virar sozinhos por uma semana em caso de condições meteorológicas extremas, guerra e outras ameaças.
Durante o verão no hemisfério norte, a agência de gestão de emergências da Dinamarca disse que estava enviando por e-mail aos adultos dinamarqueses detalhes sobre água, alimentos e medicamentos de que necessitariam para ultrapassar uma crise durante três dias.
Em uma seção detalhada sobre conflitos militares, o panfleto digital finlandês explica como o governo e o presidente responderiam no caso de um ataque armado, enfatizando que as autoridades da Finlândia estão “bem preparadas para a autodefesa”.
A Suécia só entrou para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) neste ano, decidindo, assim como a Finlândia, solicitar a adesão depois que Moscou expandiu sua guerra em 2022. A Noruega foi um membro fundador da aliança militar do Ocidente.
Diferentemente da Suécia e da Noruega, o governo de Helsinque decidiu não imprimir uma cópia das orientações para cada residência, uma vez que isso “custaria milhões”, e uma versão digital poderia ser atualizada mais facilmente.
“Enviamos 2,2 milhões de cópias impressas, uma para cada domicílio na Noruega”, afirmou Tore Kamfjord, responsável pela campanha de autopreparação do Departamento de Proteção e Defesa Civil da Noruega (DSB, na sigla em inglês).
As listas de itens que devem ser mantidos nos domicílios incluem alimentos não perecíveis — como latas de feijão, barras de cereal e macarrão — e medicamentos, incluindo comprimidos de iodo para o caso de um acidente nuclear.
Oslo distribuiu uma versão anterior do panfleto em 2018, mas Kamfjord disse que as mudanças climáticas e os eventos meteorológicos mais extremos, como inundações e deslizamentos de terra, aumentaram os riscos.
Para os suecos, a ideia de um livreto de emergência civil não é novidade. A primeira edição do “Se houver guerra” foi produzida durante a Segunda Guerra Mundial, e foi atualizada durante a Guerra Fria.
Mas uma mensagem que estava no meio do livreto ganhou mais destaque: “Se a Suécia for atacada por outro país, nunca desistiremos. Todas as informações no sentido de que a resistência deve cessar são falsas”.
Não faz muito tempo que a Finlândia e a Suécia ainda eram países neutros, embora sua infraestrutura e seu “sistema de defesa total” remontem à Guerra Fria.
O ministro da Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, afirmou em outubro que, como o contexto global havia mudado, as informações para as famílias suecas também deveriam refletir essas mudanças.
No início deste ano, ele alertou que “poderia haver uma guerra na Suécia”, embora isso tenha sido visto como um toque de despertar, porque ele achava que as medidas para reconstruir essa “defesa total” estavam progredindo muito lentamente.
Devido à sua longa fronteira com a Rússia e à sua experiência de guerra com a antiga União Soviética na Segunda Guerra Mundial, a Finlândia sempre manteve um alto nível de defesa. A Suécia, no entanto, reduziu sua infraestrutura, e só nos últimos anos começou a se preparar novamente.
“Do ponto de vista finlandês, isso é um pouco estranho”, afirma Ilmari Kaihko, professor de estudos de guerra na Universidade de Defesa da Suécia. “A Finlândia nunca esqueceu que a guerra é uma possibilidade, enquanto na Suécia as pessoas tiveram que ficar um pouco abaladas para entender que isso pode realmente acontecer”, acrescenta Kaihko, que é finlandês.
Melissa Eve Ajosmaki, de 24 anos, é natural da Finlândia, mas estuda em Gotemburgo, na Suécia. Ela diz que ficou mais preocupada quando a guerra eclodiu na Ucrânia. “Agora estou menos preocupada, mas ainda tenho em mente o que devo fazer se houver uma guerra. Especialmente porque tenho minha família na Finlândia.”
Os guias incluem instruções sobre o que fazer em caso de vários cenários — e pedem aos cidadãos que se certifiquem de que podem se virar sozinhos, pelo menos inicialmente, no caso de uma situação de crise.
Os finlandeses são questionados sobre como lidariam com a possibilidade de ficar sem energia por dias a fio com temperaturas de até -20°C no inverno.
A lista de produtos que devem ser mantidos nas suas residências também inclui comprimidos de iodo, assim como alimentos fáceis de cozinhar, rações para animais de estimação e uma fonte de fornecimento de energia reserva.
A lista sueca recomenda ter batata, repolho, cenoura e ovos, além de latas de molho à bolonhesa e sopas prontas.
O economista sueco Ingemar Gustafsson, de 67 anos, se lembra de ter recebido versões anteriores do panfleto: “Não estou tão preocupado com isso tudo, então levei isso com bastante tranquilidade. É bom termos informações sobre como devemos agir e como devemos nos preparar, mas não é que eu tenha todos esses preparativos em casa”.
Uma das recomendações mais importantes é manter alimentos e água potável suficientes para 72 horas.
Mas Ilmari Kaihko questiona se isso é praticável para todos.
“Onde você guarda isso se tiver uma família grande morando em um apartamento pequeno?”
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Postado em: 08:01

Internacional

Mortes em Gaza passam de 44 mil

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O número de mortos na Faixa de Gaza por conta da ofensiva militar desde o início da guerra entre Israel e o Hamas passou de 44 mil pessoas, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
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As mortes, ainda segundo o ministério, foram provocadas por bombardeios ou incursões por terra de militares de Israel. O balanço inclui não detalha quantos eram civis e quantos, terroristas do Hamas e de outros grupos armados que atuam na Faixa de Gaza.
Já o governo de Israel afirmou que cerca de 17 mil mortos em Gaza eram terroristas.

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Postado em: 09:00

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Internacional

Rússia diz ter derrubado dois mísseis do Reino Unido disparados pela Ucrânia

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Os mísseis Storm Shadow, fornecidos pelo Reino Unido, aliados da Ucrânia, são feitos para destruir alvos estáticos e muito grandes. Míssil de cruzeiro Storm Shadow, fabricado pelo Reino Unido.
AP Photo/Lewis Joly, File
A Rússia disse nesta quinta-feira (21) que derrubou dois míssies “Storm Shadow”, produzidos pelo Reino Unido e utlizados pela Ucrânia.
Nesta semana, o governo britânico autorizou a Ucrânia a utilizar os artefatos para atacar o país vizinho.
O ministro da Defesa russo disse que foguetes norte-americanos também foram derrubados. “As defesas aéreas derrubaram dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow produzidos pelo Reino Unido, seis foguetes HIMARS dos Estados Unidos e 67 veículos aéreos não tripulados”, disse.
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A Ucrânia disparou mísseis Storm Shadow, britânicos e de longo alcance, contra a Rússia nesta quarta-feira (20), segundo a agência de notícias norte-americana “Bloomberg”. Esta é a primeira vez que os ucranianos utilizam esse tipo de míssil na guerra, iniciada em 2022.
Os mísseis Storm Shadow têm um alcance de 250 km e são feitos para destruir alvos estáticos e muito grandes. Ainda não se sabe se os projéteiss disparados pela Ucrânia nesta quarta foram interceptados pelas defesas russas.
A utilização dos Storm Shadow ocorreu dias após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, permitir que os ucranianos usassem mísseis de longo alcance ATACMS contra o território russo. O primeiro uso dos ATACMS ocorreu na terça.
O Reino Unido havia declarado anteriormente que a Ucrânia poderia usar os mísseis de cruzeiro Storm Shadow dentro do território ucraniano, mas o governo vinha pressionando os Estados Unidos há meses por permissão para utilizá-los em ataques a alvos dentro da Rússia.
Era esperado que o Reino Unido autorizasse a Ucrânia a utilizarem o Storm Shadow dentro do território russo após a autorização dos EUA. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou na terça que os ucranianos “têm que ter o que for necessário” para vencer a Rússia.
Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia
Míssil americano ATACMS em lançamento teste pelo Exército dos EUA em dezembro de 2021.
John Hamilton/U.S. Army via AP, File
A Ucrânia utilizou pela primeira vez os mísseis ATACMS, os artefatos de longo alcance cedidos pelos Estados Unidos, em um ataque ao território russo nesta terça-feira (19).
A Rússia, que considera o uso desses mísseis uma ingerência direta dos EUA, prometeu retaliação e, também nesta terça, flexibilizou seus parâmetros para o uso armas nucleares (leia mais abaixo), indicando uma escalada — o país é a maior potência nuclear do mundo.
O Ministério da Defesa russo afirmou que Kiev lançou seis mísseis ATACMS em direção a Bryansk, região no sudoeste da Rússia e perto da fronteira com a Ucrânia, durante a madrugada.
Ainda segundo o ministério, cinco mísseis foram interceptados e o sexto, parcialmente destruído. Apenas alguns destroços de um dos artefatos caíram perto de uma área do Exército, causando um incêndio sem danos estruturais.
Também não houve vítimas, completou a pasta.
O governo ucraniano não havia se manifestado oficialmente sobre o caso até a última atualização desta reportagem, mas fontes do governo dos Estados Unidos e do Exército ucraniano confirmaram o ataque com os mísseis ATACMS à agência de notícias Reuters.
É praxe de Kiev não se pronunciar em acusações de ataques em território russo.
Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, onde foi para participar da cúpula do G20, o chanceler russo, Sergey Lavrov, disse que o ataque “é um sinal que o Ocidente busca uma escalada na guerra”.
1.000 dias
Também nesta terça-feira (19), a guerra da Ucrânia completou 1.000 dias sem nenhuma perspectiva de fim — não há negociações de paz em andamento, e a situação no front de guerra está estancada. Atualmente, militares russos controlam cerca de 20% do território ucraniano, mas não conseguem avançar.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lançou recentemente um plano para expulsar de vez as tropas russas, mas não deixou claro como vai implementá-lo.
LEIA MAIS:
ATAQUES PRECISOS A ALVOS A ATÉ 300 KM: os detalhes do ATACMS, míssil americano que a Ucrânia usou para atacar a Rússia
AVAL PARA USO DOS ATACMS: como a decisão de Biden pode ampliar guerra
Nova doutrina para armas nucleares
Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto flexibilizando o uso de armas nucleares por parte de seu Exército. A medida atualiza a doutrina russa que específica momentos em que seria autorizado o uso de armas nucleares.
Com a atualização, a Rússia agora considerará fazer um ataque nuclear se seu território ou de Belarus, país aliado, enfrentem uma agressão “com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial”, segundo o texto.
A doutrina anterior, estabelecida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.
Segundo um Kremlin, foi uma “resposta necessária” diante de novas ameaças do Ocidente.
No domingo (17), o presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance ATACMS, fornecidos pelos americanos, para atacar o território da Rússia, revelou no jornal americano “The New York Times” no domingo (17).
A liberação do uso dos mísseis americanos pela Ucrânia ocorre como reação ao envio de tropas norte-coreanas para lutarem na guerra na Ucrânia ao lado dos russos, e marca uma mudança de posição de Biden sobre o tema, dois meses antes de que ele deixe a presidência dos EUA — desde o início da guerra, Washington vinha resistindo autorizar o uso de mísseis para evitar escalada no conflito.
A Rússia disse que Biden “quis jogar lenha na fogueira”.
Os mísseis ATACMS
ATACMS: os mísseis americanos que a Ucrânia poderá usar contra a Rússia
▶️ O que são os mísseis ATACMS? A sigla ATACMS significa Army Tactical Missile Systems (em português, Sistemas de Mísseis Táticos do Exército dos EUA). Leia mais sobre o míssil ATACMS aqui.
Os ATACMS são considerados um armamento avançado e permitem ataques com precisão a uma distância de até 300 km.
Por outro lado, a Rússia tem o mais vasto arsenal de mísseis do mundo — segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) —, como o 9k720 Iskander, que se assemelha às capacidades do ATACMS.
Veja a comparação entre os dois mísseis no infográfico abaixo:
Ficha técnica de mísseis ATACMS, dos EUA, e Iskander, da Rússia.
Bruna Azevedo/equipe de arte g1
Apesar do ATACMS ser considerado um míssil de longo alcance pelo governo dos EUA e pelo fabricante, Lockheed Martin, outros parâmetros, como o da enciclopédia Britannica e do CSIS o considerarem de curto alcance (até 480 km de distância).
De acordo com levantamento do CSIS, a Rússia tem ao menos tipos de 24 mísseis em seu arsenal, que variam entre mísseis de curto alcance, como o Iskander, até mísseis de cruzeiro e intercontinentais (alcance maior que 5.300 km).
Escalada do conflito
Presidente dos EUA, Joe Biden (à esquerda), e presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Reprodução
Até agora, a Ucrânia estava vetada de utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA. O disparo de mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA contra a Rússia era um tabu, porque o presidente russo, Vladimir Putin, considera que isso muda o caráter do conflito e havia prometido represálias. Entre as ameaças que fez ao Ocidente, Putin disse que realizaria testes nucleares.
Biden mudou de posição a menos de dois meses de deixar a Casa Branca. Em janeiro, o republicano Donald Trump assume a presidência americana, e não se sabe se ele manterá o apoio à Ucrânia no conflito.
A retirada da restrição ocorre em um momento de escalada nas tensões entre países da Ásia, da Europa e dos EUA. Uma nova fase da ofensiva russa em território ucraniano a partir de maio fez Otan e EUA, aliados da Ucrânia, considerarem a autorização para utilização de mísseis de longo alcance fornecidos aos ucranianos.
Com essa nova fase da guerra, os EUA começaram a levantar algumas restrições, deixando apenas a dos mísseis de longo alcance. Já países da Europa reforçaram os pacotes de ajuda financeira e o presidente da França, Emmanual Macron, chegou até a considerar enviar tropas francesas para a Ucrânia, e foi ameaçado por Putin.
▶️ Por que isso é importante? Os russos afirmam que uma linha vermelha seria ultrapassada se mísseis ocidentais fossem usados em seu território.
Zelensky e Biden após assinarem acordo nesta quinta-feira (13).
Alessandro Garofalo/Reuters
Os Estados Unidos e outros membros da OTAN –enquanto apoiam a Ucrânia com armas, treinamento e ajuda financeira– estão tentando evitar um confronto direto com a Rússia.
Por isso, a decisão de retirar a proibição do uso dos mísseis americanos de longo alcance é uma grande mudança na postura de Biden, que se manteve cauteloso sobre esse assunto durante seu governo. A permissão ocorre também após a vitória de Trump nas eleições dos EUA.
A agência de notícias Tass noticiou que parlamentares russos consideram a permissão para que a Ucrânia ataque dentro da Rússia com mísseis dos EUA um passo sem precedentes, que pode levar a uma terceira guerra mundial. A nota afirma, ainda, que a resposta será imediata.
A Rússia e a Coreia do Norte estreitaram relações –diplomáticas e militares–, o que levou ao posicionamento de tropas norte-coreanas para lutarem na Ucrânia ao lado das russas. Diante disso, o Pentágono já havia dito que não haveria restrição de armas que a Ucrânia poderia utilizar.
Segundo as autoridades americanas ouvidas pelo “The New York Times”, o temor de que Putin suba ainda mais o tom por conta da autorização do uso de mísseis americanos pela Ucrânia ainda existe, mas foi superado pela urgência do atual cenário da guerra.
Ucrânia e Rússia estão em guerra desde fevereiro de 2022, após uma invasão de tropas russas em território ucraniano. O avanço russo continua: na última semana de outubro, tropas de Putin fizeram o avanço mais rápido desde o início do conflito. Na Ucrânia, o presidente Zelensky apresentou um “plano da vitória” na guerra contra a Rússia aos EUA e ao Parlamento ucraniano em outubro.
A ameaça de Putin caso Ucrânia passe a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia
Tropas da Coreia do Norte na guerra da Ucrânia
Míssil americano ATACMS em lançamento teste pelo Exército dos EUA em dezembro de 2021.
John Hamilton/U.S. Army via AP, File
Em meados de outubro, a agência de inteligência da Coreia do Sul disse ter descoberto o envio de 1.500 tropas norte-coreanas à Rússia. O número foi atualizado e a estimativa dos governos sul-coreano e ucraniano é que entre 10 e 12 mil soldados norte-coreanos sejam enviados até dezembro.
Segundo o “The New York Times”, esse número pode chegar até 50 mil soldados da Coreia do Norte fornecidos às forças russas, e eles poderiam ser utilizados em uma nova fase de ofensiva contra a Ucrânia.
Segundo a Coreia do Sul, cerca de 12 mil soldados norte-coreanos já foram enviados à Rússia em segredo e estão recebendo treinamento em bases militares russas. A inteligência ucraniana disse ainda que cerca de 12 mil soldados da Coreia do Norte já estão na Rússia, e o treinamento das tropas está ocorrendo em cinco bases militares.
Os EUA estimam que o emprego das tropas norte-coreanas na guerra foi concretizado no final de outubro.
O envolvimento da Coreia do Norte na guerra entre Rússia e Ucrânia aumentou o nível de alerta e as tensões com a Coreia do Sul e países do Ocidente membros da Otan. Os EUA, a Holanda e a própria Otan afirmaram terem provas do envio das tropas à Rússia, e consideram uma escalada “muito séria” no conflito. Autoridades de Seul afirmaram que o país avalia fornecer armas à Ucrânia como resposta.
O presidente russo Vladimir Putin disse nesta sexta que “é da nossa conta” se o país utiliza tropas norte-coreanas e pode fazer o que quiser para garantir a segurança da Rússia.
De acordo com o presidente, o Exército russo está avançando por todas as frentes de batalha no território ucraniano e encurralou um grande número de tropas na região de Kursk. Em meio à polêmica, parlamentares russos ratificaram um pacto com a Coreia do Norte que prevê assistência militar mútua.

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Postado em: 08:04

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Internacional

Rússia dispara míssil intercontinental contra Ucrânia pela primeira vez na guerra, diz Exército ucraniano

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O míssil intercontinental russo, uma arma poderosa e de longo alcance, atacou a cidade de Dnipro, a 1 mil km de onde foi lançado, segundo os militares ucranianos. Rússia lança míssil balístico intercontinental em ataque contra a Ucrânia
A Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia nesta quinta-feira (21), informou a Força Aérea ucraniana. Esta foi a primeira vez que a Rússia utilizou um míssil tão poderoso, de capacidade nuclear e de longo alcance na guerra, iniciada em 2022.
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Segundo os militares ucranianos, o míssil intercontinental foi lançado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, em ataque a Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, na manhã desta quinta. As duas cidades são separadas por 1 mil km.
Um míssil balístico intercontinental é lançado a partir da terra, pode ser equipado com ogivas nucleares e, como o próprio nome indica, é projetado para viajar longas distâncias, superiores a 5.600 km. Segundo a enciclopédia Britannica, apenas os Estados Unidos, Rússia e China possuem esse tipo de mísseis.
O uso do míssil intercontinental pelos russos ocorre após a Ucrânia ter usado mísseis dos Estados Unidos e do Reino Unido para atingir alvos dentro da Rússia nesta semana, algo que Moscou havia alertado repetidamente que seria considerado uma escalada significativa. Os mísseis ATACMS e Storm Shadow, que os ucranianos foram autorizados a utilizar, têm alcances de no máximo 300 km.
A Rússia não se pronunciou sobre o lançamento do míssil até o momento. Perguntado se o lançamento aconteceu, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou não ter nada a dizer sobre o assunto. O Ministério da Defesa russo afirmou que abateu dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow nos últimos dias.
Dimensão internacional
Míssil americano ATACMS em lançamento teste pelo Exército dos EUA em dezembro de 2021.
John Hamilton/U.S. Army via AP, File
Nas últimas semanas, a guerra na Ucrânia assumiu uma dimensão internacional com a chegada de tropas norte-coreanas para ajudar a Rússia no campo de batalha. Segundo Washington, esse novo movimento motivou a mudança de política de Biden em mísseis de longo alcance, o que irritou o Kremlin.
Como responta, na terça-feira (19) o presidente russo Vladimir Putin flexibilizou os parâmetros para o uso de seu arsenal nuclear, com uma nova doutrina que permite uma potencial resposta nuclear de Moscou até mesmo a um ataque convencional à Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear.
Isso poderia incluir ataques ucranianos apoiados pelos EUA.

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Postado em: 07:00

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