Connect with us

Internacional

Por que Biden prometeu meio bilhão de dólares pra Amazônia e não cumpriu?

Publicado

em

Líder americano será o primeiro mandatário em exercício a visitar a floresta, mas sua visita deixará pouco mais do que fotografias e apertos de mão Lula e Biden se encontraram na Casa Branca em fevereiro de 2023, quando a promessa de recursos para a Amazônia não se cumpriu
Ricardo Stuckert/PR
Quando o Air Force One aterrissar em Manaus e o democrata Joe Biden desembarcar da aeronave presidencial, no próximo domingo, 17, ele se tornará o primeiro presidente em exercício dos Estados Unidos a pisar na Amazônia brasileira na história de 200 anos de relação entre as duas nações.
Biden, que abandonou a campanha de reeleição no meio do ano e viu sua sucessora, a vice-presidente Kamala Harris, derrotada nas urnas por Donald Trump, será recebido por lideranças indígenas e deve visitar o Museu da Amazônia (MUSA), uma reserva nativa de floresta na capital amazonense. Na sequência, ele seguirá ao Rio, onde participará do encontro de líderes do G20 e se encontrará com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Em termos práticos, porém, a viagem representará pouco para a floresta e para quem vive nela.
A visita amazônica deve ser um desfecho simbólico para um enredo de desacertos na pauta ambiental e climática entre Lula e Biden.
Brasileiros e americanos, no entanto, concordam que a relação acabou salva pela atitude assertiva de Washington na defesa à democracia no Brasil durante e depois das eleições de 2022.
Quanto à Amazônia, o acúmulo de frustrações é evidente. O mandatário americano prometeu muito para o bioma – inclusive quando era ainda apenas candidato – entregou quase nada e, a dois meses de deixar a Casa Branca, já não tem muito mais a oferecer além de fotos e apertos de mãos.
Expectativa x realidade
Ainda em sua campanha para a presidência em 2020, Biden deixou claro que o combate às mudanças climáticas seria um tema central em sua gestão. E usou episódios de graves incêndios na Amazônia meses antes para alavancar sua imagem de líder ambiental internacional.
“Eu começaria imediatamente a organizar o hemisfério e o mundo para prover US$ 20 bilhões [R$ 116 bilhões] para a Amazônia, para o Brasil não queimar mais a Amazônia”, prometeu Biden durante um debate televisivo com Donald Trump. À ocasião, a manifestação gerou mal-estar no governo de Jair Bolsonaro, alinhado a Trump.
No poder, Biden destacou seu Enviado Climático, o ex-secretário de Estado John Kerry, para negociar com o governo brasileiro avanços na preservação ambiental no país em troca de recursos financeiros. A Kerry interessava mostrar resultados que a gestão Biden queria obter rapidamente, para mostrar que os EUA ainda tinham condições de liderar o mundo no assunto.
John Kerry e Marina Silva em reunião no Brasil para discutir combate a mudanças climáticas
Reuters
Já o governo Bolsonaro queria que os americanos se comprometessem a destinar US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) por ano à Amazônia brasileira de saída, sem que o Brasil apresentasse resultados de redução de desmatamento de antemão. As negociações, do lado brasileiro, ficavam a cargo do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Enquanto prometia empenho no trabalho de proteção ambiental aos americanos, o governo federal cortava o orçamento dos órgãos de fiscalização dos biomas.
Com o passar das semanas, entre os democratas criou-se a percepção de que Kerry estava “sendo passado para trás” pelos bolsonaristas, tanto assim que ele chegou a ser chamado a uma sessão no Congresso para se explicar aos próprios democratas sobre o avanço das negociações.
Mas, na prática, embora as conversas com Kerry tenham se seguido até o fim do governo Bolsonaro, nenhum dinheiro jamais foi liberado nesse período.
Lula se elegeu prometendo promover o oposto da agenda de Bolsonaro em relação ao meio ambiente e superou uma ruptura política histórica com Marina Silva para instalá-la em seu Ministério do Meio Ambiente. Marina goza de alta reputação no assunto com os americanos.
Então, quando a gestão Biden pressionou por uma visita ainda nos primeiros três meses de governo, em 2023, antes do embarque de Lula para a China, Brasília entendeu que Washington cumpriria suas promessas de verbas, especialmente para o Fundo Amazônia, recém reativado. Antes mesmo que Lula tomasse posse, ainda na Cúpula do Clima do Egito, à qual o presidente eleito compareceu, os americanos sinalizaram com a intenção de efetuar os repasses.
O encontro, no entanto, foi planejado às pressas para o começo de fevereiro daquele ano e quando os americanos revelaram suas intenções, eles tinham apenas US$50 milhões para aportar no Fundo Amazônia.
Água própria para Biden e praia fechada para Xi Jinping: veja as exigências de segurança
Diplomatas americanos disseram que este era apenas um “gesto inicial”, “unilateral”, “de boa vontade” e confiança no trabalho que a gestão Lula viria a desenvolver, mas que mais dinheiro viria na sequência. As autoridades do Brasil e dos EUA acordaram então, que o valor, tido pelos brasileiros como “simbólico”, sequer seria mencionado no comunicado conjunto dos dois países.
Em abril de 2023, Biden pareceu cumprir sua promessa: anunciou que os americanos pretendiam remeter US$ 500 milhões (R$ 2,9 bilhões) ao Fundo Amazônia, divididos em cinco anos. Mas, na verdade, o envio dos recursos dependia de aprovação do Congresso.
Com a Câmara dos Representantes tendo maioria republicana, sempre foi remota a possibilidade de que o dinheiro realmente desembarcasse na Amazônia.
Em 2023, durante as discussões do Orçamento do Executivo americano, a BBC News Brasil procurou o Representante Mario Díaz-Balart, relator dos gastos com política externa, para consultar sobre a possibilidade de que o Fundo Amazônia fosse incluído na peça.
“Sinceramente, nem sei de que fundo você está falando”, respondeu Díaz-Balart. O orçamento aprovado não previu um centavo para o Fundo Amazônia.
“Agora com a vitória de Trump, sabemos que as questões de meio ambiente estão fora do jogo. É remoto que vejamos qualquer dinheiro para o Fundo Amazônia”, afirmou à BBC News Brasil um embaixador brasileiro com conhecimento direto das negociações.
Recentemente, uma equipe de diplomatas do país interpelou o senador republicano Lindsey Graham sobre o Fundo Amazônia. Ouviu dele que votaria a favor porque Graham é caçador por hobby e precisa de animais vivos para poder caçar. Foi uma das respostas mais positivas obtidas na base trumpista sobre o assunto.
A expectativa dos brasileiros é que a proteção do meio ambiente acabe sendo um efeito colateral positivo de políticas que devem interessar à administração Trump.
Foi durante o primeiro mandato do republicano que os dois países lançaram o US Brazil Energy Forum, que deve se manter em funcionamento agora.
“Eles estão interessados em coisas com viabilidade econômica alta e no domínio das tecnologias de energia renovável, até para disputar com a China. Então há interesses nessas áreas de hidrogênio verde, energia solar, baterias de lítio, etc”, disse o mesmo embaixador.
Os democratas nutriam a expectativa de “refundar” a relação ambiental com o Brasil em um possível governo Kamala Harris e especulavam que ela usaria a viagem para a COP30, em Belém, no ano que vem, para anunciar grandes e concretas parcerias binacionais. Trump atropelou os planos com sua acachapante vitória eleitoral. Enão há no governo brasileiro qualquer expectativa de que Trump compareça à COP do Brasil.
Biden será o primeiro presidente americano em exercício a visitar a floresta amazônica
Getty Images via BBC
Legado pessoal de Biden
Oficialmente, o Departamento de Estado defendeu que o plano de Biden ir à Amazônia já estava traçado antes da derrota democrata nas urnas e que a manutenção da agenda apenas reforça o compromisso que ele sempre teve com o tema.
No plano original, Lula levaria o americano a um tour semelhante ao do líder francês Emmanuel Macron, o que não se concretizou porque Lula reduziu as viagens depois de um acidente doméstico.
Mas ao menos quatro diplomatas brasileiros e democratas ouvidos reservadamente pela BBC News Brasil, concordaram que a vinda de Biden à Amazônia no apagar das luzes de seu mandato é o que os americanos costumam chamar de “too little, too late”, “muito pouco, muito tarde”, na tradução literal.
Para estas fontes americanas, a fotografia na floresta e a marca de ser o único presidente em exercício dos EUA a ter estado ali são adições importantes para o legado pessoal de Biden e para a construção de sua imagem em contraponto à de seu antecessor, e agora também sucessor, Donald Trump, um negacionista das mudanças climáticas cujo mote de campanha foi “Drill, baby, drill”, algo como “perfure, baby, perfure”, sobre aumentar a exploração de petróleo do país.
Algo que o Conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, também indicou em uma breve manifestação nesta quarta, 13, ao comentar a viagem.
“O presidente viajará para o Brasil e começará com uma parada histórica na Amazônia para reforçar o seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos EUA em todos os níveis de governo e em todo o nosso setor privado e sociedade civil para combater as mudanças climáticas no país e no exterior. E esta tem sido, obviamente, uma das causas definidoras da presidência do Presidente Biden”, disse Sullivan.
Domesticamente, Biden tem avanços a mostrar no tema por ter aprovado o maior pacote da história americana para impulsionar investimentos em transição energética e meio ambiente (US$ 145,4 bilhões, aproximadamente R$ 843,32 bilhões), o Inflation Reduction Act (IRA), e por ter criado a inédita figura de Enviado Climático da gestão, que coube a Kerry.
Agora, sua gestão corre para empenhar o montante do IRA ainda não usado antes que Trump ocupe o salão oval, em 20 de janeiro de 2025. O republicano já disse que pretende cancelar o que for possível de tais gastos.
Internacionalmente, porém, a iniciativa mais visível de Biden foi o retorno ao Acordo Climático de Paris. “Essa foi a única contribuição real dos americanos no assunto nos últimos tempos. E Trump deve mais uma vez retirar os americanos disso”, avalia um diplomata brasileiro em missão nos EUA, que acompanha a política americana de perto.
Nenhum dos profissionais da diplomacia brasileira ouvidos pela reportagem nutria grande expectativa sobre qualquer possível anúncio que Biden possa fazer nesta passagem por solo brasileiro. Até porque qualquer decisão pode ser desfeita em pouco mais de 60 dias.
No jargão político, a atual situação de Biden, um presidente ainda na cadeira com sucessor político já eleito, é conhecida como “pato manco”. No caso de Biden, seu sucessor é um opositor que promete o oposto do que o democrata pregava.
“Honestamente, a viagem à Amazônia não faz muito sentido pra mim, não há agenda nenhuma a salvar até porque já nada do que ele fizer importa. Existe pato manco e existe O pato manco. Biden é deste último tipo”, afirmou, em caráter reservado, um democrata especialista em América Latina e com vasta experiência no Departamento de Estado e na Casa Branca.

Ir para postagem original ”CLIQUE AQUI”

Postado em: 08:05

Internacional

Primeiro-ministro da França vira alvo de moção de desconfiança no Parlamento e pode perder o cargo

Publicado

em

Postado Por

Michel Barnier invocou mecanismo constitucional raramente usado para aprovar o orçamento de 2025, considerado controverso. Parlamento deve votar moção na quarta-feira (4), e aprovação é quase certa. Michel Barnier, foi primeiro-ministro da França em setembro de 2024
Yves Herman/ Reuters
O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, pode perder o cargo após virar alvo de uma moção de desconfiança movida por parlamentares da oposição nesta segunda-feira (2). O premiê está apenas há dois meses no governo, mas enfrenta forte resistência por causa de um plano de austeridade para ajustar as contas do país.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Barnier invocou um dispositivo constitucional que raramente é usado para aprovar o orçamento para 2025 sem que fosse necessária uma votação no Parlamento. O mecanismo também foi empregado pelo presidente Emmanuel Macron em 2023 para impor uma impopular reforma da Previdência.
O plano do primeiro-ministro prevê cortes de até 40 bilhões de euros (R$ 255 bilhões), além de um aumento de impostos para gerar uma arrecadação de 20 bilhões de euros (R$ 127 bilhões).
O objetivo do governo é enfrentar o déficit fiscal da França, que cresceu nos últimos anos. Por outro lado, o orçamento defendido pelo primeiro-ministro aprofundou divisões no Parlamento. Líderes de partidos da oposição disseram que o primeiro-ministro não atendeu as demandas de ajuste no pacote.
Apesar de Barnier ter feito algumas concessões, como excluir o aumento de impostos na conta de luz, a oposição acredita que o primeiro-ministro não adotou todas as medidas necessárias para chegar a um consenso no Parlamento.
O mecanismo usado por Barnier para passar o orçamento sem uma votação no Parlamento abriu uma brecha prevista por lei para que os deputados movessem uma moção de desconfiança — apoiada por partidos de esquerda e de direita.
A expectativa é que a votação aconteça na quarta-feira (4), com grandes chances de aprovação. Caso Barnier perca o cargo, ele se tornará o primeiro-ministro com o mandato mais curto desde a Segunda Guerra Mundial.
Além disso, se confirmada a destituição, Barnier se tornará o segundo premiê a ser derrubado por uma moção de censura. O primeiro que perdeu o cargo desta forma foi Georges Pompidou, em 1962.
A moção contra o primeiro-ministro não tem poder para tirar Macron da Presidência.
LEIA TAMBÉM
Vice das Filipinas ameaça presidente de morte, e deputados protocolam pedido de impeachment
Hunter Biden: os argumentos de Biden para dar perdão ao filho para evitar que seja preso
Trump diz que Hamas ‘vai pagar caro’ se não libertar reféns israelenses até a sua posse
Crise política
Depois de 2 meses, Emmanuel Macron escolhe um novo primeiro-ministro
A França vive uma crise política que se acentuou em junho. À época, Macron dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições após o avanço da extrema direita dentro do Parlamento Europeu.
As eleições francesas terminaram com uma vitória da frente ampla formada por uma união de partidos de esquerda. No entanto, nenhum dos grupos políticos conseguiu conquistar a maioria absoluta das cadeiras do Congresso.
Isso gerou problemas de governabilidade na França, com semanas de negociações entre os partidos para a escolha de um novo primeiro-ministro. Macron, inclusive, foi ameaçado com um processo de impeachment pela esquerda por não ter escolhido o nome indicado pela frente ampla para o governo.
Em setembro, Macron anunciou Michel Barnier como novo primeiro-ministro. Conservador, pragmático e apelidado de “Joe Biden da França”, Barnier foi escolhido com o objetivo de mediar as diferentes alas do Parlamento e por sua experiência política.
A nomeação de Barnier, no entanto, não conseguiu acalmar os ânimos do Parlamento da França. O governo se tornou frágil, e o orçamento de 2025 jogou luz sobre a turbulência política que o país passa.
A instabilidade no governo gerou incertezas nos mercados financeiros e pode influenciar toda a zona do euro, que ainda tenta contornar os impactos econômicos provocados pela guerra na Ucrânia.
VÍDEOS: mais assistidos do g1

Ir para postagem original ”CLIQUE AQUI”

Postado em: 18:04

Continuar lendo

Internacional

Vice das Filipinas ameaça presidente de morte, e deputados protocolam pedido de impeachment

Publicado

em

Postado Por

Sara Duterte também é acusada de possuir riqueza não explicada e de permitir a continuação das execuções extrajudiciais iniciadas por seu pai, o ex-presidente Rodrigo Duterte. A queixa será analisada pelo Congresso, dominado por aliados do presidente, Ferdinand Marcos Jr. Vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte (à esquerda), e presidente do país, Ferdinand Marcos Jr.
AP
Um pedido de impeachment foi apresentado contra a vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, nesta segunda-feira (2), após ela ameaçar de morte o presidente, Ferdinand Marcos Jr.
Duterte também é acusada de envolvimento em execuções extrajudiciais de suspeitos de drogas, corrupção e falta de ação contra a agressão chinesa no disputado Mar do Sul da China.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
A denúncia, feita por ativistas da sociedade civil na Câmara dos Representantes, acusa Duterte de violar a Constituição, trair a confiança pública e outros “graves crimes”, incluindo ameaças de morte ao presidente, sua esposa e ao presidente da Câmara.
Duterte ainda não respondeu à denúncia, que lista mais de 20 supostos crimes.
“Esperamos que esta denúncia encerre o pesadelo que a vice-presidente trouxe ao povo”, disse o deputado Percival Cendana, que endossou o processo.
As ameaças da vice-presidente demonstram “a incapacidade mental, depravação e falta de aptidão para ocupar o alto cargo de vice-presidente”, afirma o texto da denúncia. Tais atos configuram “não apenas traição da confiança pública, mas também um grave crime que justifica seu impeachment imediato”.
Duterte, de 46 anos, também é acusada de possuir riqueza não explicada e de permitir a continuação das execuções extrajudiciais iniciadas por seu pai, o ex-presidente Rodrigo Duterte, quando ela era prefeita de Davao.
O caso ocorre em meio à crescente rivalidade política entre Duterte e o presidente Ferdinand Marcos Jr. Em uma coletiva no dia 23 de novembro, Duterte disse ter contratado um assassino para matar Marcos, sua esposa e o presidente da Câmara, caso fosse assassinada, mas alegou depois que estava expressando preocupação por sua segurança.
A queixa será analisada pelo Congresso, dominado por aliados de Marcos, o que pode prolongar o processo. Legisladores iniciarão o recesso de Natal em 20 de dezembro, retornando em 13 de janeiro.
Desvio de recursos
O Congresso também investiga o suposto desvio de 612,5 milhões de pesos (US$ 10,3 milhões) em fundos de inteligência sob responsabilidade de Duterte como vice-presidente e ex-secretária de Educação, cargo que deixou recentemente.
Duterte tem enfrentado investigações tensas e protestou contra a detenção de sua chefe de gabinete, Zuleika Lopez, acusada de atrapalhar o inquérito. Além disso, a polícia apresentou queixas contra Duterte e sua equipe de segurança por desobediência durante uma altercação no Congresso.
Duterte acusou Marcos e seus aliados de corrupção, liderança fraca e tentativas de silenciá-la por especulações de que ela possa disputar a presidência em 2028.
Enquanto o presidente Marcos considera o impeachment uma perda de tempo, seus opositores defendem a medida como necessária para garantir a responsabilização e o Estado de Direito.
Divergências entre Marcos e Duterte incluem a postura frente às reivindicações territoriais da China e a repressão antidrogas iniciada por Rodrigo Duterte, investigada pelo Tribunal Penal Internacional como possível crime contra a humanidade.
A denúncia também cita o ex-policial Arturo Lascanas, que afirma que Sara Duterte permitiu execuções extrajudiciais de suspeitos de drogas durante sua gestão como prefeita de Davao, dando continuidade à campanha iniciada por seu pai.

Ir para postagem original ”CLIQUE AQUI”

Postado em: 15:04

Continuar lendo

Internacional

O que se sabe sobre as centenas de brasileiros que voltaram do Reino Unido em voos bancados pelo governo britânico

Publicado

em

Postado Por

Viagens aconteceram entre agosto e setembro de 2024. Itamaraty diz que retornos foram voluntários, enquanto governo britânico intensifica medidas contra imigrantes ilegais. Segundo Itamaraty, retorno de brasileiros faz parte de programa voluntário
Getty Images via BBC
O jornal The Guardian publicou neste domingo (1/12) uma reportagem afirmando que centenas de brasileiros, incluindo dezenas de crianças, foram deportados do Reino Unido entre agosto e setembro deste ano.
A informação, no entanto, não foi confirmada pelo Itamaraty. Por meio de nota, o ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou à BBC News Brasil, que o governo do Reino Unido “propôs organizar voos de retorno voluntário ao Brasil” aos imigrantes brasileiros, realizados por companhias aéreas comerciais e bancados pelos britânicos.
A informação sobre o programa consta, inclusive, no site do Itamaraty, assim como o site do Home Office também oferece informações sobre retorno voluntário.
Ainda segundo o Itamaraty, “não se trata de deportação, e sim de decisão voluntária dos participantes de aderir à iniciativa britânica”. A organização de retorno desses brasileiros é por meio do Programa de Retorno Voluntário, mantido pelo Home Office, o ministério do Interior britânico.
Segundo o Itamaraty, o programa oferece passagens aéreas e auxílio financeiro para os migrantes que desejam retornar e se restabelecer em seu país de origem.
No entanto, segundo a reportagem do Guardian, as “deportações” dos brasileiros ocorreram em “voos secretos”, em meio a medidas contra a migração ilegal intensificadas pelo governo britânico.
A BBC News Brasil procurou o Home Office, mas ainda não recebeu retorno.
Segundo o Itamaraty, o consentimento brasileiro ao programa, que está incorporado aos princípios de assistência consular brasileira, “baseia-se no requisito de que a participação dos nacionais é voluntária e poderá ser revisto, a qualquer tempo, caso esses termos sejam alterados.”
Desde março deste ano, o Reino Unido adotou novas regras de imigração, apertando cerco contra imigrantes no país.
A principal mudança foi o aumento do salário mínimo exigido — tanto para conseguir um visto de trabalho quanto para trazer um dependente: 38.700 libras brutas por ano (ou cerca de R$ 297 mil, na cotação atual).
Outros destaques das novas regras de imigração são: estudantes não vão mais poder imigrar com dependentes, exceto se estiverem fazendo cursos de pós-graduação designados como “programas de pesquisa”.
Além disso, também não vão mais poder mudar seu visto de estudante para um de trabalho antes da conclusão dos estudos.
O programa de retorno voluntário é feito para imigrantes que não têm permissão para viver no Reino Unido. Para aderir ao programa é preciso responder a alguns critérios, como ter passado o prazo de permanência do visto ou ter feito pedido de asilo ao Reino Unido. Pessoas que desejam retirar pedido de permanência no país ou aquelas que têm um atestado do Home Office confirmando que são vítimas de escravidão moderna também podem ser elegíveis.
O serviço de retorno voluntário também pode fornecer até 3 mil libras (cerca de R$ 23.072 na cotação atual) em suporte financeiro para sair do país. O dinheiro é fornecido por meio de um cartão que só pode ser usado no país de origem.
Os brasileiros estão entre as três nacionalidades que mais retornaram aos seus países de origem no ano passado. Segundo informações contidas no site do Home Office, “no ano que terminou em 30 de setembro de 2023, “as principais nacionalidades entre os retornados foram albanesa (20%), indiana (15%) e brasileira (12%)”.
Ainda segundo o ministério dos Interiores britânico, entre junho de 2021 e junho deste ano, a quantidade de retornos voluntários quase triplicou. Já os retornos forçados quase dobraram no mesmo período.
O Itamaraty não respondeu quantos brasileiros voltaram do Reino Unido entre agosto e setembro, por meio do programa. Segundo o The Guardian, foram 600 pessoas, dentre elas, 109 crianças.
‘Ilusão’
No ano que terminou em junho de 2023, 1.180.000 pessoas vieram para o Reino Unido com a expectativa de permanecer pelo menos um ano, e cerca de 508.000 partiram.
Isso significa que o saldo migratório — a diferença entre o número de pessoas que chegam e que partem — foi de 672 mil.
Em 2022, o saldo migratório atingiu um recorde de 745.000.
A grande maioria das pessoas que chegou ao Reino Unido era proveniente de países fora da União Europeia.
De acordo com o Itamaraty, existem 230 mil brasileiros vivem atualmente no Reino Unido. É a segunda maio comunidade brasileira na Europa, perdendo somente para Portugal, com 513 mil.
Morar e trabalhar na Inglaterra pode ser o sonho de muitos brasileiros, mas a realidade pode ser diferente daquela imaginada.
Em outubro, a BBC News Brasil revelou a vida precária – com moradias em acampamentos – que muitos brasileiros levam naquele país, chamando o sonho de uma vida melhor de “ilusão”.
O maior impacto é o alto custo de vida no Reino Unido, que vive os reflexos de uma crise econômica que teve o auge em 2022, quando a inflação chegou aos dois dígitos, e em 2023, quando o país ficou oficialmente em recessão.
Assim, a maior parte da população foi impactada com altas nos preços dos alimentos, de energia e, em especial, dos aluguéis – que só no último ano subiram 8,4%.
LEIA TAMBÉM:
Tempestade causa estragos em ilhas turísticas na Grécia; duas pessoas morreram
Governo da Geórgia descarta novas eleições gerais apesar de protestos que contestam resultados
Depois de Aleppo ser tomada por rebeldes, presidente sírio promete usar a força para eliminar ‘terrorismo’
Mais de 600 brasileiros são deportados do Reino Unido em voos secretos do governo

Ir para postagem original ”CLIQUE AQUI”

Postado em: 02:04

Continuar lendo
Advertisement
Advertisement

Em Alta