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Internacional

Papa Francisco canoniza religioso por milagre realizado na Amazônia

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Pontífice proclamou 14 novos santos neste domingo (20), durante a Missa na Praça de São Pedro. Papa Francisco durante audiência semanal na Praça São Pedro, no Vaticano, em 8 de maio de 2024.
Andrew Medichini/ AP
O papa Francisco proclamou 14 novos santos neste domingo (20), durante a Missa na Praça de São Pedro. Entre eles, está o italiano José Allamano, religioso fundador da congregação dos Missionários da Consolata, canonizado por um milagre na Amazônia.
O milagre atribuído à intercessão de Allamano ocorreu em 1996 na floresta amazônica brasileira, no estado de Roraima, onde Sorino, da etnia Yanomami, foi atacado por uma onça que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe o crânio.
Ele foi socorrido pelas missionárias da Consolata e transportado para o Hospital de Boa Vista. As religiosas pediram sua recuperação ao fundador deste instituto missionário, o padre Allamano.
Sorino recuperou a saúde em poucos meses e atualmente vive, sem sequelas, em sua comunidade indígena na Terra Indígena Yanomami.
Giuseppe Allamano nasceu em 1851 no Piemonte, norte da Itália, e morreu em 1926 na mesma região. Foi um missionário que nunca partiu da Itália, mas incentivou a participação dos sacerdotes em missões, principalmente no Quênia, na África, e no Brasil – onde seu nome foi traduzido para José.
O religioso foi proclamado beato em 1990 pelo Papa João Paulo II.
Ataque de onça
O indígena Sorino estava caçando com um grupo na floresta, armado de arco e flechas, quando foi ferido por uma onça-pintada que, segundo relatos, estava acompanhada por filhotes. A felina atacou por trás, arrancando parte do couro cabeludo do homem e abrindo sua cabeça. O grupo de caçadores Yanomami tentou socorrê-lo e, devido à gravidade dos ferimentos, pediu ajuda às religiosas que viviam as proximidades.
Felicita Muthoni, de origem do Quênia, foi a primeira missionária a dar assistência. “Um dos indígenas veio me chamar porque o seu cunhado havia sido ferido por uma onça. Quando cheguei na aldeia, havia um homem estendido no chão de terra sobre uma poça de sangue”, contou ela, à RFI. “O crânio dele estava aberto e pedaços de cérebro para fora. Com delicadeza, limpei com água e amarrei o seu couro cabeludo com o único tecido que eu tinha, minha blusa”, disse a missionária.
A irmã Felicita contou que os indígenas acreditavam que Sorino não sobreviveria e houve relutância por parte dos líderes Yanomami sobre levá-lo ao hospital.
“Os pajés me diziam que se Sorino morresse fora da aldeia, não encontraria nunca mais seus antepassados. A porta ficaria fechada ao seu espírito. No final conseguimos convencê-los que havia chances dele sobreviver”, lembrou. “O tempo todo eu rezava a Deus e pedia que José Allamano nos ajudasse”.
Cura sem explicação científica
O colombiano Mario Santacruz, médico neurocirurgião que trabalha há muitos anos no Hospital de Boa Vista, onde Sorino foi operado, recordou que a situação era gravíssima.
“Sorino era jovem e chegou no hospital depois de três dias de viagem desde a sua aldeia. Seus ferimentos eram graves, com perda de osso e substância cerebral. Fizemos a operação, mas perdeu grande parte do cérebro no lobo frontal, parietal, temporal e parte do occipital. Para nossa surpresa ele foi se recuperando bem e ficou sem nenhuma deficiência”, explicou à reportagem RFI.  
Segundo o médico, não há explicação científica para esta recuperação do indígena. “Considerando a perda da substância cerebral, ele teria um déficit muito grande com danos motores, paralisia e problemas intelectuais. Fizemos todos os exames e constatamos que ele voltou ao normal, sem sequelas.”
Indagado sobre acreditar em milagre, o neurocirurgião respondeu: “apesar de a minha educação familiar ser católica, naquela época do incidente eu era mais concentrado na parte científica. Mas depois desse caso, comecei a acreditar que o milagre existe”, declarou Santacruz.
Histórico da missão na Amazônia
A Missão Catrimani com os missionários de Consolata na Terra Yanomami, que leva o nome do rio brasileiro ao oeste do estado de Roraima, foi criada pelo Concílio Vaticano II durante a década de 1960.
“Especificamente na Terra Yanomami, a missão não é de anúncio explícito do evangelho. Foi criada para o diálogo, valorização da cultura e do respeito à forma religiosa que o povo indígena vive, sem fazer proselitismo”, afirmou o bispo de Roraima e presidente da rede Eclesial Pan-Amazônica, dom Evaristo Spengler.  
Segundo ele, a missão tem trazido proteção a este povo indígena da Amazônia, embora haja áreas onde a floresta foi devastada e os rios foram tomados pelo garimpo.
Naquela região, o povo Yanomami consegue proteger a floresta e os rios por causa de uma consciência nova que a Igreja vai levando, no seu direito à vida, na sua dignidade como povo. O diálogo não é no sentido que um seja superior e o outro inferior, é de igualdade. Queremos nos enriquecer mutuamente a partir da espiritualidade, da visão de mundo e da cultura de cada um.
Na apresentação da canonização de José Allamano no sábado (19), na sala de imprensa do Vaticano, também estava presente Júlio Ye’kwana, presidente da Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduunme) e líder indígena do território Yanomami em Roraima.
“Estamos pedindo socorro aos europeus e ao mundo. Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, sofremos a invasão ilegal de garimpeiros que trouxeram vários tipos de doenças, contaminaram nossos rios e estão destruindo a floresta. Perdemos muitas vidas, inclusive de crianças”, disse à RFI.
Júlio Ye’kwana ressaltou que o governo Lula decretou emergência na saúde pública na Terra Yanomami e tenta corrigir os erros do antecessor, mas ainda há muito para ser feito.
“As águas dos rios contaminados pelo mercúrio nunca mais voltarão a ser limpas. É muito difícil reconstruir a floresta. Estamos sofrendo as consequências. Muita coisa ainda deve ser feita pelo governo Lula em relação a combater doenças”, salientou o líder indígena.
A situação ambiental foi agravada pelas mudanças climáticas. Como se não bastasse enfrentar o garimpo e a crise humanitária, com surtos de gripe e malária, desnutrição, estupros, violência, mortes e destruição do meio ambiente, o povo Yanomami sofre agora com a série de incêndios que devasta suas casas comunitárias, suas roças e bens de subsistência.
Violência contra indígenas no Brasil
O cardeal o Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário, falou da importância deste milagre para a comunidade Yanomami. Ele também ressaltou as difíceis condições de vida dos povos indígenas.
Entre 2018 e 2022, na Terra Indígena Yanomami, mais de 500 crianças com menos de um ano de idade morreram por causas que poderiam ter sido evitadas. Segundo o cardeal, com o governo Lula houve uma melhora, mais ainda é insuficiente.
De acordo com o último relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a violência contra indígenas persistiu em 2023, ano marcado por ataques a direitos e poucos avanços na demarcação de terras. O documento mostra que o primeiro ano do terceiro governo Lula foi marcado por impasses e contradições na política indigenista.
“As disputas em torno dos direitos indígenas nos três Poderes da República refletiram-se num cenário de continuidade das violências e violações contra os povos originários e seus territórios em 2023. O primeiro ano do novo governo federal foi marcado pela retomada de ações de fiscalização e repressão às invasões em alguns territórios indígenas, mas a demarcação de terras e as ações de proteção e assistência às comunidades permaneceram insuficientes”, aponta o relatório.
O Cimi concluiu que o ambiente institucional de ataque aos direitos indígenas repercutiu, nas diversas regiões do país, na continuidade das invasões, conflitos e ações violentas contra comunidades e pela manutenção de altos índices de assassinatos, suicídios e mortalidade na infância entre estes povos.

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Postado em: 12:01

Internacional

Terremotos de magnitude 5,9 e 6,8 atingem Cuba neste domingo

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O tremor de magnitude 6,8 atingiu 23,5 quilômetros abaixo do oceano, apenas algumas horas após o primeiro terremoto de magnitude 5,9, que foi sentido em várias províncias do país. Terremoto de 6,8 de magnitude atinge a costa leste da ilha de Cuba
Serviço Geofísico dos Estados Unidos (USGS)
Um segundo terremoto, mais forte que o primeiro, sacudiu a ilha de Cuba na costa sul, perto de Santiago, neste domingo (10), de acordo com o Serviço Geofísico dos Estados Unidos (USGS).
O tremor de magnitude 6,8 atingiu 23,5 quilômetros abaixo do oceano, apenas algumas horas após o primeiro terremoto de magnitude 5,9, que foi sentido em várias províncias do país.
Enquanto isso, o Centro Nacional de Pesquisas Sismológicas de Cuba (CENAIS) e as autoridades de Santiago de Cuba confirmaram um “terremoto de 5,4 graus na escala Richter perceptível no leste de Cuba. Há registros de tremores secundários”, informou o canal oficial de televisão Caribe.
Até o momento, a perceptibilidade foi registrada em todas as províncias do leste, bem como em Camagüey e Ciego de Avila (centro), de acordo com o jornal oficial Granma, sem relatos de perda de vidas até o momento.
“Aqui as pessoas saíram rapidamente para as ruas porque o solo se moveu com muita força”, disse à AFP por telefone Andres Perez, um aposentado de 65 anos que mora no centro de Santiago de Cuba. “Foi muito forte, minha esposa está muito nervosa”, acrescentou.
O tremor sacode a ilha quando o país se recupera do flagelo do Rafael, um furacão de categoria 3, que atingiu o oeste do território, deixando-o por quase dois dias com falta de energia elétrica generalizada.
Um terremoto de magnitude 5,1 foi registrado em 17 de outubro em Santiago de Cuba, sem danos.
Outro forte terremoto de magnitude 7,7 foi registrado em janeiro de 2020 nas águas do Caribe e foi sentido em várias províncias cubanas, causando a evacuação de edifícios em Havana, sem danos relatados.

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Postado em: 16:04

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Netanyahu admite que deu ‘sinal verde’ para autorizar ataque de pagers explosivos de Israel contra o Hezbollah

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O incidente em setembro provocou a morte de nove pessoas e deixou quase 3 mil feridos. Benjamin Netanyahu
PMO / REUTERS
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reconheceu pela primeira vez neste domingo (10) que deu luz verde ao ataque efetuado contra o grupo extremista libanês Hezbollah por meio da explosão de pagers em setembro, declarou à France Presse o seu porta-voz, Omer Dostri.
Durante uma reunião semanal do Conselho de Ministros, Netanyahu afirmou que havia autorizado esta operação, que até então não havia sido reivindicada, indicou Dostri.
O incidente feriu quase 3 mil pessoas e, combinado com um ataque similar contra walkie-talkies, deixou mais de 37 mortos.
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Centenas de integrantes do Hezbollah ficam feridos no Líbano com explosão de pagers

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Postado em: 14:04

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Homens armados matam 10 pessoas em bar no México

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Ataque deixou pelo menos outras 7 pessoas feridas. Ataque aconteceu no bar Los Cantaritos, em Querétaro.
Mario Armas/AFP
Homens armados mataram 10 pessoas e deixaram pelo menos 7 feridos em um bar na cidade de Querétaro, no centro do México, neste sábado (9), informou uma autoridade de segurança local.
Os agressores chegaram em uma caminhonete ao bar Los Cantaritos e abriram fogo no interior.
Segundo um vídeo publicado nas redes sociais do secretário de Segurança Pública de Querétaro, Juan Luis Ferrusca, sabe-se que ocorreram “a morte de 10 pessoas” e pelo menos “mais sete ficaram feridas”.
Foi confirmado que “pelo menos quatro pessoas chegaram com armas longas a bordo de uma caminhonete”, disse Ferrusca.
Um suspeito foi detido e o veículo usado no ataque foi encontrado abandonado e incendiado, relatou o secretário de segurança.
Querétaro é considerada uma das cidades mais seguras do México, mas a onda de violência crescente, em grande parte relacionada ao tráfico de drogas e gangues, já causou mais de 450 mil assassinatos desde 2006.

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Postado em: 13:05

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