Quase 3 milhões de eleitores estão aptos a votar neste domingo (24). Concorrem ao cargo Yamandú Orsi, pupilo de Mujica, e Álvaro Delgado, aliado do atual presidente Lacalle Pou. Pesquisas apontam empate entre os dois candidatos. Candidatos a presidente do Uruguai Yamandú Orsi, de esquerda, e Álvaro Delgado, de direita
Mariana Greif/Reuters e Andrés Cuenca/Reuters
O Uruguai vai às urnas neste domingo (24) para escolher quem será o próximo presidente do país: o esquerdista Yamandú Orsi ou o conservador Álvaro Delgado. Pesquisas indicam que a disputa está muito acirrada, com os dois candidatos tecnicamente empatados.
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Ambos disputam neste domingo o segundo turno. Orsi, de 57 anos, e Delgado, de 55 anos, foram os dois candidatos mais votados no primeiro turno, que aconteceu no dia 27 de outubro. O esquerdista teve 46,1% dos votos, enquanto o conservador recebeu 28,2%.
A campanha de Orsi foi apoiada pelo ex-presidente José Mujica. O candidato da esquerda já trabalhou como professor de história e foi governador de uma das regiões do Uruguai. Já Delgado é aliado do atual presidente, Luis Lacalle Pou. Veterinário, ele atuou como secretário da Presidência.
Nos últimos dias de campanha, Orsi apostou em tentar convencer os eleitores pelos bons resultados das eleições legislativas. O partido dele, a Frente Ampla, conquistou 16 das 30 cadeiras do Senado, além de 48 das 99 vagas na Câmara.
“Temos as condições para assumir nosso país e continuar trabalhando com base em acordos, mas também com uma atitude firme e determinada para levar adiante as transformações que o país necessita”, afirmou.
Com Orsi, a Frente Ampla aposta em recuperar a cadeira presidencial que perdeu em 2020 após 15 anos no cargo.
Já Delgado tem usado o legado de Lacalle Pou na presidência do Uruguai na campanha. Conquistas nas áreas de segurança, infraestrutura, saúde e economia foram exploradas pelo candidato da direita.
“[Vai nos eleger] uma maioria silenciosa que não tem bandeira, que não tem faixas, que hoje prefere a continuidade de um governo que foi melhor que o governo da Frente Ampla”, disse em um comício.
Uma pesquisa eleitoral publicada na segunda-feira (18) mostrou que Orsi tem 47% das intenções de voto, enquanto Delgado aparece com 46%. Como a margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão empatados.
Quase 3 milhões de eleitores estão aptos a votar no Uruguai. Quem vencer as eleições governará o país por cinco anos. A legislação atual não permite reeleição.
“Embora Orsi tenha subido em todas as pesquisas, a diferença sobre Delgado diminuiu. É um cenário muito competitivo”, disse à Agência France Presse o sociólogo Eduardo Bottinelli, diretor da consultoria Factum.
“O país está dividido em duas metades” e é “razoável” estimar que a eleição será definida por menos de 50 mil votos, completou. Em 2019, o pleito foi decidido por apenas 37 mil votos.
“Ainda que a vitória seja por margens estreitas, não se espera que o resultado seja contestado. Quem perder aceitará isso pacificamente e será aberta uma etapa necessária de negociação entre os dois blocos”, disse Bottinelli.
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Uruguai vai às urnas para escolher o próximo presidente
Dhara Assis/g1
‘Pupilo de Mujica’
Aos 57 anos, Yamandú Orsi é considerado o herdeiro político do ex-presidente José Mujica, que governou o Uruguai entre 2010 e 2015.
Mujica esteve ativamente na campanha de Orsi, mas precisou se afastar por motivos de saúde. Aos 89 anos, ele fez discursos recentes em tom de despedida e chegou a dizer que poderia estar votando pela última vez.
Orsi é classificado por Mujica como um novo líder que pode equilibrar a dinâmica social, política e econômica do país. O candidato da esquerda já governou o departamento de Canelones, que é o segundo maior do Uruguai.
Durante a campanha, Orsi disse que não planeja mudanças radicais no país e prometeu uma renovação da esquerda com base no diálogo. As promessas eleitorais também foram focadas em políticas para o meio ambiente, para pequenos produtores e inclusão social.
Yamandú Orsi, 57 anos, é o candidato da esquerda à presidência do Uruguai
REUTERS/Martin Varela Umpierrez
Aposta da direita
Álvaro Delgado foi o nome escolhido pela coalizão do governo de Lacalle Pou, formada pelos partidos Nacional e Colorado. Se eleito, manterá a direita na Presidência por mais cinco anos.
Lacalle Pou tem bons índices de aprovação entre a população. Delgado, por ser um forte aliado e muito próximo do atual presidente, se apresentou como um bom nome para dar continuidade ao atual governo.
O candidato conservador foi secretário da Presidência de Lacalle Pou durante a pandemia de Covid-19. À época, ele serviu como a principal ponte da comunicação entre o governo e a população.
Aos 55 anos, Delgado é veterinário e tem forte apelo entre os eleitores rurais. Na campanha, ele tem prometido continuar nos avanços conquistados por Lacalle Pou, principalmente nas áreas de segurança e crescimento econômico.
Álvaro Delgado, de 55 anos, é o candidato conservador à Presidência do Uruguai
REUTERS/Martin Varela Umpierrez
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Mariana Greif/Reuters e Andrés Cuenca/Reuters
O Uruguai vai às urnas neste domingo (24) para escolher quem será o próximo presidente do país: o esquerdista Yamandú Orsi ou o conservador Álvaro Delgado. Pesquisas indicam que a disputa está muito acirrada, com os dois candidatos tecnicamente empatados.
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Ambos disputam neste domingo o segundo turno. Orsi, de 57 anos, e Delgado, de 55 anos, foram os dois candidatos mais votados no primeiro turno, que aconteceu no dia 27 de outubro. O esquerdista teve 46,1% dos votos, enquanto o conservador recebeu 28,2%.
A campanha de Orsi foi apoiada pelo ex-presidente José Mujica. O candidato da esquerda já trabalhou como professor de história e foi governador de uma das regiões do Uruguai. Já Delgado é aliado do atual presidente, Luis Lacalle Pou. Veterinário, ele atuou como secretário da Presidência.
Nos últimos dias de campanha, Orsi apostou em tentar convencer os eleitores pelos bons resultados das eleições legislativas. O partido dele, a Frente Ampla, conquistou 16 das 30 cadeiras do Senado, além de 48 das 99 vagas na Câmara.
“Temos as condições para assumir nosso país e continuar trabalhando com base em acordos, mas também com uma atitude firme e determinada para levar adiante as transformações que o país necessita”, afirmou.
Com Orsi, a Frente Ampla aposta em recuperar a cadeira presidencial que perdeu em 2020 após 15 anos no cargo.
Já Delgado tem usado o legado de Lacalle Pou na presidência do Uruguai na campanha. Conquistas nas áreas de segurança, infraestrutura, saúde e economia foram exploradas pelo candidato da direita.
“[Vai nos eleger] uma maioria silenciosa que não tem bandeira, que não tem faixas, que hoje prefere a continuidade de um governo que foi melhor que o governo da Frente Ampla”, disse em um comício.
Uma pesquisa eleitoral publicada na segunda-feira (18) mostrou que Orsi tem 47% das intenções de voto, enquanto Delgado aparece com 46%. Como a margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão empatados.
Quase 3 milhões de eleitores estão aptos a votar no Uruguai. Quem vencer as eleições governará o país por cinco anos. A legislação atual não permite reeleição.
“Embora Orsi tenha subido em todas as pesquisas, a diferença sobre Delgado diminuiu. É um cenário muito competitivo”, disse à Agência France Presse o sociólogo Eduardo Bottinelli, diretor da consultoria Factum.
“O país está dividido em duas metades” e é “razoável” estimar que a eleição será definida por menos de 50 mil votos, completou. Em 2019, o pleito foi decidido por apenas 37 mil votos.
“Ainda que a vitória seja por margens estreitas, não se espera que o resultado seja contestado. Quem perder aceitará isso pacificamente e será aberta uma etapa necessária de negociação entre os dois blocos”, disse Bottinelli.
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‘Pupilo de Mujica’
Aos 57 anos, Yamandú Orsi é considerado o herdeiro político do ex-presidente José Mujica, que governou o Uruguai entre 2010 e 2015.
Mujica esteve ativamente na campanha de Orsi, mas precisou se afastar por motivos de saúde. Aos 89 anos, ele fez discursos recentes em tom de despedida e chegou a dizer que poderia estar votando pela última vez.
Orsi é classificado por Mujica como um novo líder que pode equilibrar a dinâmica social, política e econômica do país. O candidato da esquerda já governou o departamento de Canelones, que é o segundo maior do Uruguai.
Durante a campanha, Orsi disse que não planeja mudanças radicais no país e prometeu uma renovação da esquerda com base no diálogo. As promessas eleitorais também foram focadas em políticas para o meio ambiente, para pequenos produtores e inclusão social.
Yamandú Orsi, 57 anos, é o candidato da esquerda à presidência do Uruguai
REUTERS/Martin Varela Umpierrez
Aposta da direita
Álvaro Delgado foi o nome escolhido pela coalizão do governo de Lacalle Pou, formada pelos partidos Nacional e Colorado. Se eleito, manterá a direita na Presidência por mais cinco anos.
Lacalle Pou tem bons índices de aprovação entre a população. Delgado, por ser um forte aliado e muito próximo do atual presidente, se apresentou como um bom nome para dar continuidade ao atual governo.
O candidato conservador foi secretário da Presidência de Lacalle Pou durante a pandemia de Covid-19. À época, ele serviu como a principal ponte da comunicação entre o governo e a população.
Aos 55 anos, Delgado é veterinário e tem forte apelo entre os eleitores rurais. Na campanha, ele tem prometido continuar nos avanços conquistados por Lacalle Pou, principalmente nas áreas de segurança e crescimento econômico.
Álvaro Delgado, de 55 anos, é o candidato conservador à Presidência do Uruguai
REUTERS/Martin Varela Umpierrez
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Postado em: 01:00