Internacional
3 mudanças no mundo com vitória de Trump
Carlos Barria/Reuters
O retorno de Donald Trump à Casa Branca deve reformular a política externa dos Estados Unidos, prometendo mudanças potencialmente radicais em várias frentes, à medida que a guerra e a incerteza tomam conta de algumas partes do mundo.
Durante a campanha, Trump fez promessas políticas amplas, muitas vezes sem fornecer detalhes específicos, com base em princípios de não intervencionismo e protecionismo comercial — ou, como ele diz, “America First” (“Estados Unidos em primeiro lugar”).
Sua vitória indica uma das mais significativas interrupções em potencial na abordagem de Washington no que se refere às relações exteriores, em meio a crises paralelas, em muitos anos.
A seguir, listamos algumas de suas prováveis condutas em três diferentes áreas, com base em seus comentários na campanha e no seu histórico na presidência de 2017 a 2021.
Rússia, Ucrânia e Otan
Durante a campanha, Trump disse várias vezes que poderia acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia “em um dia”. Quando questionado como, ele sugeriu supervisionar um acordo, mas se recusou a dar detalhes.
Um artigo de pesquisa escrito por dois dos ex-chefes de segurança nacional de Trump, em maio, dizia que os EUA deveriam continuar fornecendo armas à Ucrânia, mas condicionar o apoio à entrada de Kiev em negociações de paz com a Rússia.
Para convencer a Rússia, o Ocidente prometeria adiar a tão desejada adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os ex-conselheiros disseram que a Ucrânia não deveria perder a esperança de recuperar todo o seu território da ocupação russa, mas que deveria negociar com base nas linhas de frente de combate atuais.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realizam coletiva de imprensa conjunta na Sala Leste da Casa Branca
Kevin Lamarque/Reuters
Os opositores democratas de Trump, que o acusam de ser amistoso com o presidente russo, Vladimir Putin, dizem que sua abordagem equivale à rendição da Ucrânia — e vai colocar em risco toda a Europa.
Ele tem afirmado consistentemente que a sua prioridade é acabar com a guerra, e conter o desperdício de recursos dos Estados Unidos.
Não está claro até que ponto o artigo dos ex-conselheiros representa o pensamento do próprio Trump, mas é provável que nos dê uma pista sobre o tipo de conselho que ele vai receber.
Sua abordagem “America First” para acabar com a guerra também se estende à questão estratégica do futuro da Otan, a aliança militar transatlântica “um por todos, e todos por um”, criada após a Segunda Guerra Mundial, originalmente como um bastião contra a União Soviética.
Atualmente, a Otan conta com mais de 30 países, e Trump é há muito tempo um cético em relação à aliança, acusando a Europa de estar se aproveitando da promessa de proteção dos Estados Unidos.
Se ele realmente retiraria o país da Otan, o que sinalizaria a mudança mais significativa nas relações de defesa transatlânticas em quase um século, continua sendo alvo de debate.
Alguns de seus aliados sugerem que sua postura linha dura é apenas uma tática de negociação para fazer com que os membros da aliança cumpram as diretrizes de gastos com defesa.
Mas a realidade é que os líderes da Otan devem estar seriamente preocupados com o que sua vitória significa para o futuro da aliança — e como seu efeito dissuasor é percebido por líderes hostis.
Oriente Médio
Assim como no caso da Ucrânia, Trump prometeu levar a “paz” ao Oriente Médio — dando a entender que acabaria com a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, e entre Israel e o Hezbollah no Líbano, mas não disse como.
Ele tem afirmado repetidamente que, se ele estivesse no poder em vez de Joe Biden, o Hamas não teria atacado Israel devido à sua política de “pressão máxima” sobre o Irã, que financia o grupo.
Em linhas gerais, é provável que Trump tente retomar a política que levou seu governo a retirar os EUA do acordo nuclear com o Irã, aplicar mais sanções contra o país, e matar o general Qasem Soleimani — o comandante militar mais poderoso do Irã.
Na Casa Branca, Trump adotou políticas fortemente pró-Israel, reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel, e transferindo a embaixada dos EUA de Tel Aviv para lá — uma medida que revigorou a base cristã evangélica de Trump —, um núcleo central de eleitores republicanos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou Trump de “o melhor amigo que Israel já teve na Casa Branca”.
Com Trump, Netanyahu tinha um forte aliado na Casa Branca
GETTY IMAGES via BBC
Mas os críticos argumentam que sua política teve um efeito desestabilizador na região.
Os palestinos boicotaram o governo Trump, devido ao abandono de Washington de sua reivindicação de Jerusalém — a cidade que constitui o centro histórico da vida nacional e religiosa dos palestinos.
Eles ficaram ainda mais isolados quando Trump intermediou os chamados “Acordos de Abraão”, que estabeleceram um acordo histórico para normalizar as relações diplomáticas entre Israel e vários países árabes e muçulmanos.
Isso foi feito sem que Israel tivesse que aceitar um futuro Estado Palestino independente ao seu lado — a chamada solução de dois Estados —, que anteriormente era uma condição dos países árabes para esse acordo regional.
Em vez disso, os países envolvidos receberam acesso a armas avançadas dos EUA, em troca do reconhecimento de Israel.
Os palestinos foram deixados em um dos momentos mais isolados de sua história pela única potência que pode realmente exercer influência sobre os dois lados do conflito, o que reduziu ainda mais sua capacidade de se proteger na região.
Trump fez várias declarações durante a campanha dizendo que quer que a guerra de Gaza termine.
Ele tem um relacionamento complexo e, às vezes, disfuncional com Netanyahu, mas certamente tem a capacidade de exercer pressão sobre ele.
Também tem um histórico de relações fortes com líderes dos principais países árabes que têm contato com o Hamas.
Não está claro como ele lidaria com seu desejo de demonstrar um forte apoio à liderança israelense e, ao mesmo tempo, tentar encerrar a guerra.
Os aliados de Trump muitas vezes retrataram sua imprevisibilidade como um trunfo diplomático, mas no Oriente Médio, altamente disputado e volátil, em meio a uma crise já de proporções históricas, está longe de ser claro como isso aconteceria.
Trump vai ter que decidir como — ou se vai — levar adiante o processo diplomático estagnado lançado pelo governo Biden para obter um cessar-fogo em Gaza em troca da libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
Comércio com a China
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, com o presidente da China, Xi Jinping
Casa Branca/via Reuters
A abordagem dos Estados Unidos em relação à China é a área mais importante do ponto de vista estratégico da política externa — e a que tem as maiores implicações para a segurança e o comércio globais.
Quando estava no cargo, Trump rotulou a China como “concorrente estratégico”, e impôs tarifas sobre algumas importações chinesas para os EUA. Isso levou à imposição de tarifas por parte de Pequim, em retaliação, sobre importações americanas.
Houve tentativas de apaziguar a disputa comercial, mas a pandemia de covid-19 acabou com essa possibilidade, e as relações entre os dois países pioraram quando o ex-presidente rotulou o coronavírus como um “vírus chinês”.
Embora o governo Biden tenha afirmado adotar uma abordagem mais responsável em relação à política da China, ele, na verdade, manteve em vigor muitas das tarifas de importação da era Trump.
A política comercial se tornou intimamente ligada à percepção do eleitorado nos EUA em relação à proteção dos empregos no setor de manufatura americano — embora grande parte do declínio de longo prazo nos empregos em setores tradicionais dos EUA, como a siderurgia, tenha sido causado tanto pela automação e mudanças na produção nas fábricas quanto pela concorrência global e pelo chamado offshoring (levar fábricas para outros países para reduzir custos).
Trump elogiou o presidente chinês, Xi Jinping, classificando-o como “brilhante” e “perigoso”, e como um líder altamente eficaz que controla 1,4 bilhão de pessoas com um “punho de ferro” — parte do que a oposição caracteriza como a admiração de Trump por “ditadores”.
Parece provável que o ex-presidente se afaste da abordagem do governo Biden de criar parcerias de segurança mais fortes dos EUA com outros países regionais em uma tentativa de conter a China.
Os EUA mantiveram a assistência militar para Taiwan, que a China vê como uma província separatista que, um dia, vai acabar ficando sob o controle de Pequim.
Trump disse em outubro que, se voltasse à Casa Branca, não precisaria usar força militar para impedir um eventual bloqueio chinês a Taiwan porque o presidente Xi sabia que ele era “louco”, e que imporia tarifas paralisantes sobre as importações chinesas se isso acontecesse.
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Postado em: 16:00
Internacional
Primeiro-ministro da França vira alvo de moção de desconfiança no Parlamento e pode perder o cargo
Yves Herman/ Reuters
O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, pode perder o cargo após virar alvo de uma moção de desconfiança movida por parlamentares da oposição nesta segunda-feira (2). O premiê está apenas há dois meses no governo, mas enfrenta forte resistência por causa de um plano de austeridade para ajustar as contas do país.
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Barnier invocou um dispositivo constitucional que raramente é usado para aprovar o orçamento para 2025 sem que fosse necessária uma votação no Parlamento. O mecanismo também foi empregado pelo presidente Emmanuel Macron em 2023 para impor uma impopular reforma da Previdência.
O plano do primeiro-ministro prevê cortes de até 40 bilhões de euros (R$ 255 bilhões), além de um aumento de impostos para gerar uma arrecadação de 20 bilhões de euros (R$ 127 bilhões).
O objetivo do governo é enfrentar o déficit fiscal da França, que cresceu nos últimos anos. Por outro lado, o orçamento defendido pelo primeiro-ministro aprofundou divisões no Parlamento. Líderes de partidos da oposição disseram que o primeiro-ministro não atendeu as demandas de ajuste no pacote.
Apesar de Barnier ter feito algumas concessões, como excluir o aumento de impostos na conta de luz, a oposição acredita que o primeiro-ministro não adotou todas as medidas necessárias para chegar a um consenso no Parlamento.
O mecanismo usado por Barnier para passar o orçamento sem uma votação no Parlamento abriu uma brecha prevista por lei para que os deputados movessem uma moção de desconfiança — apoiada por partidos de esquerda e de direita.
A expectativa é que a votação aconteça na quarta-feira (4), com grandes chances de aprovação. Caso Barnier perca o cargo, ele se tornará o primeiro-ministro com o mandato mais curto desde a Segunda Guerra Mundial.
Além disso, se confirmada a destituição, Barnier se tornará o segundo premiê a ser derrubado por uma moção de censura. O primeiro que perdeu o cargo desta forma foi Georges Pompidou, em 1962.
A moção contra o primeiro-ministro não tem poder para tirar Macron da Presidência.
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Crise política
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A França vive uma crise política que se acentuou em junho. À época, Macron dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições após o avanço da extrema direita dentro do Parlamento Europeu.
As eleições francesas terminaram com uma vitória da frente ampla formada por uma união de partidos de esquerda. No entanto, nenhum dos grupos políticos conseguiu conquistar a maioria absoluta das cadeiras do Congresso.
Isso gerou problemas de governabilidade na França, com semanas de negociações entre os partidos para a escolha de um novo primeiro-ministro. Macron, inclusive, foi ameaçado com um processo de impeachment pela esquerda por não ter escolhido o nome indicado pela frente ampla para o governo.
Em setembro, Macron anunciou Michel Barnier como novo primeiro-ministro. Conservador, pragmático e apelidado de “Joe Biden da França”, Barnier foi escolhido com o objetivo de mediar as diferentes alas do Parlamento e por sua experiência política.
A nomeação de Barnier, no entanto, não conseguiu acalmar os ânimos do Parlamento da França. O governo se tornou frágil, e o orçamento de 2025 jogou luz sobre a turbulência política que o país passa.
A instabilidade no governo gerou incertezas nos mercados financeiros e pode influenciar toda a zona do euro, que ainda tenta contornar os impactos econômicos provocados pela guerra na Ucrânia.
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Postado em: 18:04
Internacional
Vice das Filipinas ameaça presidente de morte, e deputados protocolam pedido de impeachment
AP
Um pedido de impeachment foi apresentado contra a vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, nesta segunda-feira (2), após ela ameaçar de morte o presidente, Ferdinand Marcos Jr.
Duterte também é acusada de envolvimento em execuções extrajudiciais de suspeitos de drogas, corrupção e falta de ação contra a agressão chinesa no disputado Mar do Sul da China.
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A denúncia, feita por ativistas da sociedade civil na Câmara dos Representantes, acusa Duterte de violar a Constituição, trair a confiança pública e outros “graves crimes”, incluindo ameaças de morte ao presidente, sua esposa e ao presidente da Câmara.
Duterte ainda não respondeu à denúncia, que lista mais de 20 supostos crimes.
“Esperamos que esta denúncia encerre o pesadelo que a vice-presidente trouxe ao povo”, disse o deputado Percival Cendana, que endossou o processo.
As ameaças da vice-presidente demonstram “a incapacidade mental, depravação e falta de aptidão para ocupar o alto cargo de vice-presidente”, afirma o texto da denúncia. Tais atos configuram “não apenas traição da confiança pública, mas também um grave crime que justifica seu impeachment imediato”.
Duterte, de 46 anos, também é acusada de possuir riqueza não explicada e de permitir a continuação das execuções extrajudiciais iniciadas por seu pai, o ex-presidente Rodrigo Duterte, quando ela era prefeita de Davao.
O caso ocorre em meio à crescente rivalidade política entre Duterte e o presidente Ferdinand Marcos Jr. Em uma coletiva no dia 23 de novembro, Duterte disse ter contratado um assassino para matar Marcos, sua esposa e o presidente da Câmara, caso fosse assassinada, mas alegou depois que estava expressando preocupação por sua segurança.
A queixa será analisada pelo Congresso, dominado por aliados de Marcos, o que pode prolongar o processo. Legisladores iniciarão o recesso de Natal em 20 de dezembro, retornando em 13 de janeiro.
Desvio de recursos
O Congresso também investiga o suposto desvio de 612,5 milhões de pesos (US$ 10,3 milhões) em fundos de inteligência sob responsabilidade de Duterte como vice-presidente e ex-secretária de Educação, cargo que deixou recentemente.
Duterte tem enfrentado investigações tensas e protestou contra a detenção de sua chefe de gabinete, Zuleika Lopez, acusada de atrapalhar o inquérito. Além disso, a polícia apresentou queixas contra Duterte e sua equipe de segurança por desobediência durante uma altercação no Congresso.
Duterte acusou Marcos e seus aliados de corrupção, liderança fraca e tentativas de silenciá-la por especulações de que ela possa disputar a presidência em 2028.
Enquanto o presidente Marcos considera o impeachment uma perda de tempo, seus opositores defendem a medida como necessária para garantir a responsabilização e o Estado de Direito.
Divergências entre Marcos e Duterte incluem a postura frente às reivindicações territoriais da China e a repressão antidrogas iniciada por Rodrigo Duterte, investigada pelo Tribunal Penal Internacional como possível crime contra a humanidade.
A denúncia também cita o ex-policial Arturo Lascanas, que afirma que Sara Duterte permitiu execuções extrajudiciais de suspeitos de drogas durante sua gestão como prefeita de Davao, dando continuidade à campanha iniciada por seu pai.
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Postado em: 15:04
Internacional
O que se sabe sobre as centenas de brasileiros que voltaram do Reino Unido em voos bancados pelo governo britânico
Getty Images via BBC
O jornal The Guardian publicou neste domingo (1/12) uma reportagem afirmando que centenas de brasileiros, incluindo dezenas de crianças, foram deportados do Reino Unido entre agosto e setembro deste ano.
A informação, no entanto, não foi confirmada pelo Itamaraty. Por meio de nota, o ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou à BBC News Brasil, que o governo do Reino Unido “propôs organizar voos de retorno voluntário ao Brasil” aos imigrantes brasileiros, realizados por companhias aéreas comerciais e bancados pelos britânicos.
A informação sobre o programa consta, inclusive, no site do Itamaraty, assim como o site do Home Office também oferece informações sobre retorno voluntário.
Ainda segundo o Itamaraty, “não se trata de deportação, e sim de decisão voluntária dos participantes de aderir à iniciativa britânica”. A organização de retorno desses brasileiros é por meio do Programa de Retorno Voluntário, mantido pelo Home Office, o ministério do Interior britânico.
Segundo o Itamaraty, o programa oferece passagens aéreas e auxílio financeiro para os migrantes que desejam retornar e se restabelecer em seu país de origem.
No entanto, segundo a reportagem do Guardian, as “deportações” dos brasileiros ocorreram em “voos secretos”, em meio a medidas contra a migração ilegal intensificadas pelo governo britânico.
A BBC News Brasil procurou o Home Office, mas ainda não recebeu retorno.
Segundo o Itamaraty, o consentimento brasileiro ao programa, que está incorporado aos princípios de assistência consular brasileira, “baseia-se no requisito de que a participação dos nacionais é voluntária e poderá ser revisto, a qualquer tempo, caso esses termos sejam alterados.”
Desde março deste ano, o Reino Unido adotou novas regras de imigração, apertando cerco contra imigrantes no país.
A principal mudança foi o aumento do salário mínimo exigido — tanto para conseguir um visto de trabalho quanto para trazer um dependente: 38.700 libras brutas por ano (ou cerca de R$ 297 mil, na cotação atual).
Outros destaques das novas regras de imigração são: estudantes não vão mais poder imigrar com dependentes, exceto se estiverem fazendo cursos de pós-graduação designados como “programas de pesquisa”.
Além disso, também não vão mais poder mudar seu visto de estudante para um de trabalho antes da conclusão dos estudos.
O programa de retorno voluntário é feito para imigrantes que não têm permissão para viver no Reino Unido. Para aderir ao programa é preciso responder a alguns critérios, como ter passado o prazo de permanência do visto ou ter feito pedido de asilo ao Reino Unido. Pessoas que desejam retirar pedido de permanência no país ou aquelas que têm um atestado do Home Office confirmando que são vítimas de escravidão moderna também podem ser elegíveis.
O serviço de retorno voluntário também pode fornecer até 3 mil libras (cerca de R$ 23.072 na cotação atual) em suporte financeiro para sair do país. O dinheiro é fornecido por meio de um cartão que só pode ser usado no país de origem.
Os brasileiros estão entre as três nacionalidades que mais retornaram aos seus países de origem no ano passado. Segundo informações contidas no site do Home Office, “no ano que terminou em 30 de setembro de 2023, “as principais nacionalidades entre os retornados foram albanesa (20%), indiana (15%) e brasileira (12%)”.
Ainda segundo o ministério dos Interiores britânico, entre junho de 2021 e junho deste ano, a quantidade de retornos voluntários quase triplicou. Já os retornos forçados quase dobraram no mesmo período.
O Itamaraty não respondeu quantos brasileiros voltaram do Reino Unido entre agosto e setembro, por meio do programa. Segundo o The Guardian, foram 600 pessoas, dentre elas, 109 crianças.
‘Ilusão’
No ano que terminou em junho de 2023, 1.180.000 pessoas vieram para o Reino Unido com a expectativa de permanecer pelo menos um ano, e cerca de 508.000 partiram.
Isso significa que o saldo migratório — a diferença entre o número de pessoas que chegam e que partem — foi de 672 mil.
Em 2022, o saldo migratório atingiu um recorde de 745.000.
A grande maioria das pessoas que chegou ao Reino Unido era proveniente de países fora da União Europeia.
De acordo com o Itamaraty, existem 230 mil brasileiros vivem atualmente no Reino Unido. É a segunda maio comunidade brasileira na Europa, perdendo somente para Portugal, com 513 mil.
Morar e trabalhar na Inglaterra pode ser o sonho de muitos brasileiros, mas a realidade pode ser diferente daquela imaginada.
Em outubro, a BBC News Brasil revelou a vida precária – com moradias em acampamentos – que muitos brasileiros levam naquele país, chamando o sonho de uma vida melhor de “ilusão”.
O maior impacto é o alto custo de vida no Reino Unido, que vive os reflexos de uma crise econômica que teve o auge em 2022, quando a inflação chegou aos dois dígitos, e em 2023, quando o país ficou oficialmente em recessão.
Assim, a maior parte da população foi impactada com altas nos preços dos alimentos, de energia e, em especial, dos aluguéis – que só no último ano subiram 8,4%.
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Postado em: 02:04
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