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Internacional

Venezuela liberta 225 detidos nos protestos pós-eleições, anuncia MP

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Total de presos após as manifestações ultrapassa 2.000 pessoas, entre as quais 169 adolescentes. Familiares souberam pelas redes e por ‘rumores’ que seus parentes seriam libertados. Pessoas detidas durante os protestos que se seguiram às disputadas eleições presidenciais de 28 de julho caminham em direção aos seus familiares após serem libertadas da prisão de Yare, em San Francisco de Yare, Venezuela.
Federico PARRA/AFP
Pelo menos 225 dos mais de 2.400 detidos durante os protestos contra a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro em julho foram libertados na Venezuela, informou o Ministério Público no sábado (16), enquanto ONGs confirmam a libertação de mais de 100 pessoas.
“Entre a tarde de sexta-feira (15) e sábado (16), foram concedidas e executadas 225 medidas de liberdade a pessoas processadas pelos atos de violência ocorridos após as eleições de 28 de julho”, indicou o MP em um comunicado.
O Ministério Público não especificou quais casos foram revisados. A ONG Foro Penal, à frente da defesa dos “presos políticos”, havia constatado até as 19h (21h de Brasília) a libertação condicional de 107 pessoas.
O Observatório Venezuelano de Prisões informou que, entre os libertados, há “quatro adolescentes” que estavam detidos em Guárico (centro).
Os relatos de libertações começaram na manhã de sábado em várias prisões, incluindo Las Crisálidas e Yare III (estado de Miranda), Tocorón (Aragua) e Tocuyito (Carabobo). A agência AFP constatou nove pessoas soltas da penitenciária Yare III.
O que houve durante as manifestações
Mais de 2.400 pessoas foram detidas durante as manifestações, que deixaram 28 mortos e quase 200 feridos, segundo dados do Ministério Público. Entre os detidos, havia 164 adolescentes, dos quais 69 continuam atrás das grades.
“Eu me sinto bastante bem, fico feliz de estar de volta na rua”, disse Alexis José Ochoa, de 64 anos, ao sair de Yare, onde os familiares receberam os recém-libertos entre aplausos, abraços e lágrimas.
“Nos tratam bem no presídio, mas o ruim foi a atitude dos policiais nacionais quando nos prenderam”, acrescentou. “Hoje, nos buscaram às 5h da manhã”. Entre brincadeiras, os policiais disseram: “Vai ser transferido (…) Está livre, garoto!”.
Alguns familiares foram notificados sobre as libertações, enquanto outros foram até os centros penitenciários devido a rumores que circulavam nas redes sociais.
“Hoje viemos porque soubemos pelas redes”, contou à AFP Alexandra Hurtado, de 47 anos, enquanto aguardava junto com cerca de 50 pessoas em frente a Yare, vestindo uma camisa com a foto de seu filho Oscar Escalona, de 23 anos, e a mensagem: “Não é terrorista, é inocente”.
Revisão de casos
Em Las Crisálidas, outro grupo também aguardava as libertações de mulheres detidas.
“Esses quatro meses foram horríveis, ver minha filha chorando pelos cantos. (…) Eu dizia para ela, ‘mamãe, logo vai sair'”, contou à agência AFP Junior, um chef de 34 anos que não quis revelar seu sobrenome e aguardava para saber se sua esposa seria libertada.
O MP anunciou na sexta-feira a revisão de 225 casos de detidos, atendendo a um pedido do próprio Maduro, que pediu para “retificar” caso tenha ocorrido “algum erro processual”. A entidade não especificou quais casos seriam revisados.
Maduro foi proclamado vencedor das eleições de 28 de julho, embora os detalhes da apuração dos votos não tenham sido divulgados. A oposição, liderada por María Corina Machado e seu candidato presidencial Edmundo González Urrutia, denuncia fraude.
“Aquele que tenha sido responsável por ações criminosas, sujeito a uma vinculação como participante direto das mesmas, será punido, será sancionado; quem não tiver responsabilidade no contexto de uma investigação, será sujeito a revisão de medida”, disse o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, na sexta-feira.
Homem preso durante protestos abraça parentes após sua libertação do lado de fora da prisão de Tocuyito em Tocuyito, estado de Carabobo, Venezuela.
Gabriela Perez / AFP
“Crise repressiva”
Centenas de familiares protestaram exigindo “justiça”, afirmando que seus entes queridos detidos não estavam participando das manifestações no momento em que foram presos. Também denunciaram torturas e maus-tratos.
Na segunda-feira, um grupo de familiares planeja fazer uma “vigília” em frente ao MP para continuar exigindo mais libertações. “Não são 225, são mais de 2.000 jovens detidos injustamente!”, diz a convocação para o evento.
Segundo o Foro Penal, que denunciou uma “crise repressiva”, havia “1.976 presos políticos” até quinta-feira na Venezuela.
Este é o “maior número de presos políticos no século XXI, e o maior número de presos políticos em todo o continente americano”, afirmou a entidade.
A oposição denunciou que os detidos estão em condições “desumanas” e que foi negado atendimento médico a eles. Um militante opositor faleceu na quinta-feira sob custódia das autoridades devido a um problema cardíaco associado a complicações por diabetes.

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Postado em: 10:10

Internacional

Matt Gaetz, acusado de participar de esquema de tráfico sexual e apontado como procurador-geral por Trump, desiste do cargo

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O deputado da Flórida é um forte aliado do presidente eleito, mas é considerado um traidor dentro do próprio partido. No Congresso, ele apresentou projeto para limitar sentenças para investigados no ataque de 6 de janeiro de 2021. Matt Gaetz faz campanha para Trump durante corrida eleitoral de 2024
Mike Blake/Reuters
O deputado republicano Matt Gaetz anunciou nesta quinta-feira (21) que desistiu da nomeação para a procuradoria-geral dos EUA. Apontado por Trump para o cargo, ele era acusado de participar de um esquema de tráfico sexual.
A nomeação de Gaetz ainda teria de ser aprovada pelo Senado dos EUA.
O político é conhecido por ser um negacionista do resultado das eleições de 2020, além de ser da ala extremista do Partido Republicano.
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Nas eleições deste ano, Gaetz foi eleito para um quinto mandato como deputado pela Flórida. Atualmente, ele é alvo de uma investigação dentro do Comitê de Ética da Câmara por supostamente ter pagado para fazer sexo com uma jovem de 17 anos. Ele nega a acusação.
Em uma nota divulgada em sua conta na rede social X, Gaetz justificou a retirada de seu nome dizendo que “está claro de que minha confirmação estava injustamente se tornando uma distração para o trabalho essencial da transição Trump/Vance”.
“Não há tempo a perder com uma polêmica desnecessariamente prolongada em Washington”, diz a nota do deputado.
O anúncio ocorre um dia após o Comitê de Ética da Câmara ter chegado a um impasse na divulgação de um relatório sobre alegações de má conduta sexual e uso de drogas ilegais por Gaetz, e depois de ele se reunir com senadores republicanos cujo apoio seria necessário para se tornar procurador-geral.
Cargo-chave na nova era Trump
O círculo íntimo de Trump acredita que o cargo de procurador-geral seja o mais importante da nova administração, depois da própria presidência.
A Procuradoria-Geral será essencial para que Trump consiga pôr em prática os planos de realizar deportações em massa, perdoar os envolvidos no ataque de 6 de janeiro de 2021 e buscar vingança contra aqueles que o processaram nos últimos quatro anos.
“Matt irá acabar com uso político do governo, proteger nossas fronteiras, desmantelar organizações criminosas e restaurar a fé e confiança dos americanos na Justiça, que foram severamente abaladas”, disse Trump em um comunicado, no último dia 13.
Durante o primeiro mandato, Trump ficou furioso com o que chamou de Departamento de Justiça “obstrucionista”, incluindo os procuradores-gerais Jeff Sessions e Bill Barr.
Sessions foi responsável por autorizar uma investigação sobre supostos contatos entre a campanha presidencial de Trump em 2016 e a Rússia. Já Barr rejeitou as alegações de fraude nas eleições de 2020.
Para o novo mandato, Trump estava buscando alguém em que pudesse confiar. Gaetz é um dos maiores devotos do presidente eleito.
Dentro do Partido Republicano, Gaetz é considerado polêmico e traidor. Isso porque ele conseguiu derrubar o presidente da Câmara dos Estados Unidos, em 2023. O líder na época era Kevin McCarthy, considerado um republicano moderado.
Em julho deste ano, ele apresentou um projeto de lei com o objetivo de limitar penas severas contra investigados nos ataques de 6 de janeiro de 2021.
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Postado em: 15:04

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Tropas da Coreia do Norte, míssil dos EUA, ameaça nuclear: entenda por que guerra na Ucrânia ganhou dimensão internacional

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Conflito entrou em uma nova fase, com maior influência de outros países nas ações de Rússia e Ucrânia. Exército ucraniano acusou os russos de lançarem míssil balístico intercontinental nesta quinta (21). Rússia lança míssil balístico intercontinental em ataque contra a Ucrânia
Soldados da Coreia do Norte. Ataque com míssil dos EUA e do Reino Unido. Ameaça nuclear. Míssil balístico intercontinental.
Após meses de avanço relativo da Rússia seguido de um novo período de estagnação, a guerra da Ucrânia entrou em uma nova fase, com contornos internacionais.
O novo momento ocorre também quando o conflito, iniciado em fevereiro de 2024, completou 1.000 dias, sem qualquer perspectiva de conclusão ou mesmo negociações de paz.
Relembre, abaixo, os últimos capítulos do conflito e entenda porque atores internacionais passaram a participar de forma direta na guerra:
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Tropas da Coreia do Norte
A Coreia do Norte está no centro deste novo momento da guerra. Em outubro, relatórios de inteligência da Ucrânia, da Coreia do Sul e dos Estados Unidos revelaram um suposto “empréstimo” por parte de Pyongyang, de soldados para lutar na guerra da Ucrânia.
A Rússia e a Coreia do Norte nunca se pronunciaram oficialmente sobre o caso, mas, neste ano, firmaram um acordo de cooperação militar.
Biden autoriza mísseis
ATACMS: os mísseis americanos que a Ucrânia poderá usar contra a Rússia
Desde o início da guerra, os Estados Unidos vinham resistindo ao pedido da Ucrânia de que pudesse utilizar mísseis norte-americanos para atacar a Rússia.
Logo após o conflito começar, os EUA forneceram os chamados ATACMS, mísseis de longo alcance norte-americanos, para o governo de Volodymyr Zelensky com a condição de que só fossem usados para defesa própria dentro do território ucraniano — no caso de ataques aéreos russos.
Mas foi justamente a entrada da Coreia do Norte no conflito que fez o presidente dos EUA, Joe Biden, mudar de ideia, segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pela imprensa local.
Com o aval de Washington, a Ucrânia fez nesta semana o primeiro ataque ao território russo utilizando os mísseis ATACMS, e há relatos de que tropas norte-coreanas foram atingidas.
No dia seguinte, forças ucranianas fizeram um novo ataque, desta vez usando mísseis do Reino Unido, que também autorizou o uso dos artefatos para ofensiva.
Flexibilidade para ataques nucleares
As autorizações do uso de mísseis irritaram o Kremlin, e o presidente russo, Vladimir Putin, respondeu rápido.
Também nesta semana, Putin assinou um decreto flexibilizando os parâmetros para o uso do arsenal nuclear da Rússia, a maior potência nuclear do mundo.
Agora será aplicada uma nova doutrina, que permite uma resposta nuclear de Moscou até mesmo a um ataque convencional contra a Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear. Isso poderia incluir ataques ucranianos, que são apoiados pelos EUA.
Líderes do Ocidente criticaram a reforma e disseram que a mudança cria uma escalada desnecessária de tensões.
Míssil balístico intercontinental
Nesta quinta, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia, segundo da Força Aérea ucraniana.
Esta foi a primeira vez que a Rússia utilizou um míssil tão poderoso, de capacidade nuclear e de longo alcance na guerra, iniciada em 2022.
O ataque russo teve como alvo empresas e infraestrutura crítica na cidade, segundo a Força Aérea ucraniana. O governador regional, Serhiy Lysak, afirmou que o ataque de mísseis russo danificou uma instalação industrial e provocou incêndios em Dnipro. Duas pessoas ficaram feridas.
Um míssil balístico intercontinental é lançado a partir da terra, pode ser equipado com ogivas nucleares e, como o próprio nome indica, é projetado para viajar longas distâncias, superiores a 5.600 km. Segundo a enciclopédia Britannica, apenas os Estados Unidos, Rússia e China possuem esse tipo de mísseis.
Uma fonte da Força Aérea ucraniana afirmou à agência de notícias AFP que o míssil lançado pela Rússia não transportava uma ogiva nuclear.
O presidente Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou Vladimir Putin de “maluco” e afirmou que o presidente russo desdenha da vida humana.
“Hoje, nosso insano vizinho mais uma vez revelou sua verdadeira natureza: seu desdém pela dignidade, pela liberdade e pela própria vida humana. (…) Hoje, foi um novo míssil russo. Sua velocidade e altitude sugerem capacidades balísticas intercontinentais. As investigações estão em andamento”, afirmou Zelensky.
Andrey Baklitskiy, um pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, demonstrou surpresa com o lançamento do míssil intercontinental pelos russos.
“Se for verdade, isso será totalmente sem precedentes e o primeiro uso militar real de um ICBM [míssil balístico intercontinental]. Não que faça muito sentido, dado seu preço e precisão”, afirmou Baklitskiy em suas redes sociais.
‘Totalmente sem precedentes’
Bombeiros apagam incêndio após ataque da Rússia contra a cidade de Dnipro, na Ucrânia
Serviço de Emergência de Dnipro/Reuters
A Defense Express, uma consultoria de defesa ucraniana, questionou se os Estados Unidos, principal aliado internacional da Ucrânia, haviam sido informados sobre o lançamento do míssil com antecedência.
“Também é uma questão se os Estados Unidos foram avisados sobre o lançamento e sua direção, pois o anúncio de tais lançamentos é um pré-requisito para evitar a ativação de um sistema de alerta de mísseis e o lançamento de mísseis em resposta”, escreveu a Defense Express.
O especialista em segurança alemão Ulrich Kuehn postou: “Parece que a Rússia usou hoje pela primeira vez na história um míssil balístico intercontinental em uma guerra, contra o alvo civil Dnipro”

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Postado em: 14:04

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Brasileiro condenado por estupro de vulnerável é preso nos EUA

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Homem chegou ao país em abril de 2022, em Santa Teresa, Novo México. Segundo o serviço de imigração, ele foi condenado a 14 anos de prisão em Rondônia por estupro de vulnerável. Brasileiro preso nos Estados Unidos
Serviço de Imigração dos EUA/Divulgação
Um homem de 41 anos, identificado como Alexandre Romao de Oliveira, foi preso nesta semana nos Estados Unidos por estuprar uma criança na cidade de Jaru, em Rondônia. A informação foi divulgada pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas do governo americano.
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Alexandre foi preso em Methuen, Cidade localizada em Massachusetts. Segundo o serviço de imigração, ele foi condenado a 14 anos de prisão em Rondônia por estupro de vulnerável e fugiu do Brasil antes de cumprir a pena.
Segundo o governo dos EUA, o homem chegou ao país em abril de 2022. Ele foi identificado em Santa Teresa, Novo México, ficou sob custódia e depois foi liberado com uma ordem de comparecer no Gabinete Executivo de Revisão de Imigração do Departamento de Justiça.
O Tribunal de Justiça de Rondônia confirmou ao g1 a sentença, que está sob sigilo. O caso transitou em julgado no dia 2 de fevereiro de 2024, ou seja, não tem mais possibilidade de recurso. A última análise foi feita pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O g1 tenta localizar a defesa de Alexandre Romao De Oliveira.
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Postado em: 13:00

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