Cantor e compositor divulga a turnê “Uma Estrela Misteriosa”, que conta com assinaturas como Peter Buck, Barrett Martin, Duff McKagan, Krist Novoselic e Mike McCready. Nando Reis está em turnê com o novo trabalho “Uma Estrela Misteriosa”
Carol Siqueira
O cantor e compositor Nando Reis passa por Ribeirão Preto (SP) neste domingo (3), às 20h, com a turnê “Uma Estrela Misteriosa”. O show no Theatro Pedro II celebra o lançamento de um projeto grandioso do artista que contempla três discos e um LP bônus, algo totalmente fora da curva em tempos em que singles dominam as vitrines das plataformas digitais e protagonizam uma guerra efêmera por audiência sem convicção.
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É o primeiro trabalho totalmente autoral de Nando Reis em oito anos, desde “Jardim-Pomar”, e o conjunto reúne 30 composições, 26 delas inéditas, que mergulham na essência profissional e pessoal do músico. Nesta construção, ele contou com o guitarrista Peter Buck, co-fundador do R.E.M, e com o produtor e baterista Barrett Martin, da Screaming Trees.
Nando Reis admite a aposta alta, por isso mesmo considera que este é o trabalho mais ambicioso de sua trajetória de 41 anos, com cerca de 20 deles dedicados aos Titãs.
“Pelo tamanho, pela robustez, pela quantidade de músicas, pela diversidade, variedade de sonoridades, de texturas nos arranjos e especialmente pela qualidade das canções. Algumas delas são muito distintas das coisas que eu já havia feito antes. Além de, claro, lançar quatro LP’s, em um momento onde a maioria das pessoas consome singles pelo streaming, acaba tendo, digamos, um contraponto, que contém um certo grau de ousadia.”
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Nando Reis
Lorena Dini/Divulgação
Satisfação
Independentemente dos frutos que venha a colher no futuro com o álbum quádruplo, seja entre fãs ou com o mercado, Nando Reis avalia que o mais importante é a sensação de dever bem feito e de entrega total ao que acredita.
“Nunca me pautei pelo mercado, especialmente nesta era em que tudo é mensurado. O ponto central e fundamental é a minha satisfação com aquilo que eu produzi, tanto como composição quanto como arranjo, gravação e no conjunto total. E é claro que é algo raro. Eu mesmo, em 40 anos de carreira, nunca produzi nada semelhante, mas, no entanto, não é exatamente esse tipo de aspecto que avalio ou considero quando estou criando algo como esse box tão bonito.”
Colaborações
O trabalho contou com participações de outros gringos, como o guitarrista Duff McKagan, do Guns N’ Roses, Krist Novoselic, ex-baixista do Nirvana, e Mike McCready e Matt Cameron, respectivamente, guitarrista e baterista do Pearl Jam. As parcerias contribuíram para uma “fusão de musicalidades”, classifica o artista.
“Contei com a colaboração de músicos talentosos de altíssimo nível do rock americano, não apenas do Pearl Jam e do Guns N’ Roses, mas também de Nirvana, R.E.M. e Patti Smith Group. Foi incrível ter músicos excepcionais comigo no projeto. Essas conexões foram feitas através do Barrett Martin, que tem um relacionamento próximo com eles, e do Jack Endino.”
Nando Reis lança novo álbum com inéditas e celebra reencontro com Titãs
Álbum de rock?
Apesar de se mostrar avesso ao fato de ser colocado em uma caixinha que defina seu trabalho, Nando Reis considera que “Uma Estrela Misteriosa” seja um álbum de rock, por suas características. No entanto, ele faz uma ressalva, porque o trabalho também bebeu de outras fontes, como o samba e a música clássica.
“Entendo essa necessidade de que os rótulos indiquem informações a quem vai consumir, e já que é preciso categorizá-lo, acho que sim, [é um álbum] de rock, por conta da formação dos músicos e da sonoridade. Mas ainda assim acho que é um disco de música brasileira, porque sou um compositor que fala a língua portuguesa. Toda a minha vivência, a forma como a música se instalou dentro de mim, mesmo a música que vem de fora, passa pela minha relação com a cultura brasileira e com a língua portuguesa.”
Sóbrio, cara a cara com o público
Aos 61 anos, Nando Reis não esconde de ninguém os problemas que enfrentou durante a vida em razão do vício em álcool e drogas. Em entrevistas recentes, contou episódios dos excessos cometidos e dos efeitos deles e disse que essas experiências transbordam em algumas das novas faixas.
“Cabe ressaltar que parei de beber e usar drogas há oito anos. Então não é uma novidade. A novidade é mais no processo de trabalho, na minha disposição e no desejo meu de fazer essa afirmação, que talvez tenha maior significado para mim mesmo e pro meu círculo íntimo. Mas gosto de tratar desse assunto publicamente porque já me expus publicamente”, diz.
Nando Reis em show no João Rock 2022 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
O artista garante que está sóbrio há oito anos, e o novo álbum acaba com um hiato de exatos oito anos sem um lançamento chamativo, portanto, o primeiro dessa nova fase. Ele avalia que o impacto de ter conseguido se livrar da dependência se dá nos fãs muito mais na entrega de sua performance no palco para a plateia do que no próprio processo de criação.
“Acho que a grande diferença está muito mais na qualidade da apresentação dos shows, que gradativamente foi se tornando muito melhor, porque os discos eu sempre tratei com extremo rigor. O álbum mesmo tem canções sobre esse assunto, porque a expressão artística sempre vai tocar nos pontos nevrálgicos, nas questões existenciais mais conflituosas e contraditórias, não apenas em uma representação reduzida e convencional de felicidade. A alegria de estar vivo é justamente conjugar todas as vertentes das emoções, que são múltiplas e extremamente intensas.”
Em Ribeirão Preto, Nando Reis se apresenta com Peter Buck (guitarra), Barrett Martin (bateria), Walter Villaça (guitarra), Alex Veley (teclado), Felipe Cambraia (baixo), Sebastião Reis (violão).
Os ingressos custam a partir de R$ 150 (inteira) e podem ser adquiridos pelo site e na bilheteria do Theatro Pedro II.
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Carol Siqueira
O cantor e compositor Nando Reis passa por Ribeirão Preto (SP) neste domingo (3), às 20h, com a turnê “Uma Estrela Misteriosa”. O show no Theatro Pedro II celebra o lançamento de um projeto grandioso do artista que contempla três discos e um LP bônus, algo totalmente fora da curva em tempos em que singles dominam as vitrines das plataformas digitais e protagonizam uma guerra efêmera por audiência sem convicção.
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É o primeiro trabalho totalmente autoral de Nando Reis em oito anos, desde “Jardim-Pomar”, e o conjunto reúne 30 composições, 26 delas inéditas, que mergulham na essência profissional e pessoal do músico. Nesta construção, ele contou com o guitarrista Peter Buck, co-fundador do R.E.M, e com o produtor e baterista Barrett Martin, da Screaming Trees.
Nando Reis admite a aposta alta, por isso mesmo considera que este é o trabalho mais ambicioso de sua trajetória de 41 anos, com cerca de 20 deles dedicados aos Titãs.
“Pelo tamanho, pela robustez, pela quantidade de músicas, pela diversidade, variedade de sonoridades, de texturas nos arranjos e especialmente pela qualidade das canções. Algumas delas são muito distintas das coisas que eu já havia feito antes. Além de, claro, lançar quatro LP’s, em um momento onde a maioria das pessoas consome singles pelo streaming, acaba tendo, digamos, um contraponto, que contém um certo grau de ousadia.”
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Nando Reis
Lorena Dini/Divulgação
Satisfação
Independentemente dos frutos que venha a colher no futuro com o álbum quádruplo, seja entre fãs ou com o mercado, Nando Reis avalia que o mais importante é a sensação de dever bem feito e de entrega total ao que acredita.
“Nunca me pautei pelo mercado, especialmente nesta era em que tudo é mensurado. O ponto central e fundamental é a minha satisfação com aquilo que eu produzi, tanto como composição quanto como arranjo, gravação e no conjunto total. E é claro que é algo raro. Eu mesmo, em 40 anos de carreira, nunca produzi nada semelhante, mas, no entanto, não é exatamente esse tipo de aspecto que avalio ou considero quando estou criando algo como esse box tão bonito.”
Colaborações
O trabalho contou com participações de outros gringos, como o guitarrista Duff McKagan, do Guns N’ Roses, Krist Novoselic, ex-baixista do Nirvana, e Mike McCready e Matt Cameron, respectivamente, guitarrista e baterista do Pearl Jam. As parcerias contribuíram para uma “fusão de musicalidades”, classifica o artista.
“Contei com a colaboração de músicos talentosos de altíssimo nível do rock americano, não apenas do Pearl Jam e do Guns N’ Roses, mas também de Nirvana, R.E.M. e Patti Smith Group. Foi incrível ter músicos excepcionais comigo no projeto. Essas conexões foram feitas através do Barrett Martin, que tem um relacionamento próximo com eles, e do Jack Endino.”
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Álbum de rock?
Apesar de se mostrar avesso ao fato de ser colocado em uma caixinha que defina seu trabalho, Nando Reis considera que “Uma Estrela Misteriosa” seja um álbum de rock, por suas características. No entanto, ele faz uma ressalva, porque o trabalho também bebeu de outras fontes, como o samba e a música clássica.
“Entendo essa necessidade de que os rótulos indiquem informações a quem vai consumir, e já que é preciso categorizá-lo, acho que sim, [é um álbum] de rock, por conta da formação dos músicos e da sonoridade. Mas ainda assim acho que é um disco de música brasileira, porque sou um compositor que fala a língua portuguesa. Toda a minha vivência, a forma como a música se instalou dentro de mim, mesmo a música que vem de fora, passa pela minha relação com a cultura brasileira e com a língua portuguesa.”
Sóbrio, cara a cara com o público
Aos 61 anos, Nando Reis não esconde de ninguém os problemas que enfrentou durante a vida em razão do vício em álcool e drogas. Em entrevistas recentes, contou episódios dos excessos cometidos e dos efeitos deles e disse que essas experiências transbordam em algumas das novas faixas.
“Cabe ressaltar que parei de beber e usar drogas há oito anos. Então não é uma novidade. A novidade é mais no processo de trabalho, na minha disposição e no desejo meu de fazer essa afirmação, que talvez tenha maior significado para mim mesmo e pro meu círculo íntimo. Mas gosto de tratar desse assunto publicamente porque já me expus publicamente”, diz.
Nando Reis em show no João Rock 2022 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
O artista garante que está sóbrio há oito anos, e o novo álbum acaba com um hiato de exatos oito anos sem um lançamento chamativo, portanto, o primeiro dessa nova fase. Ele avalia que o impacto de ter conseguido se livrar da dependência se dá nos fãs muito mais na entrega de sua performance no palco para a plateia do que no próprio processo de criação.
“Acho que a grande diferença está muito mais na qualidade da apresentação dos shows, que gradativamente foi se tornando muito melhor, porque os discos eu sempre tratei com extremo rigor. O álbum mesmo tem canções sobre esse assunto, porque a expressão artística sempre vai tocar nos pontos nevrálgicos, nas questões existenciais mais conflituosas e contraditórias, não apenas em uma representação reduzida e convencional de felicidade. A alegria de estar vivo é justamente conjugar todas as vertentes das emoções, que são múltiplas e extremamente intensas.”
Em Ribeirão Preto, Nando Reis se apresenta com Peter Buck (guitarra), Barrett Martin (bateria), Walter Villaça (guitarra), Alex Veley (teclado), Felipe Cambraia (baixo), Sebastião Reis (violão).
Os ingressos custam a partir de R$ 150 (inteira) e podem ser adquiridos pelo site e na bilheteria do Theatro Pedro II.
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Postado em: 05:05