Em declaração conjunta, países pediram cessar-fogo nos territórios palestinos e no Líbano. Sem citar o Hamas, Brics também defenderam a libertação dos reféns mantidos em Gaza. Encontro dos Brics em Kazan, na Rússia
Alexei Danichev/BRICS-RUSSIA2024.RU via Reuters
Em uma declaração conjunta, os países dos Brics condenaram ações de Israel e pediram por uma reforma abrangente das Nações Unidas. Além disso, o grupo citou a guerra na Ucrânia de forma breve, defendendo uma resolução pacífica do conflito com a Rússia por meio do diálogo.
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O documento foi assinado pelos países-membro do bloco nesta quarta-feira (23). O encontro do Brics acontece em Kazan, na Rússia, e reúne autoridades de países como o Brasil, China, Índia e África do Sul.
De acordo com a declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Índia, os países dos Brics afirmam estar gravemente preocupados com a crise humanitária na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Segundo o grupo, houve uma escalada de violência sem precedentes nos territórios palestinos, “como resultado da ofensiva militar israelense, que levou à matança em massa e ferimentos de civis, deslocamento forçado e destruição generalizada de infraestrutura civil”.
Em relação ao conflito em Gaza, os Brics pediram um cessar-fogo imediato que possibilite a libertação de reféns que estão “mantidos ilegalmente em cativeiro”. A declaração não cita que as vítimas estão sob o poder do Hamas.
Além disso, os países denunciaram ataques de Israel contra operações humanitárias e declararam apoio à entrada da Palestina nas Nações Unidas.
Segundo o documento, a resolução do conflito deve acontecer a partir da solução de dois Estados, com a convivência pacífica entre Israel e Palestina.
Os países também condenaram a morte de civis e danos à infraestrutura pública no Líbano “resultantes de ataques de Israel em áreas residenciais”. O grupo pediu para uma solução diplomática para o conflito e exigiu que as forças israelenses parem de atacar missões da ONU no país.
Israel nega que esteja mirando estruturas da ONU do Líbano, mas afirma que o grupo extremista Hezbollah tem usado posições das Nações Unidas como “escudo humano” para atingir soldados israelenses.
Ainda em relação a Israel, os Brics condenaram um ataque israelense à sede diplomática do Irã na Síria, em abril. O bombardeio resultou em uma troca de ataques entre Irã e Israel naquele mês.
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Ucrânia
A declaração dos Brics reservou apenas um dos 134 pontos do texto para citar o conflito na Ucrânia. Sem mencionar a Rússia, os países reafirmaram suas posições sobre a guerra na ONU. O Brasil, por exemplo, condenou a invasão russa no território ucraniano.
Segundo o documento, “todos os estados devem agir consistentemente com os Propósitos e Princípios da Carta da ONU em sua totalidade”. Os Brics também apreciaram propostas de mediação para uma solução pacífica por meio de diálogo e diplomacia.
Reformas na ONU
Uma das principais pautas defendidas pelos Brics é uma reforma abrangente na ONU, com foco na estrutura do Conselho de Segurança.
O objetivo do grupo é deixar o Conselho de Segurança da ONU “mais democrático, representativo, eficaz e eficiente” com o aumento na representação de países. O Brasil, por exemplo, deseja se tornar um membro permanente do órgão.
“Notamos o surgimento de novos centros de poder, tomada de decisões políticas e crescimento econômico, que podem abrir caminho para uma ordem mundial multipolar mais justa, equitativa, democrática e equilibrada”, diz o documento.
Segundo a declaração, os Brics também defendem uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC), com tratamento especial e diferenciado aos países menos desenvolvidos.
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Alexei Danichev/BRICS-RUSSIA2024.RU via Reuters
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Segundo o grupo, houve uma escalada de violência sem precedentes nos territórios palestinos, “como resultado da ofensiva militar israelense, que levou à matança em massa e ferimentos de civis, deslocamento forçado e destruição generalizada de infraestrutura civil”.
Em relação ao conflito em Gaza, os Brics pediram um cessar-fogo imediato que possibilite a libertação de reféns que estão “mantidos ilegalmente em cativeiro”. A declaração não cita que as vítimas estão sob o poder do Hamas.
Além disso, os países denunciaram ataques de Israel contra operações humanitárias e declararam apoio à entrada da Palestina nas Nações Unidas.
Segundo o documento, a resolução do conflito deve acontecer a partir da solução de dois Estados, com a convivência pacífica entre Israel e Palestina.
Os países também condenaram a morte de civis e danos à infraestrutura pública no Líbano “resultantes de ataques de Israel em áreas residenciais”. O grupo pediu para uma solução diplomática para o conflito e exigiu que as forças israelenses parem de atacar missões da ONU no país.
Israel nega que esteja mirando estruturas da ONU do Líbano, mas afirma que o grupo extremista Hezbollah tem usado posições das Nações Unidas como “escudo humano” para atingir soldados israelenses.
Ainda em relação a Israel, os Brics condenaram um ataque israelense à sede diplomática do Irã na Síria, em abril. O bombardeio resultou em uma troca de ataques entre Irã e Israel naquele mês.
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Segundo o documento, “todos os estados devem agir consistentemente com os Propósitos e Princípios da Carta da ONU em sua totalidade”. Os Brics também apreciaram propostas de mediação para uma solução pacífica por meio de diálogo e diplomacia.
Reformas na ONU
Uma das principais pautas defendidas pelos Brics é uma reforma abrangente na ONU, com foco na estrutura do Conselho de Segurança.
O objetivo do grupo é deixar o Conselho de Segurança da ONU “mais democrático, representativo, eficaz e eficiente” com o aumento na representação de países. O Brasil, por exemplo, deseja se tornar um membro permanente do órgão.
“Notamos o surgimento de novos centros de poder, tomada de decisões políticas e crescimento econômico, que podem abrir caminho para uma ordem mundial multipolar mais justa, equitativa, democrática e equilibrada”, diz o documento.
Segundo a declaração, os Brics também defendem uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC), com tratamento especial e diferenciado aos países menos desenvolvidos.
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Postado em: 17:00